quarta-feira, 30 de dezembro de 2015
Anos dourados
Subir degraus, chegar ao topo
Depois de passar por maus bocados, Galo alcança a glória com seus títulos de expressão
PUBLICADO EM 29/11/15 - 04h00
Felipe Ribeiro /Fernando Almeida / Thiago Nogueira
Afastar-se do caos, recuperar-se dos sustos e encontrar em um grande impulso aquele fator que faz a Massa explodir em glórias regadas a troféus. A reestruturação fora de campo foi encaminhada no Atlético e, dentro das quatro linhas, as escolhas vistas por muitos como arriscadas começaram a dar certo. Contudo, antes de a redenção bater na porta do Galo, um novo baque foi moldado.
“É aquela história que o gigante cai de joelho para levantar rápido”. As palavras de Rodolfo Gropen, diretor de planejamento do Galo e um dos pilares internos para a guinada, rememoram a goleada por 6 a 1 sofrida para o Cruzeiro, e como que, após isso, o alvinegro decolou rumo a títulos que jamais serão esquecidos.
A diretoria guardava o sentimento de renovação de espírito e ideias para iniciar a próxima temporada. “Depois, foi tudo lindo, com muita sorte e muito trabalho. Fizemos uma colheitinha. Plantamos duro por três anos, então, estava na hora de colher”, destacou o então presidente Alexandre Kalil a O TEMPO.
O primeiro ato da cúpula alvinegra foi dar um novo voto de confiança para o técnico Cuca após o vexame final de 2011 – o presidente Alexandre Kalil havia mostrado fé no treinador após este iniciar o trabalho no Galo com seis derrotas diretas. Na sequência, peças importantes foram mantidas, como Réver, Pierre, Guilherme e Bernard, e novas foram pinceladas, casos de Leandro Donizete, Danilinho e o retorno de Marcos Rocha – estava emprestado ao América.O título mineiro veio, e o Brasileirão começou com o Galo arrasador. A diretoria ainda laçou mais três peças vitais.
O artilheiro Jô, o santo goleiro Victor e o mito Ronaldinho chegaram, mas o melhor resultado foi o vice. O ano de 2012, porém, terminou eufórico, com vitória no clássico e volta à Libertadores.
A espinha dorsal foi mantida para 2013, e um ídolo retornou. Tardelli foi a cereja do bolo. A temporada ficou marcada “simplesmente” pela conquista da Copa Libertadores, algo tão grandioso e difícil de ser imaginado poucos anos antes.
O vexame no Mundial de Clubes – eliminado ainda na semifinal pelo Raja Casablanca, do Marrocos – teve de ser superado para novos e importantes troféus serem conquistados. Cuca foi atraído pelo dinheiro chinês, e Paulo Autuori assumiu para sair rapidamente do clube e pouco deixar saudade. O então presidente Alexandre Kalil se arrependeu de ter contratado Autuori para substituir o treinador campeão da Libertadores de 2013.
Levir Culpi chegou em abril de 2014, nem sequer teve tempo de respirar e foi eliminado da Copa Libertadores. Dois meses depois deu a resposta com o título da Recopa Sul-Americana. A glória máxima, contudo, ainda estava por vir. Já sem R10, veio o troféu da Copa do Brasil ao fim da temporada com direito a viradas espetaculares e final contra o rival Cruzeiro.
Foram anos que durante muito tempo roubaram noites de sono dos atleticanos em sonhos que pareciam jamais virar realidade. Agora, a luta é para garantir mais um vice-campeonato e já imaginar 2016 recheado conquistas.
Os redentores
Victor. O goleiro acabou com o problema do Galo na posição, fez milagres e virou santo para os torcedores.
Leonardo Silva. O beque se identificou com o Galo e fez até gol em final de Liberta.
Réver. O “capitão América” penou com o 6 a 1, mas cravou seu nome na história.
Jô. O atacante chegou com fama de problemático, mas, com gols, ganhou a Massa.
Tardelli. Em sua segunda passagem, se consolidou como um dos maiores ídolos da história atleticana.
Ronaldinho. O mito mudou o Atlético de patamar, deixou o clube conhecido no mundo e ainda deu show em campo.
Conquistas
Libertadores 2013. Uma campanha avassaladora na fase de grupos e muita superação, com pênalti nos acréscimos defendido por Victor, apagão no Horto e título nas penalidades.
Recopa 2014. Um jogo de fortes emoções por ter sido a despedida de Ronaldinho, pelas viradas e o gol 100 de Tardelli. Outra taça na conta.
Copa do Brasil 2014. Talvez a conquista mais épica da história alvinegra, com inversões de vantagens improváveis contra dois rivais nacionais (Corinthians e Flamengo) e a final contra o Cruzeiro no Mineirão.
Galo vai para a 4ª Liberta consecutiva
Mesmo sem o Campeonato Brasileiro ter sido encerrado ainda, já se sabe que o Atlético estará na Libertadores do próximo ano. Com isso, o clube chegará a quatro participações seguidas na competição.
Para se ter uma ideia, antes dessa sequência, o clube tinha quatro participações em todos os anos de fundação (1972, 1978, 1981 e 2000). A atual série chegou a interromper um jejum de 13 anos sem entrar em campo na Libertadores. Logo na volta, foi campeão. Agora, o foco é em 2016.
Túnel de O TEMPO
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário