sexta-feira, 31 de maio de 2013


Diferença do valor do elenco do Galo para os demais semifinalistas é abissal
Valores de Newell's, Olimpia e Santa Fe não chegam à metade do plantel alvinegro
LANCEPRESS! - 31/05/2013 - 13:22 Rio de Janeiro (RJ)
A disparidade econômica marcará a semifinal desta edição da Copa Libertadores. Com um elenco avaliado em 44 milhões de euros (R$ 121,8 milhões), o Atlético-MG, único representante do Brasil na semifinal, está bem à frente dos outros concorrentes em termos financeiros.
Os valores de Newell's Ols Boys (ARG), Olimpia (PAR) e Independiente Santa Fe (COL) somados equivalem a quase o número do Galo.
Fluminense, Palmeiras, Corinthians, Grêmio e São Paulo também tiveram orçamento bem superior aos dos rivais continentais, no entanto, as cifras não vestiram chuteiras e o quinteto ficou no caminho da competição internacional.
Ao contrário dos adversários, o Atlético-MG tem jogadores de grife internacional como Ronaldinho Gaúcho e joias com a capacidade de explodir no futebol, como Bernard, o mais valioso do elenco.
Scocco, craque do Newell's, tem 27 anos e não tem o mesmo apelo dos astros do Galo. Os demais destaques do time rosarino são jogadores que retornaram da Europa como Maxi Rodríguez e Heinze.
No outro confronto, mais disparidades em relação aos mineiros. Acometido por uma crise financeira recente, o Olimpia não gastou um centavo em reforlos. Já o jogador mais caro do Independiente Santa Fé é atacante Borja (ex-Flamengo), reserva da equipe de Bogotá.
Confira abaixo números dos quatro semifinalistas da Libertadores e compare as finanças.
Newell's Old Boys
Custo do elenco: 19,1 milhões de euros, R$ 52,8 milhões
Jogador mais valioso: Scocco (5 milhões de euros, R$ 13,8 milhões)
Investimento estimado em 6,6 milhões de euros, R$ 13,8 milhões.
Santa Fé
Custo do elenco: 16,7 milhões de euros)
Jogador mais valioso: Borja (1,5 milhão de euros, R$ 4,1 milhões)
Investimento estimado em 4,3 milhões de euros, R$ 11,9 milhões
Olimpia
Custo do elenco: 13,1 milhões de euros, R$ 36,2 milhões
Jogadores mais valiosos: Manzur, Paredes e Salgueiro (1,2 milhão de euros, R$ 3,3 milhões)
Investimento: zero
Atlético Mineiro
Custo do elenco: 44,4 milhões de euros, R$ 123 milhões
Jogador mais valioso: Bernard (10 milhões de euros, R$ 27,6 milhões)
Investimento de 14,5 milhões de euros, R$ 40,1 milhões
Com a palavra:
Francisco Pessoa - Economista da consultoria LCA
Quando você monta uma equipe mais cara você nunca vai ter a certeza que vai dar certo. Aumenta a probabilidade de ganhar o campeonato, mas não garante a vitória.
A economia pode ser cruel. Em economia, para o sistema de preços funcionar bem há pré-condições que nem sempre são verificadas no mundo real. A primeira é a livre mobilidade de fatores. Por exemplo, o Olimpia pode ter um jogador que valeria mais no Brasil, mas prefere não sair. Os recursos não são totalmente móveis. A segunda é a informação perfeita. Quando você compra um carro usado, não sabe como ele está funcionando. Por isso, você pode ter pagado barato por um jogador bom, ou caro por um jogador ruim. Você nunca sabe o que está comprando, e o produto é humano.
Mas a comparação não deveria ser do Atlético-MG com os times semifinalistas, mas dos times caros que já saíram - e o Corinthians é o mais caro deles - com esses times. Há fatores econômicos e não econômicos, outros interesses extracampo, que aumentam e diminuem o poder de fogo do seu time, como o roubo que foi o jogo do Corinthians.
Enfim, comprar jogador caro é uma estratégia muito arriscada. Não garante retorno. Mas estamos em um mundo capitalista e pode ser bom para os patrocinadores, para o time e para a torcida. De qualquer maneira, na semifinal, o time do Atlético-MG me parece que é melhor que os outros.

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