sexta-feira, 27 de junho de 2008


Fonte: www.superesportes.com.br
Ziza mostra as contas e descarta reforço de peso
Bráulio Bianchetti - Portal Uai
Rodrigo Fonseca - Portal Uai
Dirigente expõe, em carta enviada ao Conselho, a situação financeira do Galo. Realidade não permite grandes contratações para o time no ano do centenário
Jorge Gontijo/Estado de Minas
Sem dinheiro para grandes reforços
O presidente Ziza Valadares enviou uma carta aos Conselheiros do Atlético expondo a realidade do clube. Essa carta foi repassada à imprensa nesta quinta-feira à tarde, quando o dirigente esteve na Cidade do Galo.
Entres os ‘esclarecimentos importantes’, como foi denominado, o presidente ressalta que a prioridade tem sido arrumar a casa, citando: certidões negativas de débitos e adesão à Lei de Incentivo ao Esporte; departamento internacional; a Cidade do Galo; renegociação das taxas do Mineirão; maiores contratos de patrocínio esportivo da história do clube; contratação do INDG (empresa que executa trabalho de modernização administrativa).
Em seguida, Ziza fala dos problemas financeiros do Atlético. O clube tem um déficit orçamentário mensal de R$ 2.267.500,00 (déficit acumulado de R$ 27.210.000,00 ao ano). O gasto mensal é de R$ 5.297.500,00 (só a folha de pagamento é de aproximadamente R$ 2 milhões) e a arrecadação é de R$ 3.030.000,00.
Na busca de soluções, Ziza Valadares destaca o melhor aproveitamento dos seis imóveis do clube. Ele cita por exemplo o terreno do clube Vila Olímpica, de 85.000 m². A intenção é explorar economicamente a área ociosa. Foram enviados pedido de estudos a dez construturas de Minas. Existem projetos também para a sede administrativa e o Casarão da Avenida Portugal.
Outras vias de captação de recursos são a Lei de Incentivo ao Esporte, o programa Torcedor-Colaborador, as parcerias, o potencial comercial do centenário. Ziza Valadares fala ainda sobre a auditoria no clube, a saída do técnico Emerson Leão, os protestos de torcedores, a união e a participação dos vice-presidentes.
Em entrevista coletiva nesta quinta-feira, Ziza Valadares comentou a carta:
A carta“Vocês estão recebendo dezenas de explicações sobre os mais variados problemas do Atlético. Mandamos essa carta aos conselheiros antes porque entendemos que os problemas precisam ser discutidos dentro do Conselho”
Afastado do futebol?“Tenho ouvido gente dizer que eu teria me afastado do futebol. Isso não é verdade. Muito pelo contrário. Estou acompanhando o futebol mais do que nunca. Coloquei uma nova direção no futebol e estou muito satisfeito. Fazemos reuniões diárias e sempre que posso estou aqui no CT”
Grande reforço“É muito difícil a gente trazer uma grade estrela. Já era difícil antes e agora, mais do que nunca, as dificuldades estão claras. Temos que primeiro arrumar a casa. O Atlético ainda vai demorar algum tempo para ter condições de trazer grandes estrelas”
As contratações“Às vezes, o jogador é bom, mas chega aqui e não joga. Isso faz parte. Eu não contratei ninguém porque achei que o jogador jogava bem. Todos os jogadores que vieram foram por indicação dos treinadores. Às vezes, não dá certo. Às vezes, dá”
Atual elenco“Não temos um time de pior qualidade que ninguém. Poderia citar cinco, seis jogadores de grande qualidade no Atlético. O que precisa é o time se entrosar”
Venda de jogadores“Infelizmente, se aparecer uma proposta financeira, como em todo clube brasileiro, vamos ter de negociar” (negou proposta concreta pelo atacante Danilinho)
Salário atrasado novamente“Estou com o salário atrasado em seis dias. Estou com dificuldades para saldar o compromisso. Já fiz uma reunião com os jogadores e espero na próxima semana saldar isso”
Realidade do clube“Quando entrei para ser presidente do Atlético já sabia de tudo isso. Não fui surpreendido com esses números. Temos projetos como a Lei de Incentivo ao Esporte, aumentamos o nosso patrocínio, tivemos a redução de custos do aluguel do Mineirão e vamos reduzir esse déficit. Mas isso não nos permite dizer que não vamos ter de vender jogadores. Estamos buscando meios e maneiras para diminuir esse déficit. Por isso, a paciência tem de ser grande”

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