terça-feira, 22 de agosto de 2017

ETERNO Roberto Abras e Pequetito destacam Willy Gonser: "culto e honesto" Companheiros na trajetória do "mais completo do Brasil" relembram histórias e destacam a índole e o conhecimento do ex-narrador PUBLICADO EM 22/08/17 - 11h42 Da Redação @SuperFC Em seus quase 60 anos dedicados ao rádio, Willy Gonser não deixou apenas narrações icônicas, mas também grandes amigos. É o caso de Roberto Abras, Osvaldo Reis, o “Pequetito”, e Artur Morais, que fizeram questão de lembrar do “mais completo do Brasil” longe dos microfones. Companheiro desde 1979, quando Willy deixou o Rio de Janeiro para ingressar na Rádio Itatiaia, Roberto Abras fez questão de destacar a índole e os conhecimentos do narrador. “Resumiria o Willy da seguinte forma: cultura e honestidade. O Willy era muito culto. Lia demais, buscava se atualizar. Nos perdíamos em conversas com ele, pois sabia muito. Sobre honestidade, eu nunca vi igual. Nunca admitiu jabá, não era chegado ao luxo, usava roupa comum, amava a natureza”, afirma. Em suas memórias, um jogo em especial marcou Abras. Em agosto de 1983, o Atlético enfrentaria a Roma, no Estádio Olímpico, na capital italiana, em um jogo que marcou a transferência de Cerezo para os Lobos. Em uma época na qual as transmissões televisivas fora do país eram escassas, coube a Willy transmitir o que se passava no duelo. Com um detalhe: sem ver um lance da partida. “Colocaram o Willy em uma cabine na qual ele não via absolutamente nada. Sem nenhuma outra opção, eu fazia gestos, do gramado, e ele narrava, imaginando como estava a partida. Quando saía gol, e foram quatro na partida (terminou empatado por 2 a 2), eu vibrava para ele entender. No fim, deu tudo certo”, relembra. “Um papa” Para o narrador da Rádio Super Notícias FM, Osvaldo Reis, o “Pequetito”, Willy era um exemplo para o rádio esportivo brasileiro. “O Willy era um papa. Dava aula para a gente. Trabalhei com ele entre 2006 e 2010, na TV Horizonte, onde ele era comentarista. Às vezes ficava calado, só escutando o que ele tinha para dizer. Ele era grande exemplo para qualquer um que trabalhava no jornalismo”, explica. Pequetito relembra de um dos casos contados pelo seu companheiro de TV Horizonte. “O Willy teve bons casos. Afinal, cobriu 11 Copas do Mundo. Não é para qualquer um. Lembro dele comentando sobre o Mundial de 1962, no Chile, quando estava na Rádio Gaúcha e subia nos postes para enrolar os cabos para conseguir transmitir. Naquela época não tínhamos toda essa estrutura”, comenta. Artur Moraes, por sua vez, destacou a forma como Willy era querido mesmo em meio à rivalidade. “Willy era o verdadeiro romantismo do rádio brasileiro, um locutor nato e culto. Como poucos na imprensa nacional, era respeitado por todas as torcidas. Embora sua paixão tenha sido pelo Grêmio e pelo Atlético, ele sabia respeitar as paixões de todas as torcidas”, comentou.

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