quarta-feira, 28 de junho de 2017

Estádio, contratações, base e vendas: presidente comenta atual panorama Daniel Nepomuceno reitera confiança nos atletas da base, ressalta dificuldade para contratar zagueiro e garante a casa nova: "O conselho vai aprovar" Por GloboEsporte.com, de Belo Horizonte 28/06/2017 21h25 Atualizado há 5 minutos Construção de estádio próprio, contratação de Gustavo Blanco, necessidade de zagueiros, e mais e mais decisões pela frente. O Galo vive um daqueles momentos intensos da temporada. Trabalho extra para o presidente, Daniel Nepomuceno, que deu uma entrevista à Rádio Super Notícia nesta quarta-feira e fez um panorama da situação atleticana, do elenco e das novidades sobre a "casa nova". Na primeira pergunta, sobre o momento de altos e baixos do time, discursou com confiança. - Ano de disputar todos os títulos e ano de superação das dificuldades que estão vindo. Campeonatos difíceis, elenco bom, elenco que precisa estar mais motivado. Treinador que confio, torcida sempre presente apoiando. É o Galo, o Galo é isso. Temos que superar as dificuldades e manter o olhar no horizonte, porque vem coisa boa. Um dos assuntos principais da entrevista foi a construção do estádio próprio do Atlético-MG. O projeto será entregue aos conselheiros do clube nas próximas semanas e depende da aprovação para ser, de fato, construído. - Eu tenho total convicção de que o conselho vai aprovar, temos poucas semanas para apresentar (ao conselho). Tem mais de quatro anos que estamos trabalhando no projeto. Depois de tantos maus exemplos no Brasil, temos que fazer bem feito. Claro que gera ansiedade, mas temos estudado o máximo possível para fechar a conta e ter tranquilidade na apresentação. Daqui a pouco a gente apresenta, vamos precisar de dias de debate, não pode ser uma coisa rápida, não é hora de apressar. Vai chegar a hora certa de dar a boa notícia para a torcida, que a gente conseguiu, em uma conta sustentável, ter a nossa casa. A gente conseguiu chegar nessa equação, o torcedor vai ter boas surpresas. O nosso caso é melhor que o do Palmeiras (Arena Palmeiras), porque, além da receita da bilheteria, bares, restaurantes, também teremos dos eventos. Uma das polêmicas sobre o estádio envolve o Diamond Mall, shopping do Atlético-MG - sob administração de uma outra empresa - localizado na região centro-sul de Belo Horizonte. Questionado sobre a relação entre este patrimônio do clube e a construção da nova arena, Daniel pouco falou, mas deu a entender que o Diamond será envolvido na negociação. - A polêmica é justamente o shopping, o conselho fica preocupado com o patrimônio. Vou apresentar primeiro para o conselho, depois explico tudo. Vamos ganhar o estádio e um novo shopping também, mas não vou aprofundar. A grande preocupação é o Atlético não perder dinheiro, nem agora, nem daqui a 10 anos (quando o contrato com a empresa que administra termina), quando o Atlético tiver 100% do shopping (Diamond Mall). Demorou para fechar a conta. Tivemos que colocar parceiros que vão pagar grande parte dessa obra. Aí sim fechamos a equação. Não vai ter nada com pressa, vai ter tudo bem explicado. Vamos provar que é necessário e é uma oportunidade única a gente ter um estádio 100% nosso. Confira outros assuntos assuntos abordados pelo presidente na entrevista Independência e Mineirão - O nosso contrato, nossa parceria sempre foi com o Independência. Optei por jogar alguns jogos no Mineirão pela necessidade, pela questão de buscar o público maior. A gente fez vários testes. A grande questão que você esbarra é que, para encher o Mineirão, você precisa abaixar o ticket (preço). Abaixando o ticket, você perde o sócio-torcedor. Mineirão tem a prerrogativa de vender para um show, tem as datas que o Cruzeiro joga, não é tão simples. A casa do Atlético é o Independência. Lá conquistamos títulos, conseguimos uma boa média de público. Não jogo em estádio vazio. Passamos por semanas tensas, e a torcida sempre apoiou o time nos 90 minutos, mesmo querendo xingar, matar, estava ali nos 90 minutos. Isso faz diferença, acostumamos com isso. Basta você ver os jogos. Tirando o Corinthians, os estádios (grandes) ficam vazios. Elencos bons, tudo mais. A gente tem que respeitar o Independência, porque nos deu muita alegria. Daniel: Daniel: Conversas e cobranças de Roger Machado e Elenco - As conversas são de apoio e cobrança. Falei isso com a comissão e os jogadores. A obrigação é minha, mas a responsabilidade é de todos. No caso do Roger, tem o apoio do grupo, é um bom treinador, está entre os melhores, precisa de ter o apoio. A gente não pode, no momento ruim, se tornar torcedor e simplesmente acabar com um trabalho que você acredita. A vitória e a derrota andam muito juntos. A vitória esconde os defeitos, e a derrota potencializa demais. Se não tivéssemos deixado os dois pontos dos empates contra a Ponte e o Fluminense, estaria tudo ótimo, estaríamos em terceiro lugar, mas, na verdade, não estaria. Os problemas seriam os mesmos. Ficar cercando a zona de rebaixamento não está tudo péssimo. Temos que reconhecer o que está bom, manter o que está bom e identificar o que está ruim. Se você acredita no trabalho do profissional, tem que apoiar. O resultado muda muito o sentimento. Perdeu, está tudo errado. Ganhou, fica tudo ótimo. Desde 2012, ou (o Galo) foi campeão ou foi vice, em todos os anos. Glórias e expectativas de glórias todos os anos. Não entramos (nas competições) para G-4, entramos para decidir. Temos que acostumar com isso. Expectativa é de ganhar, não podemos esconder isso. Torcedor quer levantar a taça. A obrigação tem que ser minha, os jogadores e treinador têm a responsabilidade. Temos que ter a cabeça no lugar de pensar, em qualquer ação, se realmente vai trazer algo bom. Gustavo Blanco - Só falo de negociação depois do contrato assinado. Não está, não falo. Naquela semana que falei isso (que ainda tinha muita "água para rolar" na negociação), tinha acabado de ter o oferecimento, essa negociação é complicada, até pelo respeito que tenho pelo Salum e Alencar (dirigentes do América-MG). Envolvia o Bahia, envolve o Tiago (zagueiro), jogador nosso, que está no Bahia. Nunca quero desrespeitar a imprensa. Era algo que estava começando. Não envolve três, envolve quatro. Com três é difícil, com quatro (jogador, Atlético, Bahia, América) mais ainda. Relação muito complexa. Acho ele um bom jogador, um menino diferenciado. Já vem mostrando isso há mais jogos. É uma posição que, por incrível que pareça, contratamos quatro, vamos buscar o quinto, pelo modelo de jogo do Roger. Como o time está jogando, zagueiro e volante que têm a característica de sair pro jogo, você não pode fechar os olhos. Apareceu, principalmente com idade, você traz. Blanco tem essas características. Dois times da mesma cidade fica mais complicado ainda. Atlético tem interesse sim, mas realmente envolve um quarto, que é o Bahia, e não tem como ter essa relação de fechar com o América direto, porque dependemos de outros fatores. Necessidade de zagueiros - Depois de domingo (vitória contra a Chape, fora de casa, com dupla de zagueiros reserva - Matheus Mancini e Bremer), aquela grande satisfação de você chegar e falar: "Pronto, tenho alguns zagueiros que posso ter a tranquilidade". Zagueiro é a posição mais difícil de contratação. Quando você tem zagueiro bom, novo, experiente, jogando em time grande, vale 10 milhões. A maioria não pode jogar o brasileiro, já jogou a Copa do Brasil e a Libertadores. O problema é se ele está apto. Estamos tendo dificuldades. Claro que vamos buscar se aparecer. Fica sempre nessa discussão: "Tem que valorizar a base". Aí a base aparece. "Tem que trazer, tem que trazer". Todo ano tem que contratar 10 atletas, para tentar manter a coluna dorsal dos atletas que representam o clube, e revelar. Como aconteceu em todas as janelas, apareceu algum atleta, vamos buscar. Vejo aquele jogo (contra a Chape), vejo os treinamentos, é claro que tem que ter um olhar especial para a formação, porque senão a gente não teria Gabriel e Jemerson, que entraram exatamente com a contusão dos titulares e falaram: “A camisa é minha, não tira de mim”. Alguns meninos já compreendem e olham no seu olho pedindo oportunidade. Se tiver alguém no mercado, vamos trazer. Se não, vamos olhar para quem estamos formando. Quem não está no dia a dia, vendo o que vejo, vai poder ver com o sub-23. A torcida vai ver. Brasileiro tem o dom do futebol, entende. A torcida entende, vê. A janela está aberta. Tem jogador que a gente quer contratar, mas não pode jogar. É um absurdo isso acontecer. Queria contratar alguns atletas que jogaram a primeira fase da Libertadores, se revelaram bons jogadores. Não posso trazer. A mudança do calendário, por um lado, deu um espaço, mas pelo outro lado não foi legal. Tem que rever isso, a dificuldade é essa. Relação com a Conmebol - Eu tenho muito orgulho de entrar na Conmebol pela porta da frente. O Atlético conseguiu respeito lá dentro. Podemos discutir olho no olho com o presidente. Isso só a experiência traz. São cinco anos consecutivos (disputando a Libertadores). Você sabe a dificuldade que é encarar a política de outros países e o abismo que existe, o que o futebol brasileiro dá de conforto e respeito para os outros países, e o que não temos fora, como estrutura, preocupação com segurança. Mas não temos só que criticar. Venda de atletas - Infelizmente, ainda precisa (vender). Precisa cumprir 60 milhões de venda (previstos no planejamento financeiro do clube). O importante não é preocupar em vender, é preocupar em repor. Não queria vender o Pratto, mas trouxemos o Fred. Não quero vender o Gabriel, mas se chegar proposta boa, tenho que estar com substituto "a ponto de bala". Todos os times do Brasil vendem. Corinthians vendeu dois times consecutivos. A conta não fecha, tem que vender. Orçamentos de 350 milhões. Isso é matemático. Primeiro, vamos tentar segurar no meio do campeonato. Se chega a proposta, tomara que chegue em janeiro. Contas em dia? - Graças a Deus. Está em dia, não está fácil, mas está em dia. A gente sabe muito bem que isso é fundamental. Recado ao torcedor - Agradecimento ao torcedor. A pressão não incomoda, faz bem, o importante é o que vemos no campo. Continuar acreditando, apoiando, isso faz toda a diferença. Nos jogas que jogamos mal, o torcedor deu o apoio, superamos. Lotar o independência quinta-feira. Estamos acostumados. No primeiro jogo fora (na Libertadores), fazer o resultado é essencial, ter a torcida pressionando é essencial. Deu certo o planejamento de ir com o time mais descansado, agora só falta o torcedor. Que semana que vem a gente possa comemorar os três resultados positivos.

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