segunda-feira, 7 de setembro de 2015
PRECIOSO CHAMARIZ
Centro de eventos é trunfo para atrair investidor para estádio do Galo
Arena ficará no bairro Califórnia, vai custar R$ 500 milhões e terá capacidade de 50 mil
Projeto. Imagens com projeções do estádio já pronto caíram na internet e criaram uma grande expectativa entre a torcida atleticana
PUBLICADO EM 22/03/15 - 03h00
Thiago Nogueira
Com o projeto do estádio próprio debaixo do braço, o Atlético bate à porta de investidores dispostos a transformar seu sonho em realidade. A crise econômica no país pode até afastar empreendedores neste momento, mas a diretoria alvinegra tem no cardápio da nova arena um precioso chamariz: o centro de convenções, com dimensões maiores do que as do Expominas.
Principal espaço fechado para eventos em Belo Horizonte – com 27 mil m² de pavilhão – , o centro de feiras e exposições, localizado no bairro Gameleira (região Oeste), vive com a agenda cheia. Por causa da demanda e sem outro espaço adequado, a cidade tem perdido muitos negócios, como no setor de hotelaria.
“A cidade está precisando (de um centro de convenções) para viabilizar hotéis. Esta seria uma boa notícia. Clubes de massa, como o Atlético, têm um marketing grande para atrair investimentos. As empresas e os patrocinadores podem ajudar”, ressalta o consultor em hotelaria Maarten van Sluys.
Nos últimos meses, dois projetos para a construção de áreas para grandes eventos emperraram. Anunciado em 2011 e prometido para a Copa do Mundo, o centro de convenções da prefeitura, na avenida Cristiano Machado, não saiu do papel. O dono do terreno não concordou com o valor da indenização, e o projeto é discutido na Justiça.
Recentemente, a proposta do governo de Minas de uma Parceria Público-Privada (PPP) para a reformulação do parque da Gameleira e a operação e manutenção do chamado Expominas II não tiveram interessados. Problemas na elaboração do edital teriam contribuído para o fracasso.
PARCERIA. Para o consultor de gestão e marketing esportivo João Henrique Areias, a captação de recursos passa por aquilo que se oferece em contrapartida. “O Atlético tem que oferecer ‘a cereja’ para a construtora. O que justifica um estádio em si são os empreendimentos atrelados. Tem que ter um retorno do investimento”, analisa Areias.
O centro de convenções ficará junto à arena, localizada no bairro Califórnia, na região Noroeste da capital. O espaço poderá receber shows, festas, exposições ou feiras. O complexo terá ainda restaurantes, bares, lojas e um edifício anexo com 4.500 vagas de garagem.
Riscos. O projeto do estádio alvinegro está orçado em R$ 500 milhões. A capacidade de público é para 50 mil espectadores. Ainda há um longo caminho a se negociar – especialmente em relação aos percentuais comerciais e tempo de contrato – antes de o clube chegar à melhor forma de parceria.
“É um negócio de alto risco, a instabilidade econômica é grande. É um investimento imprevisível, não se sabe o que pode acontecer daqui a uns anos. Essa captação é dificultada pelo volume de recursos e por ser de longo prazo”, avalia o professor de economia do Ibmec Felipe Leroy.
Para um projeto como esse, o Galo conta ainda com diferentes possibilidades de barganha. Por exemplo, com o estádio próprio, a intenção da diretoria é transferir sua sede para o bairro Califórnia. Localizado em Lourdes, região Centro-Sul da capital, a sede atual é bem avaliada no setor imobiliário.
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