quarta-feira, 17 de abril de 2019

Demissões: Galo acumula 69 meses de 'contrato rompido' com treinadores Desde 2014 que todos os treinadores do Atlético são demitidos antes de terminar o contrato; acordos evitam prejuízos financeiros ainda maiores Thiago Nogueira e Frederico Ribeiro | @SuperNoticiaFM 17/04/19 - 06h00 Nos últimos anos, a instabilidade do cargo de treinador do Atlético não causou só prejuízos técnicos, mas também financeiros. Desde a saída de Cuca no fim de 2013, o último comandante não demitido pela diretoria, o Galo teve nove profissionais na função, considerando as duas passagens de Levir Culpi. Numa conta do Super FC, o alvinegro teria que pagar, salvo acordo entre as partes, o equivalente a 5 anos e 9 meses de salários a treinadores que já não colocam os pés na Cidade do Galo. Todo contrato firmado com um jogador ou um treinador é feito por prazo determinado. Quando o trato é desfeito, normalmente por iniciativa do clube, o técnico tem direito a receber seus vencimentos mensais pelo restante do vínculo. Entretanto, acordos de cavalheiros e cláusulas no contrato aliviam o peso econômico da "máquina de moer" técnicos do clube alvinegro. No distrate, costuma-se faz um acordo, que sai bem para ambas as partes e evita questionamentos jurídicos. Até 2011, a legislação dizia que, se um clube quisesse dispensar um profissional, poderia pegar o montante a receber, dividir por dois, e quitar a dívida com o treinador à vista ou em parcelas, dependendo das cifras salariais. Quando demitiu Dorival Junior, naquele ano de mudança da lei, por exemplo, o Galo fez um acordo de pagar em 16 vezes a multa do técnico. Em 2011, a lei mudou, obrigando a agremiação a pagar o valor integral do contrato, o que, no entanto, não impede acordos individuais para o pagamento dos salários devidos. No Atlético, houve nove quebras de contrato nos últimos seis anos. Diego Cinco no mesmo ano. Aguirre, por exemplo, aceitou o convite do clube para dois anos de trabalho, mas ficou apenas cinco meses. Resultado: a diretoria atleticana teve que negociar o que seriam 19 meses de pagamento de salário para o treinador que havia retornado ao Uruguai. Aguirre, Marcelo Oliveira, Roger Machado e Rogério Micale iniciaram seus trabalhos em momentos distintos, mas todos os contratos - alguns mais longos, outros mais curtos - acabariam em dezembro de 2017. Contudo, nenhum deles chegou até lá. Em determinado momento, além de pagar pelo período acordado para esses treinadores, o Atlético ainda arcava com os salários de Oswaldo de Oliveira, treinador empregado no último trimestre daquele ano. No caso de Micale, com salário baixo, o campeão olímpico saiu do Galo recebendo apenas mais um salário extra de "multa" e não onerou ainda mais a folha. Entretanto, no ano passado, a diretoria do Atlético finalizou a temporada 2018 pagando Oswaldo de Oliveira, Thiago Larghi (demitidos) e Levir Culpi, que foi sacado do comando neste mês e, segundo apurou o Super FC, seu contrato não previa pagamento de multa, apenas as verbas rescisórias contumazes (13º salário, férias...). Confira o período para o qual o treinador foi contratado, quando acabou dispensado e o restante de meses devidos (não considera 13º salário): Paulo Autuori Período contratado: jan-dez/2014 Saiu: abril/2014 = 8 meses devidos Levir Culpi Período contratado: abri-dez/2014 Renova jan-dez/2015 Saiu nov/2015 = 1 mês devido Diego Aguirre Período contratado: jan/2016-dez/2017 Saiu mai/2016 = 19 meses devidos Marcelo Oliveira Período contratado: jun/2016-dez/2017 Saiu nov/2016 = 13 meses devidos Roger Machado Período contratado: dez/2016-dez/2017 Saiu jul/2017 = 5 meses devidos Rogério Micale Período contratado: jul/2017-dez/2017 Saiu set/2017 = 3 meses devidos Oswaldo de Oliveira Período contratado: set/2017-dez/2018 Saiu fev/2018 = 10 meses devidos Thiago Larghi Período contratado: fev/2018-jun/2018 (interino) / jun/2018-dez/2018 (efetivo) Saiu out/2018 = 2 meses devidos Levir Culpi Período contratado: out/2018-dez/2019 SAIU abr/2019 = 8 meses devidos TOTAL de meses devidos = 69 meses = 5 anos e 9 meses

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