segunda-feira, 25 de janeiro de 2016

24/01/2016 08h05 - Atualizado em 24/01/2016 08h05 Carlos justifica baixo rendimento e garante: "Esse ano não tem desculpa" Com Diego Aguirre, atacante vai voltar a atuar na sua posição de origem, como centroavante, onde sempre se destacou nas categorias de base do Atlético-MG Por Guilherme Frossard (*)Belo Horizonte Dois gols nas cinco primeiras partidas como profissional, seguidos de uma sequência grande de jogos sem balançar as redes. Dois gols em uma só partida, contra o rival Cruzeiro, seguidos de várias críticas sobre suas finalizações. A trajetória do atacante Carlos no profissional do Atlético-MG, até aqui, é marcada por altos e baixos. Desde a estreia, em 2013, até agora, Carlos tem oscilado entre boas atuações e maus jogos, e ainda não conseguiu se firmar no time. Agora, com Diego Aguirre, ele promete que tudo vai ser diferente. Mais uma temporada está começando e, junto com ela, mais uma oportunidade de mostrar ao torcedor atleticano a qualidade que sempre demonstrou na base – Carlos foi artilheiro em todas as categorias que passou até chegar ao profissional. Mas por que agora seria diferente? Qual mudança seria necessária para a volta do bom futebol do garoto, hoje com 20 anos? A resposta pode estar no posicionamento dele em campo. Nas categorias de base, Carlos sempre atuou como centroavante e marcou muitos gols. No profissional, chegou a jogar na posição de origem, mas, na maioria das vezes, fez outra função. No esquema de jogo do Atlético-MG, Carlos teve mais oportunidades com Levir Culpi, jogando pelas pontas do campo, com obrigação de voltar para ajudar na marcação pelas laterais. Segundo ele, isso fez toda a diferença e atrapalhou seu rendimento. Carlos revelou uma conversa que teve com Diego Aguirre, que perguntou em qual posição do campo ele se sente melhor. Agora, ele está ansioso por voltar a atuar como centroavante e conseguir fazer uma temporada muito melhor do que as anteriores. - O treinador me chamou e me perguntou onde me sinto melhor para jogar. Disse a ele que é de centroavante. Esse ano vai ser melhor que o ano retrasado e o ano passado, porque agora eu vou estar na posição que me sinto bem jogando. O treinador está me dando muita confiança. Ano passado eu joguei mais, só que não foi na minha posição. Esse ano o pouco que eu jogar na minha posição, acho que eu vou dar mais retorno. De acordo com Carlos, o desgaste físico de atuar pelas pontas o prejudicou, já que ele chegava ao ataque sem força para marcar os gols. Ele admitiu que perdeu muitas oportunidades na última temporada, o que foi a principal crítica da torcida sobre seu futebol, mas garante que não foi por falta de treinamento. - Perdi muita oportunidade sim, mas não vou dizer que era porque não treinei, porque todo dia eu estava treinando (finalizações). Na ponta, eu marcava muito e, quando o time estava com a bola, puxando algum contra-ataque, geralmente eu estava muito atrás, então não tinha oportunidade de gol. Quando eu chegava ao ataque, não tinha mais perna, estava cansado. Agora, de centroavante, quando estou com a bola, estou mais descansado. Nem todas você vai jogar como você joga na sua posição. Se você é atacante, nem sempre você vai jogar bem na lateral. Tem que observar bem, pra pessoa não ser queimada também. Carlos Carlos também comentou sobre a mudança de posicionamento de alguns jogadores que vêm das categorias de base. Isso aconteceu, por exemplo, com Bernard. Quando subiu ao elenco principal alvinegro, em 2011, chegou a atuar na lateral direita, sob comando de Dorival Júnior, e não conseguiu se firmar. Quando voltou a jogar na posição de origem, como atacante, fez gols e se firmou no time atleticano. Segundo Carlos, mudar o jogador de posição no início da carreira como profissional pode ser prejudicial, já que nem sempre ele vai conseguir atuar com a mesma qualidade que atuava na posição de origem. Para ele, Aguirre tem um cuidado especial para não cometer este erro. - Depende da posição também (o rendimento), porque nem todas você vai jogar como você joga na sua posição. Se você é atacante, nem sempre você vai jogar bem na lateral, então você subindo da base não vai ser aquele cara que era. Eu ouvia “subiu pra fazer gol e não está fazendo”, mas tem que olhar a posição. Tem que observar bem, pra pessoa não ser queimada também. Eu vejo que ele (Aguirre) é um treinador que não gosta de explorar o jogador, não gosta de colocar na posição que não é da pessoa. Vejo que ele tem um cuidado mais especial. Concorrente e conselheiro: Lucas Pratto Já que Carlos vai voltar a atuar como centroavante, a concorrência dentro do time mudou. Se antes disputava vaga no time com os atacantes velocistas que atuam pelas pontas, como Luan e Thiago Ribeiro, agora disputa uma vaga com Lucas Pratto. Carlos sabe que a concorrência é grande, mas elogia o companheiro, que sempre o ajuda nos treinamentos. Lucas Pratto, do Atlético-MG (Foto: Bruno Cantini/CAM) Lucas Pratto é o dono da camisa nove do Galo (Foto: Bruno Cantini/CAM) - Ele (Pratto) me passa as instruções, sempre está conversando comigo. Agora estava treinando ali, me explicando onde tinha que ir, onde tinha que marcar. Ele está sempre me orientando. É uma disputa de gente grande. Pra ser titular na vaga do Pratto é complicado. Mas ele merece ser titular, não é a toa que ele está aí. Minha disputa vai ser mais difícil, mas eu sei que quando tiver oportunidade vou aproveitar. Essa posição é a que sempre joguei. Agora eu sei que meu rendimento vai ser melhor. Com a camisa atleticana, Carlos já fez 78 jogos e marcou 16 gols. Em 2016, ele promete aumentar o número de vezes de redes balançadas e mostrar para Diego Aguirre e para o torcedor atleticano sua qualidade. - Esse ano não tem desculpa, esse ano vai virar sim, eles vão ver que esse ano vai ser diferente. Eles (torcedores) vão ver no jogo que eu não estou tão lá atrás, já estou mais na frente. Agora vou ter a oportunidade de jogar na minha posição, e vou aproveitar pra poder mostrar para o treinador que ali é meu lugar. Mesmo sendo reserva de Lucas Pratto, Carlos deve ter muitas oportunidades de atuar nesta temporada, já que o Atlético-MG tem muitos jogos pela frente, e Diego Aguirre vai precisar usar a maioria dos jogadores. O Galo pode jogar até seis campeonatos: Primeira Liga, Campeonato Mineiro, Taça Libertadores, Campeonato Brasileiro e Copa do Brasil. E, quem sabe, o Mundial de Clubes no fim de ano. (*) Sob supervisão de Gabriel Duarte.

Nenhum comentário: