Trio Maldito: Fred, Pratto e Robinho ressuscitam lendário ataque do Galo da década de 1920
Alexandre Simões e Frederico Ribeiro
esportes@hojeemdia.com.br
04/11/2016 - 06h00 - Atualizado 19h24



Juntos, eles custam ao Atlético mais de R$ 1,5 milhão por mês em salários. Mas fazem valer o alto investimento. Provocam euforia na torcida, preocupação aos técnicos rivais e pesadelos para os goleiros.
Nesta temporada, Robinho, Fred e Lucas Pratto revivem a história centenária do Atlético; e de um tridente que surgiu há 90 anos e marcou época no futebol mineiro com o apelido “Trio Maldito”, tamanho era o trabalho que davam aos adversários.
Na década de 1920, a torcida do Galo ia ao Estádio Antônio Carlos para ver os massacres promovidos pelas lendas Said, Jairo e Mário de Castro, responsáveis por, ao todo, 459 gols na trajetória do Galo. Uma fartura a qual os atuais protagonistas da linha de frente tentam repetir, com 54 gols em 2016 – ou 48% do total de 113 que a equipe alvinegra produziu no ano, o ataque mais volumoso do Brasil.
Responsáveis diretos pela classificação do Atlético para a final da Copa do Brasil, Robinho e Pratto não podem ter a companhia de Fred no mata-mata, por conta do regulamento. As normas que regem a competição impedem que o camisa 99 atue por dois times na mesma edição. Como torcedor, ele lamenta não poder participar da campanha finalista.
“Eu joguei pelo Fluminense nas duas primeiras fases (contra Ferroviária e Tombense). Acho que deveriam rever esse regulamento, para permitir que um jogador possa atuar por outro clube, avaliando as fases que jogou”, disse à rádio 98 FM o artilheiro isolado do Campeonato Brasileiro, com 13 gols (11 pelo Atlético e dois pelo Flu).
Principal goleador do ano no futebol brasileiro com 25 gols, Robinho faz a melhor temporada da carreira desde que saiu do Santos pela primeira vez, carregando na mala rumo ao Real Madrid a pretensão de ser o melhor do mundo.
Apenas em 2004 e em 2005, quando foi campeão brasileiro e se transferiu para a Espanha, Robinho fez mais gols que em 2016: 32 nos dois anos da década passada. Mas o brilhantismo do camisa 7 vai além das finalizações, com nove assistências para os companheiros de Atlético.
Tal desempenho faz o Peixe sonhar com o retorno do camisa 7 no ano que vem. O presidente Modesto Roma Junior, entretanto, já deu a dica das chances de um retorno à Vila. “Robinho é sonho de uma noite de verão. Se o Atlético quiser abrir mão, ele será bem-vindo”, afirmou o mandatário à rádio Jovem Pan.
Últimos capítulos?
Novamente convocado para as Eliminatórias, Pratto será o guia dos companheiros argentinos na Cidade do Galo. E poderá fazê-lo vivendo um dos melhores momentos da carreira.
Decisivo em todas as fases da Copa do Brasil, na qual é titular absoluto, o camisa 9 briga pela artilharia do torneio, com quatro gols – o líder é Marinho, do Vitória, com dois a mais.
Ao contrário de Robinho, porém, Pratto não tem futuro definido. Apesar de rejeitar ir para a China, ele é visto pelo Atlético como a grande venda a ser realizada no ano que vem.
Editoria de Arte / N/A
Fred, Pratto e Robinho: juntos, marcaram 48% dos gols do Atlético em 2016
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Said, Jairo e Mário de Castro mudaram a história alvinegra
“Ele driblava tanto e tão bem, que com a bola nos pés, passando por entre os adversários, era capaz de gravar seu nome no campo: Mário de Castro”. A definição faz parte de uma crônica do jornal “Diário de Minas” do final dos anos 20. O grande centroavante atleticano, primeiro ídolo da história do clube, iniciou em 1926 sua trajetória alvinegra.
No ano seguinte, passou a contar com as companhias de Said e Jairo. Estava formado o Trio Maldito, dono de feitos memoráveis nos campos de Belo Horizonte. A maior goleada da história do clássico entre Atlético e Cruzeiro, na época Palestra Itália, teve a participação direta do Trio Maldito.
Os 9 a 2 de 27 de novembro de 1927, que garantiram ao Atlético o primeiro bicampeonato mineiro, numa disputa em que tinha o América, deca entre 1916 e 1925, como rival pela taça, foi construído com três gols de Said, três de Jairo e dois de Mário de Castro. O também atacante Getúlio completou a goleada.
Em 30 de maio de 1929, o Atlético viveu um dos momentos mais importantes da sua história, a inauguração do Estádio Antônio Carlos, em Lourdes, onde hoje está o Diamond Mall. Disputou um amistoso contra o poderoso Corinthians, que naquele mesmo ano seria campeão paulista.
E a vitória atleticana por 4 a 2, de virada, foi graças a três gols de Mário de Castro e um de Said.
Said teve ainda papel fundamental na paixão dos árabes pelo Atlético. Ele defendia o Syrio Horizontino, que encerrou suas atividades logo após sua transferência. Com isso, levou com ele a torcida da colônia para o lado atleticano.
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