domingo, 25 de dezembro de 2016

Grupo político: chave do Galo na Libertadores tem clubes com cartolas ligados ao poder público Frederico Ribeiro fmachado@hojeemdia.com.br 23/12/2016 - 06h00 - Atualizado 08h43 Futebol e política são ingredientes isolados que, constantemente, estão na mesma receita. No caso do Grupo 6 da Copa Libertadores de 2017, três das quatro equipes que irão se enfrentar possuem ligações estreitas com a vida pública. No Atlético, o presidente Daniel Nepomuceno é um político de carreira em Belo Horizonte. No terceiro mandato como vereador (que se encerra neste mês), se acostumou a dividir a agenda entre os compromissos na Câmara Municipal e no clube. Na própria Conmebol, Nepomuceno tem ótimo relacionamento com a cúpula sul-americana. Foi porta-voz da entidade, para a mídia brasileira, quando a Libertadores sofreu as alterações no sistema de disputa. Alexandre Kalil, antecessor de Nepomuceno, venceu a corrida para a prefeitura de Belo Horizonte e convidou o atual mandatário alvinegro para compor uma das pastas do secretariado. Daniel comandará o Desenvolvimento. “Eu preciso voltar a fazer o meu papel público que sempre fiz”, afirmou Nepomuceno, após o jogo que decretou o vice-campeonato atleticano na Copa do Brasil no último dia 7, contra o Grêmio. EQUIPO DEL PRESIDENTE O Atlético, apesar da evidente ligação política de seus comandantes, fica atrás do Libertad. O clube paraguaio ficou rotulado por ser o time de coração de Nicolás Leóz, ex-presidente da Conmebol (1986-2013), afastado após escândalos de corrupção. Se Léoz está nas sombras, o Libertad segue andando nas mãos do poder político. O atual presidente do Paraguai, Horacio Cartes, presidiu o Libertad antes de assumir o comando do país. E ainda tem muita influência nos bastidores. Cartes, inclusive, foi um dos homenageados pela Conmebol na cerimônia dos sorteios. Ele foi agraciado com uma medalha de “dirigente em destaque”. EVO NO ATAQUE Na Bolívia, o Sport Boys surgiu para o futebol profissional nesta década. Apesar de ter conseguido a incrível façanha de ser campeão nacional, o feito que fez o clube ganhar destaque mundial foi também nos meandros da política. O presidente Evo Morales foi anunciado como reforço do time de Warnes em 2014. A estratégia causou alvoroço, mas foi como fogo de palha. Evo jamais chegou a entrar em campo pelo Toro e afirmou, na época, que não teria condições de atuar. Já o Godoy Cruz é a equipe mais afastada da vida pública no Grupo 6. A pequena agremiação de Mendoza não tem ligações políticas exacerbadas. O clube é comandado por José Mansur, um empresário do setor privado, que praticamente administra o Godoy solitariamente. A única relação entre o time argentino e a política é a paixão do governador de Mendoza, Alfredo Cornejo, que promete viajar para acompanhar a equipe na terceira Copa Libertadores de sua história.

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