segunda-feira, 5 de junho de 2017
PUBLICADO EM 05/06/17 - 23h00
Thiago Nogueira e Leandro Cabido
@SUPERFC
A diretoria do Atlético já tem o plano de negócios de seu estádio formatado para apresentá-lo ao conselho deliberativo do clube nas próximas semanas. Mas afinal, como o Galo vai transformar o sonho da casa própria em realidade sem tirar dinheiro do orçamento do futebol?
O Super FC apurou os quatro pilares que fazem com que o Atlético tenha as garantias necessárias para chegar aos custos da obra, estimados em R$ 420 milhões. Vinte por cento dos recursos ou cerca de R$ 84 milhões serão captados de parceiras que pagarão luvas (algo semelhante ao que acontece na contratação de jogadores) para ter o direito de vender e/ou explorar seus produtos na nova arena.
O Atlético já acertou com empresas para as áreas de estacionamento, bebidas e alimentação que ficarão, respectivamente, a cargo da Estapar, da Ambev e da BRF Brasil. Elas terão direito de uso por 30 anos. A exploração comercial – quanto o Galo vai ganhar com a venda de cada copo de cerveja, de cada salgadinho ou do valor de cada veículo estacionado – ainda é fruto de discussão, que faz parte da operacionalização do estádio.
Outros 30% dos recursos, ou algo em torno de R$ 126 milhões, virão da venda dos naming rights. A MRV Engenharia, que cedeu o terreno para a construção do estádio no bairro Califórnia, região Noroeste da capital, se dispôs a assinar o nome da arena se o clube não conseguir negociá-lo com alguma outra empresa parceira.
O Atlético também vai contar com a colaboração de seus torcedores para conseguir os recursos. A pretensão da diretoria é colocar à venda 5.000 cadeiras cativas por R$ 30 mil cada, o que lhe garante recursos na casa dos R$ 150 milhões. O estádio terá capacidade para 40 mil torcedores. O projeto inicial da Farkasvölgyi Arquitetura previa 50 mil expectadores, mas a engenharia foi readequada e o centro de convenções minado para a diminuição de custos.
Para fechar a conta e conseguir os cerca de R$ 60 milhões necessários (15% restante da estimativa), o Atlético colocará o shopping Diamond Mall na jogada. A Multiplan, que administra o complexo, já sinalizou para um acordo que pode passar pela renovação do período de exploração.
A empresa construiu o shopping no antigo campo do Atlético, no bairro de Lourdes, e ganhou a gestão do espaço por 30 anos, tendo o clube o direito uma arrecadação progressiva do centro comercial ao longo do tempo. Só em 2016, o Diamond Mall rendeu R$ 9 milhões ao Galo. Inaugurado em 1996, o contrato termina em 2026.
São justamente essas as discussões que serão levadas pelo presidente Daniel Nepomuceno ao conselho deliberativo nas próximas semanas. A reunião extraordinária será convocada pelo presidente do conselho, Rodolfo Gropen.
O Banco BMG, outro parceiro do clube, vai apresentar as garantias bancárias para a obra.
ENTENDA
Preço da obra - R$ 420 milhões
Luvas* (estacionamento, bebidas e alimentos) - 20% - R$ 84 milhões
Naming rights - 30% - R$ 126 milhões
Cadeiras cativas** (5.000 a R$ 30 mil cada) - R$ 150 milhões - 35%
Diamond Mall*** - R$ 60 milhões - 15%
*Contrato de 30 anos
**Direito de uso por 15 anos
***Discussão do contrato de renovação com a Multiplan
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