terça-feira, 25 de dezembro de 2018

Galo pode vender Diamond para quitar dívidas e sanar crise financeira Diretoria tem projeto para a venda da outra metade do complexo de compras; estudo precisa ser apresentado e aprovado pelo conselho Bernardo Lacerda, Fernando Martins y Miguel e Thiago Nogueira | @Supernoticiafm 07/11/18 - 06h40 A situação financeira do Atlético é crítica. A avaliação é do próprio presidente do clube, Sérgio Sette Câmara. A solução para o problema não é simples. Mas, para o clube se livrar de parte ou totalmente dos cerca de R$ 580 milhões da dívida, segundo levantamento do departamento financeiro alvinegro, a saída pode estar nas mãos do conselho deliberativo. Segundo apurou o Super FC, o clube tem estudos em mãos que comprovam que a quitação das dívidas com a venda de um grande patrimônio pode surtir bons efeitos no futebol. A alternativa mais viável é vender a outra metade do shopping Diamond Mall, localizado no bairro de Lourdes, região Centro-Sul de Belo Horizonte. Em setembro do ano passado, o conselho deliberativo aprovou a venda de 50,1% do centro comercial para a Multiplan, que já administrava o complexo. Pela negociação, o Atlético recebeu R$ 250 milhões, valor que será utilizado integralmente na construção da Arena MRV, o futuro estádio atleticano. O projeto está em fase final de aprovação pelos órgãos estaduais e municipais. O objetivo agora é colocar o assunto em discussão no conselho nos próximos meses. Não é algo a curto prazo. E, de toda forma, para aprovar a venda de um patrimônio, é preciso o aval de dois terços dos conselheiros. A própria Multiplan é uma potencial interessada na compra. Os valores reais da outra parte do Diamond Mall precisariam ser avaliados e dependem de novos indicativos de mercado, ou seja, não custaria os mesmo R$ 250 milhões de 2017. O dinheiro levantado seria utilizado praticamente em sua totalidade para pagar as dívidas de ações que o Atlético tem na Justiça, além de dizimar o passivo tributário que assola o clube. Para se ter uma ideia, em setembro, o clube pagou cerca de R$ 5 milhões somente em impostos, fato que fez com que atrasasse os salários dos jogadores profissionais. Segundo auditoria contratada pelo clube, cujo resultado será apresentado em reunião no conselho ainda neste mês, o Atlético paga cerca de R$ 50 milhões de juros anuais. Em defesa da proposta Em entrevista ao Super FC na terça-feira, O diretor financeiro do Atlético, Carlos Fabel, admite que a saída financeira do clube pode passar pela venda de parte do patrimônio. "Eu como técnico de finanças, não tem outro caminho, se você não tomar outra providência, daqui um tempo, seu patrimônio que é 3 contra 1 de dívida, vira 1 contra 3 de dívida", disse. Ele destaca que essa é uma decisão colegiada. "Não estou dizendo que vai ser o Diamond, ou outro patrimônio, mas o conselheiro precisa abraçar esta causa. O Atlético tem a faca e o queijo na mão para ser saneado, lógico, que criando regras para não endividar novamente. Mas é uma dívida de 30 anos. Mas esses juros da dívida que giram em torno de R$ 50 milhões são impagáveis", reforçou o diretor atleticano que mostra preocupação com a atual situação vivida pelo Galo. A questão é explicar bem a proposta aos conselheiros. "Temos que chegar no conselheiro e dizer que um desenho interessante seria tentar negociar a outra metade do Diamond. Imagina o Atlético, daqui a dois ou três anos, sem dívida e com o estádio, rendendo R$ 150 milhões por mês? Vai ter um time forte demais", destaca Fabel. O presidente Sérgio Sette Câmara evita falar abertamente sobre esse planejamento, já que necessita de uma reunião extraordinária para a apreciação e votação do tema no conselho. Ele, no entanto, já deu indícios do que poderá fazê-lo. "O Atlético tem um patrimônio muito grande, muito superior à dívida do clube. E temos conselheiros brilhantes, cabeças que serão convocadas para nos ajudar a encontrar o melhor caminho", disse o presidente na última semana. "Formar um time competitivo demanda também você ter uma saúde financeira boa, e isso eu não encontrei. Todas as contratações feitas, à exceção do Chará, foram à base 'vem pelo salário", ressaltou o dirigente atleticano.

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