sexta-feira, 11 de agosto de 2017

Decepcionante G-6 é a meta, mas fugir do Z-4 é o real desafio Com um elenco recheado de jogadores caros, o “título” do Galo na temporada seria uma vaga na Libertadores do ano que vem PUBLICADO EM 11/08/17 - 03h00 Gláucio Castro e Thiago Nogueira @superfc O Atlético terá 19 jogos para tentar fechar a temporada de uma maneira menos decepcionante. Cinco pontos separam o time do G-6 do Brasileirão e quatro da zona de rebaixamento. Após as eliminações precoces para o Botafogo, na Copa do Brasil, e diante do modesto Jorge Wilstermann-BOL, nas oitavas de final da Libertadores, conquistar uma vaga na disputa internacional do ano que vem virou obrigação, como deixou claro o presidente Daniel Nepomuceno. Mas, antes disso, os comandados de Rogério Micale terão a missão de afastar o temido fantasma do rebaixamento. Com um time recheado de jogadores caros, como Fred, Robinho e Elias, o Atlético ainda não conseguiu o mínimo padrão esperado e conquistou apenas o Campeonato Mineiro. Quando foi testado em partidas que exigiram mais, o Galo decepcionou e deu adeus aos torneios mata-matas. Os resultados ruins, inclusive, deixam os bastidores do clube em ebulição, o que adiou as discussões da construção do estádio próprio no conselho. A situação também pode provocar mudanças no rumo da eleição, no fim do ano e que teria Nepomuceno como candidato natural à reeleição. Para o professor do departamento de matemática da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Gilcione Notato, um dos responsáveis pelo site Probabilidades no Futebol, a próxima sequência de jogos será decisiva para as pretensões alvinegras. “Se não voltar a vencer, principalmente como mandante, o Atlético pode entrar na zona de rebaixamento e naquela espiral negativa de não conseguir mais sair. Fica sempre aquela desculpa de que a competição é longa mas, agora, poucos jogos. Não tem mais tempo a perder”, alerta. Para ele, os pontos desperdiçados em seus domínios foram decisivos para o alvinegro ocupar a 15ª posição. “O Atlético é o pior mandante ao lado do Vitória e do Atlético-GO, que estão na zona de rebaixamento. Isso é uma situação inadmissível para um clube que sempre teve um time que dominava em casa”, completa Gilcione. Lições. Em 30 pontos como mandante, o Atlético conquistou apenas oito, números que deixam o Galo bem distante do título. Para a coach especializada em esportes da Sociedade Brasileira de Coach, Fernanda Chaud Passarin, é normal o abatimento num momento de derrota, mas é preciso olhar para os resultados adversos como uma forma de se fortalecer. “O título não deve ser o único objetivo. É preciso pensar também no legado que o trabalho vai deixar para outras gerações e também tirar lições desta derrota para alcançar a próxima meta”, explica Fernanda. Números 2 vitórias apenas como mandante tem o Galo no Campeonato Brasileiro 27% de aproveitamento em casa soma o time, o mesmo que Vitória e Atlético-GO 5 jogos sem vencer em casa, marca que supera até fase ruim de 2011 Jogadores buscam respostas para explicar má fase do time Agora não tem mais jeito. O sonho do Atlético de conquistar um grande título foi adiado para 2018. Eliminado da Libertadores e da Copa do Brasil, o Galo agora foca suas atenções no Brasileirão. Apesar da proximidade com o Z-4, os jogadores afirmam que a briga do alvinegro será por uma vaga na Libertadores, já que o título ficou praticamente impossível. “Nossa briga hoje é pelo G-6. Se pensarmos em Z-4, vamos perder nosso foco, que é um objetivo maior. A gente vem conversando sobre isso porque o segundo turno tem que ser diferente. O campeonato que disputamos hoje é o G-6, pois o título ficou muito distante. Temos que focar o G-6 para conseguirmos a vaga na Libertadores. Já são cinco anos de participação seguidos, e a Libertadores já entrou no calendário da torcida atleticana”, disse o lateral Marcos Rocha. O jogador evitou falar em falta de planejamento e disse que o problema vem sendo o mau momento técnico que o time vive. “A gente não está vivendo um momento bom. A equipe está correndo, dedicando-se, mas tecnicamente não estamos vivendo uma boa fase. Se existisse uma solução (imediata), íamos sair perguntando para todo mundo para resolvermos os problemas”, afirma. O volante Rafael Carioca diz que as vitórias trarão confiança e que irão possibilitar a briga na parte de cima da tabela. “O nosso principal objetivo é vencer para tirar a desconfiança. É fazer o nosso papel em casa e vencer o Flamengo”, declarou o jogador. (Bruno Trindade) Competições. Tendo Roger Machado como comandante, o Galo começou o ano vidrado na Copa Libertadores, um torneio diferente neste ano, mais espaçado no calendário. Aos trancos e barrancos, acabou sendo o melhor da primeira fase, o que, somado ao título do Mineiro, acabou maquiando os defeitos da equipe. Também apostando em um título de tiro curto, como é a Copa do Brasil, acabou deixando de lado o Campeonato Brasileiro. Os pontos perdidos em casa no primeiro turno pressionaram o treinador, que acabou demitido. Rogério Micale, um técnico quase caseiro e com pouca bagagem, foi chamado para apagar o incêndio. Elenco. Quando os reforços, especialmente Elias, foram anunciados, de fato, a diretoria recebeu mais elogios do que críticas. Mas, Felipe Santana, Rafael Moura, Danilo, Adilson, Marlone, Valdívia e Roger Bernardo ainda não renderam o esperado. Nenhum deles conseguiu a titularidade plena. Ao mesmo tempo, o time perdeu muitos homens de frente, como Maicosuel, Pratto, Hyuri, Carlos, Clayton, Dátolo, embora só o argentino fosse titular. Daí sobrou para os mais velhos, como Robinho, Fred, Léo Silva, Victor e Marcos Rocha segurarem a barra, mas produtividade e lesões melaram os planos. Frases Nossa meta é manter esse elenco, é reforçar esse elenco. E acreditar ao máximo na capacidade técnica do Roger para poder reforçar de uma maneira muito objetiva e que sempre leve o Atlético a trazer os melhores jogadores e que venha para ser titular. Entrevista no dia 7.1.2017 O time cresceu na hora certa, mostrou que tem banco, tem elenco, e que está preparado para ganhar a Copa do Brasil, o Brasileirão e a Libertadores. Entrevista no dia 7.5.2017 Nossa meta é sempre fabricar novos talentos ou trazer jogadores que sejam menos valorizados e se valorizem para colocar dinheiro em caixa. Entrevista no dia 20.6.2017 Eu não considero o ataque de forma nenhuma fraco. Eu não posso de forma nenhuma responsabilizar um ou outro jogador por ter perdido os jogos que seria obrigação ganhar. Entrevista no dia 20.6.2017 São cinco participações seguidas. Não tem como essa equipe ficar fora do G-6. Daniel Nepomuceno Entrevista no dia 9.8.2017 Apoio a Robinho A torcida se empolgou quando Robinho entrou no lugar de Luan, aos 16 minutos do segundo tempo da partida contra o Jorge Wilstermann. A esperança era de que o Rei das Pedaladas reeditasse suas grandes atuações pelo Galo. Mas isso não ocorreu, e o jogador voltou a ser criticado pela Massa. Mas o jogador tem recebido apoio dos companheiros de grupo. “O Robinho é um jogador experiente. Estamos procurando dar tranquilidade a ele, levar energia positiva. Sempre passamos que ele pode decidir a nosso favor”, disse Marcos Rocha. Acordo adiado Atlético e Minas Arena tinham fechado um pacote de três jogos para o Mineirão: Corinthians, Jorge Wilstermann e Flamengo. A diretoria do Galo, no entanto, desistiu de mandar o jogo contra a equipe rubro-negra no Gigante (o duelo vai acontecer neste domingo, às 16h, no Independência). O Mineirão, então, pediu esclarecimentos ao clube, o que poderia render um multa por quebra contratual. Porém, o Atlético informou que a relação com a empresa tem sido boa e que o terceiro jogo no estádio pode acontecer numa outra oportunidade.

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