VOLTA POR CIMA
A noite de Guilherme
Ao lado do goleiro Victor, herói pela defesa do pênalti decisivo, o armador viu os torcedores gritando seu nome pelo gol que garantiu o placar salvador quase no fim
Ludymilla Sá - Estado de Minas
Publicação:11/07/2013 08:30
Atualização:11/07/2013 10:10
O armador e atacante Guilherme viveu ontem os primeiros momentos de glória com a camisa alvinegra. Cartada certeira do técnico Cuca no fim da partida, ele entrou em campo aos 46 minutos do segundo tempo e fez o gol necessário para levar a decisão da vaga para os pênaltis, o que assegurou o Atlético em sua primeira final de Libertadores.
Depois da vaga atleticana assegurada nas cobranças de tiros livres, o jogador, tradicionalmente cobrado por atuações irregulares, saiu de campo ovacionado. Agradeceu com um simples aceno, comportamento que não foge às suas características. “Acho que eu vinha sofrendo muitas cobranças mais pelo fato de eu ter sido revelado no Cruzeiro do que pelo meu rendimento. Desde antes do primeiro jogo, depois da parada para a Copa das Confederações, eu voltei melhor, passei a treinar bem. Ele (Cuca) sabia das minhas qualidades e graças a Deus conseguimos sair com a vitória”, comentou o armador depois da partida.
Cuca, por outro lado, dispensa méritos. Remete aos jogadores, especialmente a Guilherme, a classificação. “Guilherme é um jogador frio e muito inteligente. O torcedor tem de entender que as bolas dele não são comuns. Ele é muito calado e isso às vezes o prejudica. Mas tenho certeza de que ele vai se soltar mais depois deste gol que pode ser histórico na vida dele.”
Apesar da humildade, Cuca foi fundamental para o resultado. Depois de jogar um bom primeiro tempo, o Galo caiu de produção no segundo. Não conseguiu romper a marcação dos argentinos. Mas as mudanças promovidas pelo treinador foram providenciais. “O segundo tempo não foi bom. Eles encaixaram bem. O Martino (técnico do Newell’s) amarrou bem o time e não conseguimos criar. Quando aconteceu a parada por causa da falta de luz, conversamos. Tardelli e Bernard são grandes jogadores, mas eles estavam amarrados pelo adversário. Tínhamos de fazer alguma coisa, ficamos com cinco adiantados, mas não desguarnecidos. Foi a maneira que achamos para fugir da marcação. Mérito todos dos jogadores”, explicou o comandante, que vai poupar jogadores diante do Corinthians, domingo, pelo Brasileiro.
Cuca também destacou a importância do goleiro Victor, que mais uma vez foi decisivo nos pênaltis como ocorreu nas quartas de final diante do Tijuana. Ontem, ele defendeu a cobrança de Maxi Rodríguez, justamente o nome do primeiro jogo. “A gente imaginava que poderia acontecer tudo nessa noite (ontem), mas não deixamos de acreditar em momento algum”, comentou o defensor.
EMOÇÃO O volante Pierre tentava resumir a emoção: “Foi uma vitória com a cara e jeito do Atlético, na base da raça e do empenho, e proporcionada por Deus. Agora é trabalhar, colocar a cabeça no lugar para ser campeão”. O presidente Alexandre Kalil deu a entender que não estava preparado para outro resultado que não a inédita classificação. “Antes de entrar em campo, falei com o Cuca no vestiário que tudo que tinha de ser feito foi feito. Deus que tem de olhar, porque não olhou para nós por muito tempo”, afirmou o dirigente. E completou: “Hoje seria aniversário da minha mãe, que já morreu, e eu pedi: cutuca eles aí... Hoje nós mudamos a história do Atlético. Eu acreditei.”
A tendência é de que a Conmebol confirme para o Mineirão o segundo jogo da final, dia 24 (o primeiro será em Assunção, na quarta-feira). Kalil disse, porém, que tentará garantir a partida no Independência, alegando que a entidade derrubou a exigência de estádio com 40 mil lugares para a finalíssima.
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