sexta-feira, 11 de agosto de 2017

"Erre! Tente! Faça!": Micale pede ousadia ao Galo, mesmo com confiança em baixa Em função do momento da equipe, jogadas estão ficando "previsíveis", e atletas precisam arriscar mais: "São ações que geram desequilíbrio no adversário" Por Guilherme Frossard, de Belo Horizonte 11/08/2017 13h38 Atualizado há 12 horas Pense na seguinte situação: você é jogador de futebol, o time está pressionado, em uma péssima fase, não ganha em casa há cinco jogos, acaba de ser eliminado de duas competições e tem uma torcida cheia de agonia na arquibancada. Você recebe a bola na entrada da área e está marcado por um lateral, um volante e um zagueiro. Tem duas opções: partir para cima dos adversários e tentar uma jogada individual - com o risco de perder a bola - ou dar um passe seguro, para o companheiro do lado. Pelas circunstâncias, a tendência é que você escolha a segunda opção. O Atlético-MG está vivendo exatamente esta situação. Um time sem confiança, com atletas que se destacaram na carreira com jogadas individuais, mas estão optando por lances de segurança. E isso tem feito falta. Valdívia, por exemplo, é um deles. E concorda com o diagnóstico. - Às vezes estamos sozinhos com a bola, e tem lateral, volante e zagueiro cercando. Aí fica difícil entrar na defesa. É juntar mais gente ali na frente para atacar, tentar o passe mais em direção ao gol, parar de tocar para o lado. É errar 10 vezes, mas sabemos que uma vai dar certo. Muito papo, pouca bola É exatamente neste sentido que Rogério Micale tem trabalhado com os jogadores. Nesta sexta, por exemplo, ele conversou com os atletas por um longo tempo. E o papo foi de confiança. O recado é claro: não tem problema errar, o problema é não tentar. - Passa por isso, sim. Quando você vive momento de intranquilidade, lógico que fica mais inseguro para realizar algumas ações. Mas são justamente essas ações que vão gerar desequilíbrio no adversário. Pelo momento, você opta por não errar e começa a se tornar previsível. Aquilo que você tem como maior virtude, não se coloca em prática, porque tem medo de errar e do que pode causar em relação ao que está em volta. A função da comissão técnica é passar confiança. Erre! Tente! Faça! Só assim vamos furar defesas bem postadas. Se não houver essa noção de que é preciso tentar para poder acertar, não se limitar a não tentar, você está ferrado do mesmo jeito. Se acertar, pode errar dez vezes, mas é melhor. Esteja leve, mesmo com ambiente que não está favorável - finalizou o treinador atleticano.

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