terça-feira, 4 de maio de 2010

Rodízio certeiro

Decisão de Vanderlei Luxemburgo de poupar jogadores tem se mostrado acertada, já que, mesmo com as mudanças, Galo chega bem à reta decisiva do Mineiro e da Copa do Brasil

Paulo Galvão - Estado de Minas

Publicação:
01/05/2010 14:47

Podendo perder para o Ipatinga por até um gol de diferença, neste domingo, no Mineirão, para conquistar seu 40º título mineiro, o Atlético contou com a força do grupo para alcançar situação tão confortável. Mesclando atletas experientes com jovens valores, o técnico Vanderlei Luxemburgo conseguiu que o time superasse percalços, como a contusão do atacante Obina, que só deve voltar a atuar depois da Copa do Mundo. Ao todo, ele utilizou 23 atletas no Estadual, sendo o atacante Muriqui quem mais atuou, tendo participado de todas as 16 partidas da equipe até o momento, 14 como titular. Ele se beneficiou de não ter sofrido lesões, que acometeram não só o baiano, ainda no departamento médico, mas também o artilheiro Diego Tardelli. O treinador atleticano dispensou cuidado especial aos atletas mais velhos e, portanto, mais suscetíveis ao desgaste pela sequência de jogos. Júnior, de 36 anos, e Ricardinho, de 34, por exemplo, foram poupados em algumas situações, ficando fora de partidas ou mesmo entrando no decorrer delas. Com isso, outros ganharam oportunidade, como o lateral-esquerdo Leandro. “É importante que o Atlético tenha vários jogadores em condição de ser titular, de entrar e ajudar. O Vanderlei sempre fala da importância que todos têm para o grupo. E aqui é isso mesmo: um ajudando o outro”, afirmou o jogador, que, coerente, não reclama de ter ficado na reserva diante do Santos, na última quarta-feira, pela Copa do Brasil, dando lugar a Júnior. Para ele, o Atlético cresceu no momento certo, quando encara vários jogos decisivos, tanto no Estadual quanto no mata-mata nacional. Mas isso não o faz exceder no otimismo, mesmo que o Galo tenha ampla vantagem sobre o Tigre, por quem nunca foi derrotado no Mineirão. “O clima (na Cidade do Galo) é de alegria, mas também de seriedade e pés no chão. Sabemos que ainda não ganhamos nada”, afirmou Leandro, para quem a conquista do título mineiro será a melhor resposta para os que duvidaram da capacidade da equipe no início do ano. Além do revezamento por precaução, Vanderlei Luxemburgo fez mudanças devido a contusões. E os que entraram deram conta do recado. Um exemplo é o jovem Werley, que seria reserva, contudo, acabou jogando mais do que Cáceres, escolhido pelo treinador para formar dupla de zaga com Jairo Campos, mas que teve o desempenho prejudicado por contusão – voltou a figurar na súmula na quarta-feira e ficou no banco de reservas contra o Santos. Quem também entrou bem foi o volante Carlos Alberto, que tem atuado na lateral direita por conta da contusão em Coelho. Mesmo improvisado, ele está se saindo razoavelmente bem. SEM POUPAR NINGUÉM Mesmo que os jogadores estejam desgastados por jogar duas vezes por semana – foram 10 partidas desde 28 de março –, Luxemburgo não pensa em poupar ninguém neste domingo. “Não é hora de economizar energia. Vou escalar aqueles que achar que estão em melhores condições, pois este é um momento de decisão’, declarou o treinador. Ele não adianta a escalação, podendo manter o 4-4-2 usado na vitória por 3 a 2 sobre o Santos ou voltar ao 3-5-2, com o qual passou pelo Sport nas oitavas de final da Copa do Brasil. O único desfalque é o do volante Jonílson, suspenso pelo terceiro cartão amarelo no primeiro jogo da final. Coelho, que voltou a treinar nessa sexta depois de se recuperar de contusão muscular, também não terá condições de encarar o Tigre. Já Cáceres foi convocado para amistoso da Seleção Paraguaia contra a Coréia do Norte, em Genebra, dia 15. Vai desfalcar o Galo na estreia no Brasileiro, no próximo sábado, contra o Vasco, e dia 15, contra Grêmio Prudente. Se passar pelo Santos na Copa do Brasil, também ficará de fora da primeira partida das semifinais.

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