quarta-feira, 30 de dezembro de 2015
Vida nova
Profissionalismo e dedicação
Atlético passa por reformulação radical para mudar sua história dentro e fora dos gramados
PUBLICADO EM 28/11/15 - 04h00
Felipe Ribeiro / Fernando Almeida / Thiago Nogueira
Trocar pneu com o carro andando é uma missão pra lá de complicada, mas o Atlético provou que não é impossível. Ao longo dos anos, de pouco em pouco, as mudanças foram acontecendo, até que houve a grande revolução no clube.
Entre muitos erros, Ricardo Guimarães ajudou a financiar o Galo por muitos anos, inclusive sendo patrocinador master do uniforme. Com tantos vacilos, Ziza Valadares iniciou o processo de equação das dívidas trabalhistas. E, mesmo com mão de ferro, Alexandre Kalil, enfim, conseguiu colocar a instituição nos trilhos e com o valor que ela merece.
Até os mais críticos são obrigados a dar o braço a torcer que, de 2009 para cá, o Atlético se transformou em um novo clube. Agora, depois da adesão ao Profut parcelando os débitos com a Receita, o Galo tem todos os passivos negociados, apesar de não estarem quitados.
“Comecei o trabalho e assustei, pois estava no mercado financeiro, que é um ambiente muito organizado. Não tinha alimentação para funcionários, por exemplo. Fomos criando benefícios, nivelando os salários e fizemos plano de carreira para eles. Demos as oportunidades a quem estava dentro do clube”, contou o diretor financeiro Carlos Fabel a O TEMPO.
Mesmo com as dificuldades financeiras dos dois últimos anos, enfrentando bloqueios judiciais em suas contas – o que chegou a gerar problemas para honrar os compromissos –, o normal do clube tem sido a política de pagamento de salários em dia. Algo que é a obrigação de todo empregador, mas que em gestões anteriores era regra e não exceção.
Alexandre Kalil não se importou em fazer cortes nos gastos mensais para que todo recurso que pingasse fosse destinado ao futebol.
“Meu filho era do sub-11 do futsal. Alexandre me ligou e falou que ia acabar. Ele fechou todas as torneiras para direcionar ao futebol. Começamos a pagar um monte de gente que devíamos. E o que era combinado era cumprido. Com isso tudo, a gente conseguiu sanear o clube, e o Alexandre falava comigo: futebol é salário em dia e jogador bom”, revelou o diretor de planejamento Rodolfo Gropen à reportagem.
A retaguarda tão enaltecida por Kalil ainda conta com a diretora executiva Adriana Branco e com o diretor jurídico Lásaro Cândido da Cunha. Do quarteto, Lásaro e Rodolfo sequer são remunerados.
“Alexandre tem um temperamento que naquele momento exigia. Em outro momento não sei, mas naquele precisava. Ele adotou estratégias que, se dessem errado, levariam o clube mais para o buraco, mas, se não fossem adotadas não sei o que ia acontecer”, destacou Lásaro a O TEMPO.
O Atlético provou nos últimos anos que a bola realmente não entra por acaso. É preciso muito trabalho fora das quatro linhas para o resultado aparecer em campo.
Financiador atleticano
Nesse período de reestruturação, o Atlético precisou captar patrocínios e levantar dinheiro. Ex-presidente do clube, Ricardo Guimarães foi parceiro nessa empreitada, tanto por intermédio de seu banco, BMG – com propaganda na camisa e participação em percentual de atletas –, como de recursos próprios.
“Não é só a paixão, é o interesse do negócio. O Atlético é uma ótima vitrine, está tendo gestões fundamentadas”, avaliou o banqueiro. O clube ainda paga a Ricardo o empréstimo de quase R$ 95 milhões adquirido.
Receitas em alta
Últimos balanços. As contas divulgadas nos últimos anos mostram que a receita aumentou. Se na época da queda R$ 50 milhões eram o auge, hoje gira na cassa de R$ 250 mi.
Patrocinadores
Crescimento. Com o clube organizado, a marca valorizou, e cresceu o investimento de empresas. Em 2005 e em 2015, a MRV foi patrocínio master, mas pagando muito mais hoje, na casa dos R$ 23 milhões.
Túnel de O TEMPO
10
31/10/2008 A edição após a eleição traz destaque para Alexandre Kalil carregado pela torcida depois de ser escolhido o novo presidente, mais de um mês após a saída de Ziza.
CT tem dedo dos últimos presidentes
Eleita em 2010 o melhor centro de treinamento do Brasil e um dos cinco melhores do mundo, a Cidade do Galo é um mérito que merece ser dividido entre todos os últimos mandatários do Atlético. Cada um deu sua contribuição de uma forma para que o local se tornasse uma referência mundial.
Com Ricardo Guimarães, a estrutura inicial foi entregue, com o campo e o departamento médico. Ziza Valadares investiu nos hotéis da base e do profissional. Na era Kalil, o local virou centro de excelência.
São quatro campos – um de grama sintética –, dois hotéis, mais de 20 suítes, restaurantes, auditórios, sala de fisiologia, departamento médico, academias, piscina, e lavanderia.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário