terça-feira, 20 de fevereiro de 2018

Atleticana que mora na Paraíba vai realizar o sonho de ver o Galo de perto pela 1ª vez Apaixonada pelo Atlético-MG desde criança, paraibana vai ao Estádio Almeidão nesta quarta-feira para assistir à partida do seu time de coração contra o Botafogo-PB, pela Copa do Brasil Por Lucas Barros, João Pessoa 20/02/2018 16h13 Atualizado há 4 horas Luíza Farias é daquelas torcedoras apaixonadas, que chega até a passar mal com uma derrota a ponto de precisar ser internada. Fanática pelo Atlético-MG desde criança, a paraibana vive um caso de amor bem distante: são quase 2.500km entre João Pessoa, onde ela mora, e Belo Horizonte. Ela não tem nenhuma raiz mineira e nunca teve a chance de ver um jogo do Galo de perto. Mas a primeira vez tem data marcada: dia 21 de fevereiro, nesta quarta-feira, quando os mineiros enfrentam o Botafogo-PB pela segunda fase da Copa do Brasil, em João Pessoa. - Quando soube que iria ser esse jogo, demorou para a ficha cair. É muito difícil ter essa relação longe. Estou muito ansiosa e tudo que faço é pensando no dia 21 de fevereiro - afirmou Luíza. Ela trabalha em uma agência de publicidade, na capital paraibana, das 9h às 19h. Mas o chefe de Luíza já autorizou a sua folga no dia do jogo. Na madrugada desta terça-feira, a atleticana conseguiu acompanhar o desembarque do time em um hotel, no bairro de Manaíra, em João Pessoa. - Não estou nem acreditando que eles foram tão legais, tão educados. A expectativa que a gente estava era muito grande. Estou muito feliz - comemorou. Fã de Otero e Fábio Santos, Luíza esperava encontrar com os ídolos. Mas em especial o carinho pelo venezuelano é diferenciado. O motivo para admirar a dupla é "simples". - Pela atuação deles e por chamar a responsabilidade para si. Pode estar a crise que for e eles são muito responsáveis nas entrevistas. Têm muita vontade de crescer e também dar títulos para nós. Isso me deixa muito confiante neles. Mas, se for para conhecer, tirar uma foto, ter uma camisa, com certeza seria de Otero - disse, momentos antes da chegada do Galo à Paraíba. A publicitária realizou o sonho logo depois e conseguiu uma foto com Otero. Após o registro, ela não escondeu a emoção, com a voz um pouco embargada. - Tirei com Tomás Andrade, Fábio Santos e, claro, com Otero. Senti muita falta de tirar uma foto com Victor, mas acredito que vá aparecer uma oportunidade - afirmou. A garota de 22 anos sabe que o duelo será complicado. Justamente pelo fato de o Atlético-MG ter passado por uma turbulência com a atuação contra o Atlético-AC, na primeira fase da Copa do Brasil, e também com a demissão de Oswaldo de Oliveira. Enquanto o Botafogo-PB está invicto na temporada, sem perder há 12 jogos. - Não quero saber se vai vir com treinador, sem treinador, com titular ou sem titular. Com presidente, com crise, não quero mais saber de nada disso. Eu só quero ver o Clube Atlético Mineiro, no Almeidão, ponto. Sei que vai ser um jogo difícil. O Galo está muito frágil por causa de várias circunstâncias e o Botafogo irá para cima, encarando como jogo da vida - projetou. Momentos marcantes A Copa do Brasil de 2014 foi algo inesquecível para Luíza. Mas a Libertadores de 2013 é algo que não sai da memória. Além de ser um título continental - quando superou o Olímpia, do Paraguai, na final -, o contexto da história torna o título ainda mais marcante. A publicitária estava em um evento da igreja católica: a Jornada Mundial da Juventude (JMJ), em Copacabana, no Rio de Janeiro. E, quando terminou, Luíza saiu comemorando no meio da rua. - A gente sempre nadava, nadava e morria na praia. Sempre ficava nas cabeças, mas nunca levava. A conquista daquela Libertadores foi para mostrar que temos condições de ganhar. Um feito para lavar a alma. Mudou nossa história. Me lembro que no dia da decisão da Libertadores, eu estava em Copacabana com os peregrinos da JMJ. Quando o Atlético ganhou, parecia final de Copa do Mundo com todo mundo se abraçando. Tinha um pessoal mineiro também. Saí no meio da rua ensinando os gringos a gritar: "Galooooo!". Foi muito bom. O amor pelo Galo Luíza de Farias é daquelas torcedoras de passar mal. Em um jogo da Libertadores de 2016, depois da derrota para o Libertad, do Paraguai, por 1 a 0, a paraibana precisou de atendimento médico. - Minha pressão estava muito alta e estava tendo enxaqueca. Por isso fiquei internada. Passei mal no trabalho e meus amigos precisaram me levar para o hospital. Nascida em Teixeira, no interior da Paraíba, Luíza se tornou obcecada pelo Atlético-MG ainda criança. A publicitária já comemorou o aniversário de 5 anos com o escudo do clube ao fundo. Esse amor pelo Galo passou de pai para filha. O avô dela era cruzeirense. - Meu avô era cruzeirense. Mas meu pai acabou se encantando pela camisa do Galo, quando enfrentou o Cruzeiro, e ficou torcendo. Faz mais de 30 anos isso. Chegaram a presentear ele naquele tempo com outras camisas, mas não teve jeito - relembrou. - Atlético e Cruzeiro se enfrentaram e o Atlético venceu o jogo. Comecei a mexer com ele: "Meu time ganhou". Nunca tinha visto o Atlético, só conhecia o Atlético pelo rádio. Não sabia nem como era o escudo. Só sabia que a camisa era branca e preta e comecei a torcer por isso - relembrou João Farias, pai de Luíza. Nem na festa de formatura, Luíza esqueceu o Atlético-MG. Na hora da valsa, lá estava ela com adereços do time do coração mostrando para todo mundo. E tinha mais um porém para se cobrir: o vestido era azul. - Quando fui dançar a valsa, lá estava eu com a bandeira e também uma faixa que temos de campeão da Libertadores de 2013. Meu irmão, que dançou comigo, estava com uma camisa do Galo por debaixo do paletó também - finalizou.

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