terça-feira, 20 de setembro de 2016

20/09/2016 12h24 - Atualizado em 20/09/2016 12h38 Estádio, defesa, Dryworld e reeleição: entrevista com Daniel Nepomuceno Presidente do Atlético-MG é o convidado do Camarote PFC, do canal Premiere FC, e fala ainda sobre a disputa pela reeleição, que vai ocorrer na próxima temporada Por GloboEsporte.comBelo Horizonte Em entrevista para o programa Camarote PFC, do canal Premiere FC, o presidente do Atlético-MG, Daniel Nepomuceno, abriu o jogo sobre a vida de dirigente do clube e falou sobre várias situações que tem vivenciado no cargo. Daniel comentou sobre a parceria com a Dryworld, que está estremecida por causa dos problemas enfrentados pela empresa canadense. Além disso, também comentou sobre a possibilidade de construir o estádio para a equipe alvinegra e a busca por reforços, citando a dificuldade de se encontrar zagueiros no mercado. Sobre o acordo que o Atlético-MG tem com a Dryworld, Nepomuceno disse que a parceria foi muito boa em termos financeiros para o time alvinegro. Todavia afirmou que não pode ficar refém das falhas de distribuição e logística para entrega do material. - Se tem algo que sai da minha capacidade de gestão é a entrega de material. E quando tem falha na entrega, primeiro para o torcedor, e até mesmo para o clube, me preocupa muito. Eu não estou lá dentro. Não tenho a gestão de mandar fabricar, de entregar, de logística. Mas não posso ficar refém. É o maior problema que está acontecendo agora. Quero deixar uma coisa bem clara: o Atlético sempre vai buscar um contrato maior, um parceiro. O material apresentado foi de altíssima qualidade, o contrato foi bem feito. Nos ajudou, contratualmente, a reforçar o time. Mas a gente não pode ficar refém. Sobre a construção de um estádio para o time, ele disse que os antigos projetos não são viáveis. Para Nepomuceno, a construção de uma casa com a identidade alvinegra é necessária, até para garantir que os torcedores continuarão a frequentar o estádio, mesmo com a facilidade de assistir as partidas em casa. Só falta o estádio próprio, que é algo que eu persisto nesse projeto. Time grande tem que ter estádio. Dentro de casa, já arrumamos tudo e somos referência. Não só na parte física, mas toda a diretoria, a imprensa, os convidados. O público tem media alta e enxuta, então só falta realmente aquele estádio para o torcedor ir lá e reconhecer o que é 100% do time Daniel Nepomuceno - É a nossa casa, não adianta investir num carro sendo que sua casa está um lixo. É onde descansa. Mineiro gosta da cozinha, quando vai em uma casa quer ver a cozinha primeiro. Mostre como está acolhedora, que terá bons amigos em casa. Isso só falta o estádio próprio, que é algo que eu persisto nesse projeto. Time grande tem que ter estádio. Dentro de casa, já arrumamos tudo e somos referência. Não só na parte física, mas toda a diretoria, a imprensa, os convidados. O público tem media alta e enxuta, então só falta realmente aquele estádio para o torcedor ir lá e reconhecer o que é 100% do time. Para conseguir isso, o presidente atleticano acredita que o caminho é trabalhar ações com o sócio do clube. - Tem que cativar o sócio torcedor para ele ser um parceiro fixo e encher a arena. Quando faz na casa dos outros, a logística fica muito mais distante. Tem que colocar nome e sobrenome daquele sócio que quer permanecer, as pessoas vão pagar menos para ver o jogo. Tem que estar atento a esse mercado. Como você explica ter um elenco que eu tenho, aumentar a receita com venda de camisa, o ticket médio é o mesmo ou mais baixo, a dificuldade de atrair o torcedor? O tempo é escasso, o torcedor quer passar um tempo com a família e ter acesso ao futebol mais confortável. Tem que trabalhar como uma experiência, como maneira de fidelização. Depois da derrota de virada por 4 a 2 para o Fluminense, há três rodadas, a defesa foi muito criticada pelos torcedores. Descartando a possibilidade de contratação neste ano, Daniel falou sobre a dificuldade que vem encontrando para conseguir zagueiros no mercado. - Só (vamos contratar este ano) se aparecer algum atleta que brigou com um clube, que esteja atuando, para a gente contratar. O problema da zaga acontece no mundo inteiro. É difícil achar zagueiro. Eu sou cobrado muito desde o começo do ano. Não é uma posição simples de achar. No futebol tem esses ciclos. Tem época que não encontra zagueiro. Agora tem dois anos que a gente avalia o mercado, e os clubes pedem valores fora da realidade para negociar. Não é simples. Estamos de olho há bastante tempo. O Atlético, nos últimos anos, revelou nomes interessantes. Estou muito voltado para dentro de casa, para poder forçar e evoluir os nossos zagueiros novos, rodar eles no mercado, para que possam suprir essa carência. No comando do Galo há um ano e meio, Daniel evitou falar sobre uma possível reeleição para o comando do clube no final de 2017. Por enquanto, o foco do dirigente é apenas neste seu mandato em vigor. - É muito cedo (para pensar em novo mandato). Acho que uma coisa que aprendi no futebol é pensar no dia seguinte, não tem o direito de pensar a distancia por que minha cabeça hoje é no jogo de quinta, nos atletas voltarem o planejamento que fazemos com contratações, e outros projetos maiores. Tem que ser focando no mandato, no ano. Um ano e meio de mandato é muito tempo, é muita coisa que passa até lá. Está distante essa realidade. Na luta pelo título do Campeonato Brasileiro, Nepomuceno falou ainda sobre a contratação de Robinho e Fred, essenciais para o bom desempenho do time na competição. O presidente atleticano explicou que estuda e tem todo um trabalho por trás de cada contratação. Não tenho a gestão de mandar fabricar, de entregar, de logística. Mas não posso ficar refém. É o maior problema que está acontecendo agora. Quero deixar uma coisa bem clara: o Atlético sempre vai buscar um contrato maior, um parceiro. O material apresentado foi de altíssima qualidade, o contrato foi bem feito. Nos ajudou, contratualmente, a reforçar o time. Mas a gente não pode ficar refém Daniel Nepomuceno sobre a Dryworld - Artilheiro e vice artilheiro do Brasileirão (Robinho e Fred). Me surpreende muito quando traz um atleta que já provou que quer jogar e falam que não vai dar certo, como não vai dar certo? Por quê? A gente não acorda e fala “pensei em trazer o Robinho”. A gente trabalha, acompanha, conversa, tem um profissional ali por trás. Eu acho que o futebol ideal é ter um terço que você traz da sua base, que você trabalha, produz e acompanha o rendimento. Um elenco para não mexer em algum anos. E um terço de contratações de alto nível para, justamente, quando o jogador que você provou ter habilidade chegar e jogar. Para Daniel Nepomuceno, o que não se pode fazer é tentar formar uma equipe no meio da temporada, trazendo jogadores de vários países diferentes, o que prejudicaria a preparação e a formação de uma equipe coesa. - Quando faz isso tem o período de adaptação que não é simples, não é uma máquina. Estavam jogando em outro ritmo e calendário, e demora um tempo para a engrenagem funcionar, e o torcedor não tem paciência. Chega e machuca, por quê? Por que precisa desse timing. O torcedor confia muito mais no que é bom, do que no que o mercado estoura como promessa. Tem que ter cuidado e paciência com promessa. Por último, Nepomuceno falou ainda sobre a necessidade de viver o clube 24 horas por dia, e não apenas durante uma partida ou entrevista. Segundo ele, é importante viver o clube a todos os momentos para saber vivenciar o cargo de dirigente e saber em quais peças apostar. - A parte mais difícil é ter que abdicar de tudo, do seu trabalho e da família- tenho dos filhos novos que exigem a presença do pai- para ficar 100% pelo clube. As pessoas não tem ideia que o presidente do clube vive o clube 24h, não são só 90 minutos, ou esse momento que estamos conversando sobre o Atlético. Nós vivemos 100% e tem que ser assim. Não tem tempo para desfocar em nenhum momento, e acho que a grande dificuldade é essa: ficar dedicando o tempo todo ao clube. Tem que ter um feeling de dirigente, não pode separar da vida pessoal. Tem que bater e acreditar, eu acredito neles. Olho no olho e saber se as duas partes querem o mesmo objetivo. Não é um mercado simples é complexo, mas os dois tem que querer vestir a camisa do Galo. Dirigente do Galo, Daniel Nepomuceno foi o convidado do Camarote PFC (Foto: Reprodução / Premiere FC) Daniel Nepomuceno foi o convidado do Camarote PFC (Foto: Reprodução / Premiere FC) +

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