terça-feira, 16 de julho de 2013


Gilberto Silva, ao L!Net: ‘Ganhar a Libertadores será tão especial quanto vencer a Copa do Mundo de 2002'



Amante do Galo, Gilberto Silva voltou para ser finalista da Liberta (Foto: Ramon Bitencourt/LANCE!Press)

Volante foi titular na campanha vitoriosa em 2002 (Foto: Arquivo LANCE!)
Campeão mundial pela Seleção Brasileira em 2002, Gilberto lembrou que havia pensando na final da Libertadores como meta na sua volta ao Galo, no início do ano
Frederico Ribeiro - 16/07/2013 - 07:00 Belo Horizonte (MG)
Gilberto Silva, ao lado de Ronaldinho Gaúcho, é o jogador mais experiente e com o currículo mais vitorioso no grupo do Atlético. E, assim como o gaúcho, o experiente zagueiro está perto de uma conquista inédita: a Libertadores da América.
Pelo Galo, ‘Giba’ virou o reserva imediato da zaga e deu conta do recado quando foi chamado.
Contra o Newell's, por exemplo, atuou bem nos dois jogos.
E a final da competição era algo que ele já traçava desde o momento que decidiu, junto à sua família, trocar o Grêmio (após o fim do contrato) pelo clube o projetou mundialmente e do qual é um torcedor nato. No duelo contra o Olimpia, no entanto, ele deve ficar no banco, com o retorno de Réver. Mas sua presença é sinônimo de liderança e experiência para um grupo que só tem três jogadores que já foram campeões da Libertadores.
Confira, abaixo, o bate-papo exclusivo com Gilberto:
L!Net: O que foi aquela vitória nos pênaltis?
Quando você se classifica para uma final, em uma competição tão importante quanto a Libertadores, é uma sensação fantástica, de saber que o trabalho está dando resultado e você acaba extravasando na comemoração. E pós-jogos é difícil até pela adrenalina alta. Mas no outro dia as coisas voltam ao normal. Tem que entender que você adquiriu um direito de disputar a final. Mas ainda falta mais duas etapas pra conseguirmos cumprir o que estamos querendo.
L!Net: Você viu o VT da partida logo depois que ela acabou, não foi?
Foi isso mesmo. Na madrugada. Fui dormir às seis horas da manhã (Às 3h a TV mostrou o jogo completo novamente).
L!Net: E, vendo de outra perspectiva, o que achou da partida?
Vi o jogo inteiro, sem sono, adrenalina alta, trocando de canal, parei no jogo. Acabei acompanhando tudo novamente, a disputa por pênaltis. Não costumo fazer isso com frequência. Mas na ocasião, pelo fato da classificação, ter de reverter uma vantagem, eu comecei a ver o jogo com o olho crítico, analisando o lado positivo e o que precisa ser melhorado para os jogos seguintes.
L!Net: Agora, o Réver volta para as finais e você retorna a ser uma opção. Encara com naturalidade isso?
Olha, eu fico muito tranquilo em relação ao meu trabalho, desde que cheguei ao Atlético, meu objetivo é ajudar. Logicamente que busco condição de ser titular. Tenho tido minhas oportunidades, tenho sido feliz nessas oportunidades. Acredito que tenho sido o resultado foi positivo das minhas participações dentro dos jogos. Acho que é fazer o meu trabalho, independente se eu vou jogar contra o Olimpia ou não. Não me preocupo com isso. É viver um dia de cada vez, não fico ansioso com essa questão.
L!Net: A torcida do Galo gritou 'Eu acredito' para empurrar o time na semifinal. Esse espírito continuará com a equipe para a decisão?
Sem dúvida alguma. O torcedor do Atlético tem uma particularidade, principalmente quando o time está em dificuldade, aí que o torcedor incentiva, canta, grita e empurra o time do lado de fora. Esse sentimento da torcida, nós vivemos isso desde o jogo contra o Newell's em Rosário. Sabíamos que precisávamos ter confiança para vencer eles em casa.
L!Net: Vendo essa final confirmada na Libertadores, você acredita que decidir voltar ao Atlético foi a coisa mais sábia que fez?
Quando estava no Grêmio, estava superbem no clube, que me acolheu muito bem, o povo gaúcho me acolheu muito bem. Mas quando recebi uma possibilidade de voltar ao Atlético, isso mexeu comigo por toda a minha história no Galo, por ser um torcedor do Atlético, mesmo sabendo que é um grande desafio voltar com 36 anos. Inclusive, estava lembrando com a minha esposa, que eu ia voltar ao Atlético para ser campeão da Libertadores. Eu falei isso para ela na época, e ela me lembrou agora, foi até impactante essa lembrança. Chegamos à final e tomara que aquilo que eu falei lá trás se profetize nos dois jogos. Dar esse título para a torcida que tanto merece. É um retorno com conquistas, já teve a do Mineiro e a chegada à final.
L!Net: Com vasta experiência na Seleção Brasileira, o que você tem a falar do Defensores del Chaco?
Eu acho que cheguei a jogar lá sim, contra o Paraguai. Os jogos da Libertadores se comparam muito com os jogos de Eliminatórias de Copa do Mundo. Há a rivalidade muito grande dos clubes sul-americanos. Os estádios sempre apresenta um clima quente, um pouco hostil. E se tratando de uma final, então, não esperamos nada diferente. Pressão da torcida. Mas estamos acostumados com isso também. O Atlético é um time mais do que calejado, experiente para suportar tudo isso, fazer um bom jogo, conseguir um resultado para definir em casa.
L!Net: Você havia dito no dia do jogo contra o Newell's que o título da Libertadores pelo Galo poderia ser mais especial que a Copa do Mundo. Continua pensando assim?
Continuo. Eu falo por mim. Com a Seleção Brasileira, a expectativa...Se você for olhar o histórico da Seleção Brasileira, nos últimos 10 anos, está sempre conquistando. É diferente do Atlético, que necessita de um título importante, primeira vez que chega a uma final de Copa Libertadores. Tem um gosto diferente. Eu, por ser de Minas, torcedor do clube, estar no meu retorno, sentirei uma sensação completamente diferente.
L!Net: Já imaginou a festa da Massa caso o título se concretize?
É sempre bom ter os pés nos chão. Faltam dois jogos para corar o trabalho na Libertadores. Mas caso isso acontecer, Belo Horizonte vai ficar pequeno, vai ser um mar preto e branco. Belo Horizonte ficará preto e branca, de norte a sul, de leste a oeste.
L!Net: Difícil imaginar mesmo como será a comemoração, não?
É, acredito que poderá ser parecido com a conquista da Copa do Mundo de 2002, que eu vivi em Brasília, mas, agora, preto e branco. Espero que a gente feche dessa forma.

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