quarta-feira, 6 de janeiro de 2016
Sem escolha
Atlético passa a definir os atletas para as coletivas de imprensa
Decisão foi tomada em comum acordo entre presidência, diretoria de futebol, jogadores e assessoria
Leo Silva acredita que mudança vai dar oportunidade para todos os atletas do elenco
PUBLICADO EM 06/01/16 - 09h17
Thiago Nogueira
@super_fc
O Atlético inicia 2016 com uma mudança na política de entrevistas coletivas na Cidade do Galo. Antes, os jornalistas que compareciam ao CT elegiam os atletas que iriam falar mas, a partir desta temporada, os entrevistados serão escolhidos previamente pela a assessoria de imprensa do clube.
O costume de definir por votos os jogadores que irão conversar com a imprensa é uma prática adotada há vários anos pelos times mineiros, uma maneira democrática que evita o favorecimento a um ou outro veículo.
Mas, nos últimos anos, as assessorias de imprensa de grandes clubes no país – especialmente em praças como São Paulo e Rio de Janeiro – passaram a escolher os entrevistados, informando com certa antecedência quem iria falar. A conduta também é adotada pela assessoria da seleção brasileira e de outras agremiações pelo mundo.
O diretor de comunicação do clube, Domênico Bhering, explicou que a decisão foi tomada em comum acordo entre presidência, diretoria de futebol, jogadores e assessoria.
“Não queremos cercear o direito de ninguém. O Atlético é um time conhecido, também, pelo ótimo relacionamento com a imprensa. Acho que o Galo é o último clube no Brasil a adotar esse critério. Mudará muito pouco. Não estamos copiando ninguém, até porque lá fora, na maioria dos clubes, a imprensa, muitas vezes, nem tem acesso aos treinamentos”, destacou.
Encarar câmeras e microfones não é uma tarefa que agrada os jogadores. Pelo contrário. A maioria não gosta. Zagueiro e capitão do Atlético, Leonardo Silva vê a mudança como positiva.
“Acho interessante. É uma decisão tomada em comum acordo com o presidente e com os atletas. Isso vai valorizar todo o elenco. Sei que vai dar certo. Esperamos que vocês entendam bem. Vai ser legal”, afirmou Leonardo, se dirigindo aos repórteres.
Para os jornalistas, a decisão do clube pode privar o público de informações mais completas. "É uma forma do clube se precaver em relação a algum assunto. Mas, para a imprensa e para os torcedores, esse tipo de conduta é ruim, já que, assuntos do dia ou a grande novidade do dia podem não ser abordados de maneira correta”, opinou o repórter da TV Esporte Interativo, Luciano Dias.
Na terça-feira, por exemplo, um nome para a coletiva seria o do atacante André, que se reapresentou ao clube, mas desperta o interesse de outras equipes – neste caso, mesmo se escolhido, a direção poderia também dizer que o jogador não falaria com a imprensa. No segundo dia de treinos no Galo, os jogadores escolhidos para a coletiva foram Leonardo Silva e Lucas Cândido.
“Sinceramente, não vejo muita alteração neste novo formato. Pode atrapalhar em momentos pontuais, quando existir alguma polêmica ou a informação de um determinado atleta em alguma negociação. Mas, no geral, não vai prejudicar muito”, ponderou o repórter da Rádio Inconfidência, Léo Gomide.
O Cruzeiro, cujos jogadores se reapresentam nesta quarta-feira, na Toca da Raposa II, a assessoria ainda não comunicou qualquer alteração na escolha dos jogadores para as coletivas de imprensa. No América, por enquanto, nada muda.
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