50 mil papéis e 19 horas de trabalho: mosaico da torcida do Atlético na final da Copa do Brasil Frederico Ribeiro fmachado@hojeemdia.com.br 23/11/2016 - 16h49 - Atualizado 16h49 Thiago Scap estava acostumado a fazer artes em pequenas escalas, com o trabalho de tatuador na região centro-sul de Belo Horizonte. Até que, motivado pela presença de cadeiras no Mineirão (implantadas em 2004), lhe veio a ideia de desenhar de forma ultradimensional. Aos 32 anos, o torcedor do Atlético é o "cabeça" por trás de uma operação que cria, produz e monta os mosaicos dos jogos do clube do coração. Na primeira final da Copa do Brasil entre Galo e Grêmio, nesta quarta-feira (23), no Mineirão, Scap está, neste momento, no Gigante da Pampulha orientando um trabalho inédito: o mosaico que promete ocupar os dois anéis do estádio com uma frase de incentivo no topo e imagens que remetem ao clube na parte inferior. Com 50 torcedores voluntários, Scap gastará cerca de 19 horas em dois dias de trabalho só para posicionar cada um dos 50 mil papéis nos assentos. "A ideia é fazer (o mosaico) em todos os setores. A chuva está atrapalhando, porque a parte mais abaixo do setor inferior fica molhado. Mas será algo inédito, com o uso do estádio todo. Imprimimos 45 mil papéis, que terão o reforço de mais um material que foi usado da última vez, totalizando 50 mil papéis", disse Scap, ao Hoje em Dia. Um projeto classificado como "o maior mosaico da história do futebol mineiro", tem a colaboração do próprio clube (responsável por dar o crivo nas frases escolhidas) e de 12 torcidas organizadas do Atlético, da qual, a maior delas, Galoucura, o idealizador Thiago tem ligação. O gasto é na impressão do material, em parceria com uma gráfica que já o entrega na divisão certa das cores. A grande vantagem, segundo Scap, é a mão de obra ser gratuita. Afinal, o amor dos 50 colaboradores substituiu cerca de R$ 60 mil que uma empresa especializada cobraria para elaborar o mosaico. Frederico Ribeiro "O custo é dividido na coletividade dos colaboradores, as torcidas ajudam, o Atlético ajuda. A galera faz o trabalho voluntário da montagem. Não tenho ideia, não consigo estipular o valor total de um mosaico de hoje. Não faço a mínima ideia. Porque o mais caro é a mão de obra e não há mão de obra, porque fazemos por amor ao clube mesmo. E o material para isso não fica caro. Se fosse contratar uma empresa específica para este serviço (de montagem), não sairia por menos de R$ 60 mil", explica Scap. O tatuador ainda conta que não usa nenhum tipo de programa de computador para elaborar a montagem do mosaico. Tudo é feito na hora, inclusive, podendo sofrer alterações e adaptações no desenho, conforme as ideias que vão surgindo à cabeça. Mas tudo começa pela escolha da frase. No último mosaico, por exemplo, contra o Internacional pela Copa do Brasil, o "grito de incentivo" foi escolhido através de uma sugestão dada por um torcedor nas redes sociais. "Começa pela frase a ser estampada. Após isso, vejo se o número de letras é compatível ao número de blocos de cadeiras, de cada setor. Não faço nada em papel não, não há projeto em computador, em rascunho. Faço de cabeça, sempre orientando onde ficará cada letra junto ao pessoalTeremos uma frase de impacto ocupando todo o anel superior do Mineirão. Embaixo ainda estou pensando em colocar o escudo do Atlético, ou a data de fundação (1908)". ISOPOR E SELEÇÃO BRASILEIRA Thiago Scap teve a ideia de desenvolver os mosaicos quando o Mineirão passou a ter cadeiras nas arquibancadas, por volta de 2004. Contrariado com a decisão, quis usufruir daquela delimitação de espaço. Tudo começou em 2010, na final do Estadual, quando fez um mosaico simples com isopor. Depois, com a transformação do Independência em casa alvinegra, fez do mosaico uma tradição. Neste mês, o trabalho foi reconhecido e solicitado pela CBF, para o duelo contra a Argentina, também no Mineirão. "Tive a ideia a partir do momento em que colocaram cadeiras no Mineirão. Pensei em um jeito de aproveitar disso. "Assaltaram" a nossa arquibancada e quis tirar proveito disso. Fiz o primeiro mosaico em 2010, um mais simples na final do Campeonato Mineiro, com blocos de isopor. Depois, foi em 2012, contra o Internacional, ocupando todas as cadeiras de um setor pela primeira vez, no Independência. E fui fazendo até virar tradição em grandes jogos do Atlético. A torcida cria uma expectativa de saber o que estará escrito e tal". Frederico Ribeiro Material de divulgação do mega mosaico do Atlético Material de divulgação do mega mosaico do Atlético com as organizadas que participam do trabalho Frederico Ribeiro DUAS ETAPAS - Mosaico começou a ser montado na tarde de terça-feira e acabará às 20h30 de quarta Cadeiras do Mineirão já com papéis do mosaico pregados Recomendados para você Observado pelo Atlético, equatoriano Caicedo admite negócio com o Cruzeiro: 'está fechando' Observado pelo Atlético, equatoriano Caicedo admite negócio com o… Negociar suas dívidas atrasadas é mais simples do que você imagina. Patrocinado Negociar suas dívidas atrasadas é mais simples do que você imagina. Caixa Econômica Compare preços de seguro auto entre as maiores operadoras! Patrocinado Compare preços de seguro auto entre as maiores operadoras! 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