domingo, 9 de setembro de 2018
Saída conturbada e retorno financeiro: Fred renderá R$ 2,8 milhões ao Atlético
Venda do meia do Shakhtar Donetsk, da Ucrânia, para o Manchester United, da Inglaterra, por R$ 240 milhões, foi anunciada nesta terça-feira
Bruno Trindade | @SuperFC
05/06/18 - 18h53
Após uma saída conturbada, em 2009, quando era uma jovem promessa de 16 anos, o meia Fred dará um retorno financeiro para o Atlético, clube pelo qual jogou por seis anos nas categorias de base. Vendido nesta terça-feira do Shakhtar Donetsk, da Ucrânia, para o Manchester United, da Inglaterra, por € 55 milhões (R$ 240 milhões), o jogador renderá ao clube mineiro R$ 2,8 milhões. Isso ocorrerá graças ao mecanismo de solidariedade da Fifa, que destina uma porcentagem aos clubes formadores. Apesar da grana extra, os atleticanos poderiam comemorar muito mais: primeiro por contar com o talento de Fred no elenco profissional e, segundo, por ganhar a maior parte da quantia, caso ele fosse jogador do alvinegro.
A sua saída do Atlético, um pouco mal explicada à época, foi cercada de polêmicas. O presidente atleticano era Alexandre Kalil, que acusou Assis, irmão de Ronaldinho Gaúcho que levou Fred para o Porto Alegre, e o Internacional, clube que tornou o meia profissional, de aliciarem o jogador.
A diretoria atual do Galo foi procurada e disse que se tratava de uma outra diretoria e de uma política diferente da base e que, por isso, não comentará o assunto. Assis, contatado pela reportagem, não atendeu aos telefonemas. O prefeito Alexandre Kalil, pela agenda atribulada, não foi encontrado para falar sobre o caso.
Informações obtidas pela reportagem do Super FC dão conta de que o teto da base atleticana, em 2009, era de R$ 2 mil. Como Fred queria ganhar um pouco mais em seu primeiro contrato profissional, o então coordenador da base atleticana à época, André Figueiredo, não aceitou exceder a quantia e Fred seguiu para o Sul do país. Procurado, Figueiredo não foi encontrado, pois estaria em uma viagem ao Rio de Janeiro.
Em entrevista recente ao Super FC, após ser convocado para a Copa do Mundo da Rússia, de 2018, o meia lamentou a saída precoce do clube mineiro e disse que o Galo poderia ter se esforçado um pouco mais para mantê-lo em Belo Horizonte.
“Fiquei muito chateado porque realmente era pouca coisa. Nunca tinha assinado um contrato e seria meu primeiro. O Atlético segurou um pouco, podia ter liberado uma verba, mas acho que faz parte do futebol. Eu tive uma proposta boa de Porto Alegre, do time do Assis, acabei indo para lá e, logo depois, eu fui para o Internacional, clube onde eu fui muito feliz também. Porém, claro que fiquei chateado. Belo Horizonte era minha cidade, era um time que eu torcia desde a infância, queria permanecer no Galo”, disse Fred, que espera poder voltar um dia.
“Agora, eu vejo que essas coisas fazem parte da vida de um jogador. Quem sabe um dia eu ainda possa voltar a atuar em Belo Horizonte”, cogita o jogador.
PAGAMENTO. O Atlético deverá receber a quantia do mecanismo de solidariedade da Fifa em 30 dias após o pagamento do valor da transferência. Mas, para isso, o Galo precisa apresentar documentos que comprovem a passagem de Fred pela base atleticana. Se, mesmo assim, o Shakhtar Donetsk, da Ucrânia, não repassar o dinheiro, será aberto um processo na Câmara de Resolução de Disputas da FIFA para resolver o assunto.
Fred chegou no Atlético aos 10 anos, em 2003, e saiu em 2009, pouco antes de completar 16 anos.
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