sábado, 21 de julho de 2018

Desigualdade em arrecadação das bilheterias marca comparação entre mineiros e paulistas Alexandre Simões e Frederico Ribeiro esportes@hojeemdia.com.br 20/04/2018 - 06h06 No dia 18 de janeiro, o Palmeiras estreou no Campeonato Paulista fazendo 3 a 1 sobre o Santo André no Allianz Parque. Os 31.678 pagantes proporcionaram uma renda líquida de R$ 1.240.285,86 ao clube. Este valor é superior a tudo que o Atlético arrecadou nas oito partidas como mandante no Campeonato Mineiro de 2018, incluindo os dois clássicos contra o Cruzeiro, pois o lucro do Galo com bilheteria no Estadual foi de R$ 1.195.277,71. Este é só um exemplo do abismo na arrecadação com jogos entre as duas maiores forças dos dois principais estaduais do Brasil nesta temporada (veja os balanços completos abaixo). E os números mostram que, se com direitos de televisão o Corinthians arrecada três vezes mais que Atlético e Cruzeiro, e o Palmeiras quase o dobro, quando o assunto é a renda dos jogos, a disparidade é ainda maior. Arte Bilheteria Atlético Cruzeiro 1 FENÔMENO Apesar do caráter popular da sua torcida, o Corinthians, cada vez que é mandante de uma partida em 2018, considerando-se todas as competições, arrecada cinco vezes mais que o Atlético e quase três em relação ao Cruzeiro. Quando se coloca o Palmeiras, maior fenômeno neste aspecto no Brasil, na parada, a diferença é ainda mais impressionante. Neste ano, o Porco tem uma média de arrecadação bruta de R$ 2,3 milhões. No Cruzeiro, este número é de R$ 650 mil. E, no Atlético, de R$ 230 mil. Sim, os jogos do Galo nesta temporada têm, em média, uma renda bruta dez vezes menor que a do Palmeiras. E essa baixa arrecadação com as partidas em que é mandante não é exclusividade deste ano. Ela já está refletida no balanço do clube de 2017, que aponta uma queda de quase R$ 12 milhões em relação ao valor de 2016. CRUZEIRO Uma marca do Campeonato Mineiro de 2018 foi a grande presença de público em alguns jogos do Cruzeiro no Mineirão. No fim das contas, a média de pagantes do clube foi de 26.739, o que representa cerca de 45% de taxa de ocupação, considerando que o Gigante da Pampulha comporta 61.846 torcedores. A média de público cruzeirense está muito próxima da alcançada por Palmeiras (31.193) e Corinthians (29.155) no Campeonato Paulista. Mas foi fruto de uma diferença significativa no tíquete médio. O corintiano foi de R$ 52,03 e o palmeirense de R$ 64,02. O cruzeirense ficou em R$ 20,35. O atleticano pagou, em média, R$ 15,90 para ver seu time em ação no Estadual. No que mais importa, que é a arrecadação, descontados os valores que o Cruzeiro tem de repassar ao Mineirão – em média, R$ 155 mil por jogo – e não são descontados no borderô das partidas, a Raposa faturou com o Estadual cerca de R$ 1,7 milhão, em nove confrontos como mandante. OUTROS TORNEIOS Nos jogos pela Copa Libertadores e pelo Campeonato Brasileiro, em que o tíquete médio foi mais alto que o praticado no Estadual, a presença de público foi abaixo daquela esperada pelo clube. A estreia cruzeirense na Série A, por exemplo, sábado passado, contra o Grêmio, teve o segundo pior público pagante (15.252) do Cruzeiro na temporada, superando apenas os 13.431 dos 2 a 0 sobre o Patrocinense, em 17 de março, pelas oitavas de final do Campeonato Mineiro. Está evidente que as diferenças se devem ao maior poder aquisitivo dos paulistanos em relação aos belo-horizontinos. Mas também está claro que, para diminuir o abismo de arrecadação em relação aos clubes paulistas, Atlético e Cruzeiro precisariam contar com as suas torcidas. Sem dúvida, faturar com os jogos, produto maior dos clubes, é um desafio que une atleticanos e cruzeirenses. Arte Bilheteria Atlético Cruzeiro 2

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