Reencontro com boas lembranças Estreia do Galo no renovado Independência é encarada de maneira especial por quem atuou no velho Horto. Treino de hoje já será no local do jogo contra o Goiás Roger Dias - Estado de Minas Publicação:02/05/2012 09:48 Atualização:02/05/2012 09:51 A saga do Atlético em busca de conquistas importantes terá novo capítulo diante do Goiás amanhã, às 21h50, no Independência, no jogo de volta das oitavas de final da Copa do Brasil. Em sua volta a Belo Horizonte, o Galo reencontrará a massa e estreará na novíssima arena do Horto, toda renovada e com estrutura de estádios europeus. A nova casa do Galo será apresentada a jogadores e torcedores, mas para os atletas alvinegros que já atuaram no estádio, antes da remodelação, a experiência será especial. Do grupo atual, o armador Mancini, o zagueiro Lima e o armador Danilinho já disputaram jogos no Independência pelo time do Galo. O lateral-direito Marcos Rocha, o volante Serginho e o atacante Guilherme também já atuaram lá, mas pelas categorias de base. A última partida do alvinegro no Horto foi em 6 de abril de 2008. O time foi derrotado pelo Guarani (Divinópolis) por 3 a 2, pelo Estadual, quando era comandado por Geninho. O retorno é aguardado com certa ansiedade por todos, considerando que o clube teve constantes prejuízos de público nos jogos na Arena do Jacaré, em Sete Lagoas. “A vantagem é a torcida a favor, pois ela joga junto com o time e nos incentiva sem parar. Agora, vemos que a venda de ingressos é intensa, o que nos deixa ainda mais animados em busca da classificação”, afirma Mancini. No começo da última década, Mancini brilhou pelo Galo, chegou à Seleção Brasileira e se transferiu para o futebol europeu. Ele afirma ter vivido muitos momentos especiais no estádio. “Quando chegamos às quartas de final do Brasileiro em 2002, conseguimos ótima sequência de quatro vitórias consecutivas no Independência. É um estádio charmoso, que ficou bonito e será nossa casa daqui para frente. Esperamos agora dar sorte contra o Goiás e, principalmente, atacá-los com sabedoria, organização e segurança”, diz o armador, provável substituto de Bernard, suspenso pela expulsão no duelo de ida, em Goiânia. As condições seriam muito favoráveis caso o alvinegro não tivesse a obrigação de mostrar bom futebol e vencer por três gols de vantagem para passar de fase. Se ganhar por 2 a 0, a disputa será nos pênaltis. Se a responsabilidade de receber a torcida com bela atuação surge como pressão extra, os jogadores se mantêm otimistas. Eliminação precoce diante dos esmeraldinos nem passa pela cabeça de nenhum deles, já que o planejamento da diretoria, comissão técnica e atletas é ver a equipe em alta nas duas competições do primeiro semestre: a Copa do Brasil e o Campeonato Mineiro. CONDIÇÕES FÍSICAS Hoje, às 17h30, o Atlético faz o treino de reconhecimento do gramado da nova arena. Cuca comandará um treino tático e avaliará as condições físicas dos jogadores. O zagueiro Rafael Marques, recuperado de edema na coxa esquerda, está à disposição, mas o treinador deve manter a dupla Lima e Réver, já que eles foram bem no triunfo sobre o Tupi (1 a 0), pelo Estadual. No primeiro coletivo da semana, ontem à tarde, na Cidade do Galo, Cuca escalou a formação de frente com Escudero, Mancini, Danilinho e André. Em seguida, substituiu o argentino por Neto Berola para agilizar os contra-ataques. Ele não deu pistas de qual formação adotará, mas sabe que o Atlético precisa ser ofensivo desde o início. “Estamos criando muitas oportunidades e a bola não entra. Precisamos corrigir isso urgentemente”, frisa o técnico, que comandou exaustivo treino de finalizações ontem com a presença de Carlos César, Richarlyson, Pierre, Danilinho, Escudero, Mancini e André. O adversário Carrasco dos mineiros Depois de eliminar o América na fase anterior da Copa do Brasil, o Goiás considera-se preparado para administrar a vantagem e eliminar outro mineiro, desta vez o Atlético. O time esmeraldino vem a Belo Horizonte embalado por seis vitórias consecutivas, sendo duas pelo Campeonato Goiano. Na última, goleou o rival Vila Nova-GO (3 a 0) no Serra Dourada, e se classificou à decisão contra o Atlético-GO. Ontem pela manhã, o técnico Enderson Moreira comandou o último treino antes do embarque para a capital mineira. O armador Thiago Humberto, com dor na perna esquerda, não joga e David e Felipe Amorim disputam a vaga. Já o lateral-esquerdo Egídio reclama de dor no tornozelo, mas não deve ser problema para a partida. MEMÓRIA DESPEDIDA COM CHAVE DE OURO O auge de Mancini no Atlético foi no Campeonato Brasileiro de 2002, quando ele foi o artilheiro do Atlético, com 15 gols – até hoje, é o defensor que mais marcou pela equipe na Série A. Na vitória sobre o Gama por 6 a 4, em 13 de novembro daquele ano, sua última partida no Independência, ele balançou as redes duas vezes. Os outros gols do Galo foram de Kim e Renaldo (3). Nem, Rodriguinho, Dimba e Anderson Barbosa descontaram para o alviverde. O público do jogo foi de 15.783 pagantes. Comandado por Geninho, o Atlético chegaria às quartas de final do Brasileiro, mas acabaria eliminado pelo Corinthians com derrotas por 6 a 2, no Mineirão, e 2 a 1, no Morumbi. E MAIS... MAIS UM GAROTO O armador Henrique, de 18 anos, foi promovido do time júnior a pedido de Cuca. Mineiro de Santa Rita do Sapucaí, o jogador chegou ao Galo em 2010, vindo do Internacional, e estava sendo preparado pelo técnico da base Rogério Micale. O garoto recebeu elogio de Cuca no primeiro treino com o grupo alvinegro e não será surpresa se for relacionado para a partida contra o Goiás. NO CAMPO O atacante Guilherme deixou o departamento médico e fez corrida leve na manhã de ontem, na Cidade do Galo. Se estiver em boas condições físicas, pode treinar com o restante da equipe a partir de sexta-feira e se tornar opção diante do América, na final do Mineiro. Ele teve estiramento na panturrilha esquerda e desfalcou o time alvinegro nas últimas quatro partidas.