sábado, 21 de julho de 2018
Sette Câmara reclama de tratamento sofrido no Mineirão e coloca clássico dividido sob ameaça
Frederico Ribeiro e Guilherme Guimarães
esportes@hojeemdia.com.br
09/04/2018 - 15h32 - Atualizado 22h38
O clássico que definiu a taça de campeão mineiro 2018 sob posse do Cruzeiro teve episódios extra-campo com efeitos colaterais que colocam sob risco a volta do duelo com igualdade de torcidas no Mineirão. Algo dito pelos dois presidentes do clube.
O presidente Sérgio Sette Câmara, na premiação do Estadual promovida pela TV Globo e o jornal O Tempo, afirmou que o Galo ficou insatisfeito com o tratamento do rival e também dos administradores do Mineirão na derrota por 2 a 0 no último domingo. O Hoje em Dia entrou em contato com o clube, para saber o teor das declarações do mandatário alvinegro.
Sette Câmara se queixou pessoalmente com o seu colega de cargo, Wágner Pires de Sá, presidente do Cruzeiro. Colocou como contraponto que o Atlético recepcionou a Raposa de forma amigável no jogo do Independência. E que não houve reciprocidade.
Dois exemplos foram usados como argumentação do presidente atleticano. O primeiro e que mais chamou atenção: a agressão sofrida pelo meia-atacante Luan, empurrado por uma pessoa ainda não identificada ao descer o túnel de acesso do campo ao vestiário.
A segunda foi o fato de o Cruzeiro ter enviado número de credenciais abaixo da demanda para o staff do Atlético trabalhar no jogo. O Galo teria solicitado cerca de 35, mas apenas 18 foram enviadas. Junção de fatores que deixou o presidente do Galo irritado com a recepção e disposto a cancelar o acordo feito com Wágner Pires de Sá de que os clássicos seriam de torcida "meio a meio" no Mineirão, a partir do Campeonato Brasileiro.
RAPOSA RESPONDE
A reportagem também falou com o presidente Wágner Pires de Sá, que deu outra versão para a questão das credenciais. Segundo ele, o Atlético solicitou 200 liberações de trabalho para seus profissionais, número que seria fora do alcance do próprio Cruzeiro, que teria direito de 50 a 60, mas que não controla esse número, e que tal controle seria de responsabilidade do Mineirão.
Sobre a agressão em Luan, Wágner afirmou não ter visto as imagens do caso, gravada pelo Globoesporte.com, mas que recebeu a notificação do caso através de Sette Câmara. O mandatário celeste afirmou ter ouvido uma versão de que Luan teria jogado objeto em um torcedor, algo que não é possível notar pelas imagens.
Em relação ao risco de o clássico não acontecer, Wágner Pires de Sá reconheceu que o cenário retrocedeu. Porém acrescentou que é uma questão que já fugia apenas da vontade dos dois clubes rivais, por questões burocráticas (camarotes, sócios-torcedores, administração do estádio). O mandatário relatou ter um bom diálogo com Sette Câmara, e que ainda discutirá a viabilidade de se manter o antigo combinado.
O presidente da Raposa também informou que o tratamento dado aos dirigentes atleticanos foi o mesmo que o Cruzeiro recebeu no Independência. E que inclusive, ainda de acordo com Pires de Sá, o próprio Sette Câmara não teria feito reclamações sobre o que o clube celeste ofereceu, como camarotes e serviços nesse espaço.
LADO DO MINEIRÃO
A administradora do Estádio Magalhães Pinto também se manifestou sobre essa questão envolvendo número de credenciais ao Atlético e a agressão sofrida por Luan. Sobre o primeiro ponto, a empresa que levava a nomenclatura de Minas Arena lamentou as reclamações alvinegras e informou que credenciou 74 profissionais do Galo para o clássico.
"Incluindo diretoria, segurança, operações e profissionais do futebol e imprensa. Também foram disponibilizadas 20 credenciais de estacionamento e acesso especial para vans com convidados do clube. Essas informações fazem parte da preparação dos jogos e foram repassadas com antecedência ao clube".
No que diz respeito ao empurrão do qual o camisa 27 do Galo foi vítima, enquanto descia as escadas rumo ao vestiário de visitante do Gigante da Pampulha, a administradora do estádio afirmou que os protocolos de festejo de títulos no gramado é de responsabilidade da FMF. O autor do empurrão foi um torcedor celeste que se preparava para entrar no gramado e celebrar com os jogadores.
"Com relação ao incidente ocorrido na saída dos jogadores após a partida, a operação do protocolo de premiação, inclusive o acesso de convidados ao gramado, fica inteiramente a cargo da Federação Mineira de Futebol. O Mineirão reitera que desde a sua reabertura, em 2013, já foram realizadas com sucesso 15 operações em clássicos no estádio, inclusive em partidas decisivas por título e também jogo com torcida dividida", completou a nota.
Atualizada às 15h41*
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