quinta-feira, 4 de maio de 2017
Polêmicas marcam as finais de Campeonato Mineiro entre Atlético e Cruzeiro no Horto
Alexandre Simões
asimoes@hojeemdia.com.br
04/05/2017 - 06h00
A polêmica envolvendo a decisão do Campeonato Mineiro de 2017, que terá o capítulo final no próximo domingo (7), às 16h, quando Atlético e Cruzeiro começam a disputar a partida de volta entre eles, é apenas mais uma vivida pelos dois rivais no Gigante do Horto, que já sediou cinco jogos que terminaram com um dos dois rivais dando a volta olímpica.
Apesar de terem sido poucas as finais entre atleticanos e cruzeirenses no Estádio Independência, todas foram marcantes e ajudaram a construir a grande rivalidade que existe entre os dois clubes.
Finais diretas, como a que eles disputam nesta edição do Campeonato Mineiro, foram apenas três. E o Atlético nunca perdeu. O máximo que aconteceu foi ser obrigado a dividir, no tapetão, um título que tinha conquistado em campo, mas com um jogador que atuou de forma irregular.
MELHOR DE 25
Em 1954, Atlético e Cruzeiro disputaram a primeira final direta de Campeonato Mineiro no Gigante do Horto. E foi, sem dúvida, a mais confusa de toda a história da competição, que teve a sua primeira edição em 1915.
O Estadual de 1954 teve três turnos, e o vencedor de cada um deles garantia dez pontos na final, que foi disputada numa melhor de 25.
O Cruzeiro venceu dois turnos, somando 20 pontos. O Atlético, um, ficando com 10. Na decisão, cada vitória valia 5 pontos e o empate, 2,5.
Assim, os cruzeirenses estavam a uma vitória do título. O Atlético precisava vencer três jogos.
Na primeira partida da decisão, que só ocorreu no ano seguinte, o Galo venceu por 2 a 0. Depois se igualou ao Cruzeiro, com os mesmos 20 pontos, fazendo 3 a 0 no segundo duelo.
Quem vencesse o terceiro confronto somaria cinco pontos e levantaria o caneco. No entanto, o empate por 1 a 1 deixou cada equipe com 22,5.
O quarto jogo foi marcado para 1º de maio de 1955. Em caso de placar novamente igual, haveria prorrogação. Se a igualdade persistisse, as duas equipes seriam declaradas campeãs, pois o regulamento não previa critérios de desempate.
Sem goleiro para disputar a quarta partida decisiva, pois o titular Chico estava suspenso e o reserva Crush tinha sido dispensado pelo clube, o Cruzeiro teve que recorrer a Geraldo II, que tinha encerrado a carreira há dois anos e era auxiliar técnico no clube.
O Atlético já tinha demonstrado superioridade nos jogos anteriores e garantiu a taça com nova vitória, por 2 a 0, gols de Ubaldo Miranda e Joel.
PRIMEIRO TRI
Foi o primeiro tricampeonato da história do Atlético. Do início do Estadual, em 1915, com o nome de Campeonato da Cidade, até meados dos anos 50, América, Cruzeiro e Villa Nova já haviam conquistado três títulos consecutivos.
O Galo era a única equipe entre as grandes que ainda corria atrás de um tri, título que lhe havia escapado por seis vezes (1928, 1933, 1940, 1943, 1948 e 1951).
Arquivo/Hoje em Dia
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Com o título dividido de 1956, o Atlético conquistou na Era Independência o primeiro penta da sua história
CERTIFICADO DE RESERVISTA
O Campeonato Mineiro de 1956 foi dividido entre Atlético e Cruzeiro do início ao fim. Como cada um venceu um turno, decidiram o título numa melhor de três partidas.
Com o lateral-esquerdo Haroldo machucado, o técnico atleticano Délio Neves escalou o reserva Laércio nas duas primeiras partidas, quando venceu a primeira e empatou a segunda. Foi aí que os problemas começaram.
Três dias após o segundo confronto, o Cruzeiro denunciou o Departamento Técnico da FMF por dar condições de jogo a Laércio, que não havia cumprido suas obrigações militares e foi inscrito com um exame médico no lugar do certificado de dispensa do Exército.
O Cruzeiro entrou com recurso no Tribunal de Justiça Desportiva (TJD) pedindo os pontos do empate da segunda partida, já que o prazo para protelar os pontos do primeiro jogo havia expirado.
O TJD, por seis votos a zero, rejeitou o pedido, entendendo que o Atlético não poderia ser punido por um erro da FMF.
Na terceira partida, em 2 de junho, o Atlético teve a volta de Haroldo e venceu com um gol de Vaduca. A torcida comemorou o pentacampeonato, que era inédito na história do clube, mas a polêmica em torno do Estadual de 1956 estava longe do fim.
O Cruzeiro recorreu ao STJD e ganhou os pontos da segunda partida, o que deixou a decisão empatada e o título indefinido.
O STJD obrigou a FMF a marcar um quarto jogo. Aí foi o Atlético que recorreu, mas o tribunal manteve sua decisão.
O alvinegro apelou ao Conselho Nacional do Desporto (CND). Em outubro de 1958, a FMF definiu pela realização da quarta partida, mas o Atlético obteve uma liminar para não disputar o jogo.
A questão só foi resolvida após a CBD ameaçar os clubes pertencentes a federações estaduais com títulos sub judice de não participar do primeiro Campeonato Brasileiro, em 1959. Em 29 de março de 1959, ambos foram proclamados campeões mineiros de 1956.
1962
Em fevereiro de 1963, Atlético e Cruzeiro decidiram no Horto o Estadual de 1962, disputado por pontos corridos e que terminou com eles empatados.
O Cruzeiro venceu a primeira partida, mas o Atlético ganhou as duas seguintes e garantiu seu último título na Era Independência.
PONTOS CORRIDOS
O único título conquistado em campo pelo Cruzeiro, no Independência, sobre o Atlético, foi em 1960, quando o clube chegou ao bicampeonato.
Numa competição por pontos corridos, a Raposa garantiu a taça com o empate sem gols com o Atlético, na penúltima rodada, em clássico disputado no Gigante do Horto.
O troco atleticano veio três anos depois. No Campeonato Mineiro de 1963, também por pontos corridos, o Atlético garantiu a taça empatando por 1 a 1 com o Cruzeiro, em partida pela penúltima rodada do Estadual.
Arquivo/Hoje em Dia
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O Cruzeiro chegou ao bi, em 1960, numa competição por pontos corridos, empatando com o Atlético no Horto
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