domingo, 23 de dezembro de 2018

Larghi projeta futuro e culpa desmanche do time por oscilação do Galo Antes de assumir outro clube, Larghi vai para a Europa em busca de mais especialização Gláucio Castro | @supernoticiafm 28/10/18 - 07h00 Foram 49 jogos como interino e efetivo do Atlético, sendo 23 vitórias 12 empates e 14 derrotas. Com 55% de aproveitamento, acabou demitido. Substituído por Levir Culpi, Thiago Larghi não esconde que foi pego de surpresa e explica que gostaria de dar sequência ao trabalho. Estudioso, o treinador de 38 anos revela que não recebeu proposta da diretoria para reassumir o cargo de auxiliar técnico e acredita que a mudança de jogadores no meio da temporada comprometeu o trabalho. Antes de assumir outro clube, Larghi vai para a Europa em busca de mais especialização. Como estão sendo esses dias após sua saída do Atlético? Primeiramente procurei fazer uma avaliação de tudo que aconteceu. Foi um ano bastante difícil em que a gente trabalhou muito desde o primeiro semestre com o acúmulo de jogos. Passamos por reformulação quando muitos jogadores saíram, outros, que estavam disponíveis, chegaram, mas sem grandes investimentos. Então acho que foi uma avaliação positiva pois terminamos a parada da Copa em segundo lugar e atingimos a primeira metade do Brasileiro dentro da meta. Mas com o alto nível da competição faltou um entrosamento melhor na segunda parte, mas conseguimos manter o clube na zona de classificação da Libertadores que era a meta. Já conseguiu apontar seus erros e acertos? É difícil isolar um fator apenas. O futebol são vários componentes, jogadores, entrosamento. Mas o que eu gostaria mesmo era de ter tido um pouco mais de tempo com os jogadores que chegaram e que talvez um ou outro poderia ter uma resposta um pouco mais rápida para a gente manter o nível que gente vinha mantendo no primeiro semestre. Muitas contratações foram questionadas. Qual sua participação nas negociações? Acho que eles (a diretoria) sabiam o que tinham que fazer porque eles têm o conhecimento financeiro do clube. A nós cabia os cuidados técnicos. É difícil comparar o nível de um jogador com outro em nível financeiro na hora das contratações porque não é nosso papel. Essa tomada de decisão é da diretoria. A gente só é capaz de avaliar o aspecto técnico do atleta. Mas você acha que algum jogador ficou abaixo do esperado?Acho que os jovens que chegaram podem render mais e precisam render mais diante da grandeza que é o Atlético e o que se espera de resultado deles. Por que você não quis permanecer no Atlético reassumindo o cargo de auxiliar técnico? Eles não fizeram nenhuma proposta. Eu vi até alguma coisa disso saindo da imprensa, mas em nenhum momento isso me foi oferecido. Se tivesse sido, você teria ficado? Com certeza eu conversaria para ver o que o clube queria também precisaria saber do profissional que viria. Isso era questão de conversar. O fato é que cheguei ao Atlético no ano passado, quando o time estava a dois pontos da zona de rebaixamento, e conseguimos tirar da 14ª posição e terminar na nona. E esse ano trabalhamos o tempo todo dentro da zona de Libertadores. A expectativa era continuar, sobreviver a esse ano, classificar para a Libertadores porque isso é importante até em termos de receita. Infelizmente não pegamos esse benefício do ano passado. Esse ano foi duro mas saímos de cabeça erguida. Você acha que você pagou o pato de uma diretoria que pregou austeridade e não abriu os cofres para contratar? Acho que a troca de jogadores de fato prejudicou. O entrosamento que a gente tinha com a parada da Copa, com os jogadores que a gente tinha, a gente foi prejudicado com as mazelas do futebol brasileiro. Você se sentiu traído pela diretoria que praticamente acertou com Levir na hora do almoço antes mesmo de te demitir? Sai magoado? Acho que na vida a gente tem que tirar as coisas boas. Tenho muita gratidão pelo clube, pela diretoria, pela torcida. O respaldo que tenho na rua, o apoio do torcedor é nítido. Eles viram o trabalho que foi feito principalmente no primeiro semestre quando a gente tinha um padrão de um time. Depois, com a cabeça um pouco mais fresca, o torcedor entendeu as dificuldades que tivemos e ainda assim conseguimos manter o time na zona de classificação. A torcida tem menos paciência com treinadores novatos do que com medalhões? Em relação à torcida e boa parte da diretoria, eu acho que sim, pelo histórico que eles têm. Mas acho que os jogadores hoje em dia reconhecem um trabalho quando ele é bem feito. Eles valorizam o que é bem feito. O grupo do Atlético precisa se reforçar para o ano que vem, mas tem uma base boa. Você vivenciou vários atos de indisciplina com jogadores que reclamavam ao ser substituídos. Acha que faltou respeito dos jogadores por você ser novato e também respaldo da diretoria?Acho que não. Acho que o comportamento dos jogadores é resultado dos problemas que eles estão vivendo no momento. Outro dia teve o caso do Diego (Alves), goleiro do Flamengo, que não viajou com a delegação. Já aconteceu com o Dorival Júnior, que é experiente. Acho que isso pode acontecer com qualquer treinador, independentemente da idade. Houve pressão em algum momento para você escalar os times no Atlético? Eu respondi isso na época e volto a afirmar que desconheço esse fato. Ter assumido logo em sua primeira experiência como treinador um clube grande como o Atlético pode ter atrapalhado de alguma maneira? Eu me preparei bem para isso nas experiências como auxiliar, meu trabalho na seleção brasileira me capacitou bastante, fiz estágios na Europa e isso tudo me ajudou a crescer e me formar. Como apareceu a oportunidade, eu acho que estava preparado e o papel foi bem feito pelas dificuldades do ano que foi muito complicado. O que o Thiago Larghi planeja para o futuro? Estou em vista de fazer cursos e estágios na Europa agora no fim do ano e voltar no ano que vem.

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