segunda-feira, 7 de maio de 2012
Ficou tudo para o último capítulo
O Atlético vencia por 1 a 0 e estava com a mão na taça até os acréscimos. Mas o América tanto insistiu que conseguiu fazer 1 a 1 e manteve a decisão em suspenso
Roger Dias - Estado de Minas
O equilíbrio de ações e o empenho até os últimos instantes da partida permitiram tanto aos jogadores do América quanto os do Atlético continuarem a sonhar com o título mineiro de 2012 e em salvar o primeiro semestre, manchado pela eliminação de ambos da Copa do Brasil pelo Goiás. Depois do justo empate por 1 a 1 ontem à tarde, no Independência, no primeiro jogo das finais, o campeão estadual será coroado domingo, novamente no Horto, com promessa de novas emoções.
Havia expectativa em relação ao comportamento do Galo menos de 72 horas depois da eliminação na Copa do Brasil. O time seria capaz de cuidar do lado psicológico e voltar a se concentrar na segunda missão da temporada, a conquista do Mineiro? Em certos momentos do jogo, o nervosismo e a ansiedade foram visíveis. O jovem Bernard cometia faltas desnecessárias. André praticamente sumiu no primeiro tempo. Richarlyson, intimidado pelas vaias, errou quase tudo que tentou fazer. Por outro lado, os americanos chegaram confiantes em repetir a façanha da eliminação do Cruzeiro nas semifinais e querendo se aproveitar do abalo na autoestima do adversário.
O novo Independência teve seu primeiro jogo à luz do dia, mas parte dos refletores foi acesa. O brilho das luzes, porém, não se refletiu no campo. O razoável público deveria ser premiado com grande desempenho dos jogadores, em vez de trapalhadas, erros de passes, faltas duras e chutões para as cadeiras, que comprometeram a beleza do espetáculo. Os técnicos estudaram muito o esquema tático do outro e o que se viu foi uma partida de marcação, truncada no meio-campo. Se as laterais fossem mais usadas, provavelmente haveria mais gols.
As torcidas se provocaram de maneira sadia em relação à posse do novo palco do futebol mineiro. Se o Coelho manteve o símbolo e as cores no estádio, o Galo fez acordo com a empresa BWA para explorá-lo comercialmente. O fator casa torna-se nulo nas finais do Estadual, o que deixa o futebol mais emocionante, dramático e imprevisível.
Era esperado que o América explorasse as falhas alvinegras, a exemplo do que fez o Goiás, quinta-feira. O time de Cuca começou tímido e desinteressado, parecendo satisfeito com a igualdade. Uma das exceções, o atacante Guilherme sabia que faltava inspiração à equipe: “Não entramos para empatar. A vantagem de dois empates para ser campeões é nossa, mas temos qualidade para vencer o jogo”.
O ex-cruzeirense estava certo. O Atlético depois mostrou maior capacidade de decidir o clássico, mesmo com a grande disciplina tática do time de Givanildo Oliveira. O próprio Guilherme, além de Bernard, André e Mancini, poderia ter decidido a partida, pois perderam boas chances. Os goleiros se mostraram em dia inspirado, sobretudo Neneca, com pelo menos três defesas difíceis, evitando a derrota.
EMOÇÕES Depois de primeiro tempo truncado e com poucas emoções, o segundo teve momentos de brilho e drama. As equipes arriscaram mais e o jogo ganhou em velocidade e dinamismo. Cuca precisava alterar o padrão tático atleticano, mas não dispunha de tantas opções no banco. No momento-chave da partida, o ex-santista André apareceu. Depois de cobrança de escanteio, Réver desviou e o atacante, sem marcação, mandou para o fundo das redes. Foi seu 10º e último gol no Estadual, porque ele levou o terceiro cartão amarelo e está fora da finalíssima, não podendo alcançar o cruzeirense Wellington Paulista (11) na artilharia da competição.
Quando os torcedores já deixavam o estádio com a certeza de que o Atlético estava com as mãos na taça, o Coelho acordou e melhorou sua situação em relação ao último jogo. O capixaba Bruno Meneghel deu as caras em dois lances cruciais. No primeiro, parou um contra-ataque com falta em Carlos César. No apagar das luzes, ele brilhou. Depois de escanteio na direita, beneficiou-se de bate e rebate na área e marcou. Era para ser um dia de empate pelo que os finalistas produziram. O 1 a 1 acabou sendo justo.
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