segunda-feira, 27 de agosto de 2018

Prova de fogo para os treinadores no clássico deste domingo no Horto Torcidas estão de olho no trabalho dos técnicos; um quer superar revés na Raposa, e outro pode se consolidar no Galo Partida será importante para efetivação de Thiago Larghi na liderança do Atlético Foto: Bruno Cantini/Atlético Mano busca vitória para melhorar o clima após derrota na Libertadores Josias Pereira e Wallace Graciano | @superfc 04/03/18 - 03h00 A velha máxima do futebol diz que um clássico costuma consagrar os jogadores que nele se destacam. Porém, o duelo de hoje, que terá início às 11h, no Independência, e será válido pela 9ª rodada do Campeonato Mineiro, tem como ingrediente mais evidenciado a possibilidade de que Thiago Larghi e Mano Menezes, comandantes de Atlético e Cruzeiro, respectivamente, mudem o panorama junto aos torcedores. De um lado, o jovem Thiago Larghi, atualmente técnico interino do Atlético, tenta dar um argumento a mais para que a diretoria alvinegra tenha a confiança de efetivá-lo. Na Cidade do Galo, inclusive, correram boatos durante a semana de que uma possível boa apresentação contra o Cruzeiro seria carimbo necessário para essa homologação. Do outro, Mano Menezes ainda tenta tirar da memória da torcida estrelada as amargas derrotas para o rival. No ano passado, ele foi muito contestado pelo “nós táticos” que recebeu de Roger Machado na final do Mineiro e no turno do Brasileirão, tendo, inclusive, balançado nesse último. No returno do Nacional, ainda que vivendo a euforia pela conquista do pentacampeonato da Copa do Brasil, o treinador teve o dissabor de ver o time estrelado sendo derrotado de virada por 3 a 1. Ainda que viva sob a aura de interino, Thiago Larghi afirmou que é impossível não ter expectativa pelo confronto que se avizinha. Porém, o comandante alvinegro diz que sua equipe está preparada para encarar o arquirrival que, segundo ele, vem apresentando um bom futebol há tempos. “Certamente é uma partida bem difícil. Sabemos que temos um adversário qualificado. Porém, sabemos também que o grupo está consciente do que deve fazer, e temos a certeza de que podemos ter um bom trabalho. A expectativa é grande, mas vamos analisar o Cruzeiro com bastante atenção de detalhes, porque é uma equipe que apresenta variáveis muito grandes. Nossa equipe está estudando e preparando-se bem. Claro que a expectativa fica alta, porque é um jogo de grande demanda. Mas, com apoio da nossa torcida, que está vendo uma mobilização muito grande e deve encher o estádio, a gente acredita que vai ter uma força bem grande. Acreditamos na vitória”, analisou Thiago. Ainda que consagrado e com uma carreira incontestável, Mano Menezes sabe da singularidade de cada clássico e de sua importância para o torcedor celeste. Por isso, promete um Cruzeiro muito forte e envolvido, ainda que, para a tabela, o jogo tenha menor relevância do que tem para o arquirrival. “O clássico foi colocado neste momento da tabela exatamente para isso, para nos enfrentarmos, para nos avaliarmos, não só do lado de lá, mas do lado de cá, mesmo que neste momento ele não defina classificação, interfere lá na frente, quando nos enfrentarmos novamente. E o respeito com o torcedor que, sem dúvida nenhuma, sempre quer ganhar do seu maior rival. E nós vamos entrar em campo com esse objetivo, para continuarmos essa ótima campanha de início de temporada que estamos tendo”, definiu Mano. Provocações são bem encaradas por matador Basta uma semana de duelo entre Atlético e Cruzeiro ter início para surgir uma provocação aqui e outra acolá. Na última quinta-feira, os jogadores da Raposa cutucaram os alvinegros falando sobre favoritismo e impacto de torcida, o que foi bem recebido pelo centroavante Ricardo Oliveira, que exaltou o clima de rivalidade que paira no ar. “Pelos anos já vividos, vejo que é normal. Isso apimenta o clássico e sempre existiu. É normal surgirem algumas provocações. Faz parte de cada atleta, cada um fala o que quer, e todo mundo tem o direito de falar o que pensa. Mas, dentro de campo, é cada um defendendo seu time. Quero que esse clima fique para o espetáculo. Essas provocações são boas, apimentam, mas devem ficar restritas ao torcedor”, disse Ricardo. (WG) Larghi será o quarto interino nos últimos 20 anos A rivalidade entre Atlético e Cruzeiro é tão intensa que poucas vezes um dos lados arriscou-se em levar um interino para um clássico, como ocorrerá hoje com Thiago Larghi. Para se ter uma ideia, quando fazemos um recorte de 20 anos, somente em outras oportunidades, em 95 jogos, um lado teve um técnico provisório. A primeira delas ocorreu no dia 26 de maio 2002, pelo Supercampeonato Mineiro. À época, Marcelo Oliveira assumiu interinamente o posto, após Levir Culpi ser demitido. Ele, porém, não conseguiu evitar a derrota por 1 a 0. Em 29 de fevereiro de 2004, pelo Mineiro, Paulo César Gusmão teve a missão de substituir Vanderlei Luxemburgo. Em campo, Alex foi coadjuvante em um jogo que Tucho brilhou, com três gols na vitória do Galo por 5 a 3. Em 6 de maio de 2007, foi a vez de Emerson Ávila “apagar o incêndio” na Raposa, que, na semana anterior, havia sido goleada pelo arquirrival por 4 a 0, na ida da final do Campeonato Mineiro. Na volta, o Cruzeiro venceu por 2 a 0, mas o caneco ficou com o Galo. (WG) Favoritismo Respeito. Experiente, o zagueiro Léo rechaçou que a balança esteja favorável à Raposa. “Acredito que não. Clássico é clássico, de ambos os lados existe um respeito. Independentemente das últimas partidas, cada jogo é um jogo, todos nós, como profissionais, sabemos, e a gente espera fazer um bom duelo, imprimir o ritmo que vínhamos tendo e buscar uma grande vitória”, disse. Volta por cima. O defensor quer que a Raposa dê a volta por cima após o revés na Libertadores. “A derrota ensina muito, a gente passou por isso, e agora espera tomar isso como aprendizado”, completou. Horário Atípico. Ricardo Oliveira afirmou que não se sente muito bem com o horário de 11h. “Não gosto desse horário. Mudamos muito a rotina. Talvez para o torcedor e para a televisão seja bom, mas, para nós, é um horário que não é muito favorável, a gente pega o sol do meio-dia. Todos os torcedores querem espetáculo e, às vezes, não entendem as dificuldades”, afirmou o centroavante. Alimentação. Thiago Larghi confirmou que o horário altera até a refeição. “Não pode ser um café da manhã leve, mas não pode ser muito pesado. Mas temos um time bom de fisiologistas para nos guiar”, afirmou.

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