terça-feira, 22 de setembro de 2015

Anti-herói em preto e branco De poucas palavras e sem querer atrair para si os holofotes, o atacante esbanja humildade e raça PUBLICADO EM 31/07/15 - 03h00 Thiago Prata Esqueçam os vários colares de argolas em volta do pescoço, as munhequeiras, o boné com a aba virada para trás e o cabelo cheio de gel. Não se trata de um jogador vaidoso, um boleiro ou mesmo um atleta que gosta de passar uma forte mensagem religiosa. Indo na contramão da imagem da maioria dos futebolistas de hoje em dia, Lucas Pratto faz o tipo “careta”. Nas devidas proporções, pode-se dizer que é um anti-herói. Se existe algo que Pratto possui em comum com muitos jogadores são as tatuagens. Só que, mesmo assim, as dele são diferentes dos demais: desde uma referência à banda de rock argentino La Renga até um desenho do personagem Homer Simpson. O que vale mais para o centroavante é a bola na rede. E é isso que importa também para a torcida do Galo. Dentro de campo, foram 17 gols em 32 partidas – média de 0,53 gols por duelo. Um ótimo desempenho em sete meses de clube. Até para comemorar, não há invenções: com os punhos fechados e para baixo, grita bastante e vai em direção aos companheiros, numa postura clara de dividir as honrarias dos tentos com todo o elenco. Fora dos gramados, o que se vê é uma pessoa reservada, de poucas palavras, mas isso por conta da timidez. Tanto é que anda a pé pelas ruas de Belo Horizonte, como se fosse um ser humano qualquer. O rótulo de estrela só vem à tona por conta dos vários fãs que o param em busca de autógrafos e fotos. Porém, quer ele queira ou não, Pratto não é qualquer um. Ele é mais novo ídolo do Atlético. O “anti-herói” do Galo. A pé. Logo em seus primeiros dias de Atlético, Lucas Pratto se mostrou uma personalidade distinta da maioria dos jogadores do atual cenário do futebol brasileiro. Em vez de morar em condomínios fechados e afastados do centro de Belo Horizonte, preferiu uma adaptação mais próximas da sede de Lourdes, perto de shoppings e restaurantes, para não ter que dirigir muito. Ele prefere se deslocar a pé para os lugares e apreciar a arquitetura e a natureza da capital mineira. Além disso, não gosta de baladas e prefere ficar mais em casa. Pratto é um bom companheiro! Artilheiro. Dentro e fora de campo, Pratto mostra comprometimento com o time alvinegro. “Eu gosto de falar com todo mundo, sempre falo com o Dodô, tento falar sempre com os mais novos porque somos todos uma equipe. Todo mundo é muito gente boa e estou me dando bem com todos. Sempre que tenho uma oportunidade tento ajudar e conversar um pouco”, destacou o artilheiro alvinegro. Os melhores amigos no elenco são o também argentino Dátolo e o maluquinho Luan. O atacante procura ser atencioso com todos os profissionais na Cidade do Galo. Tatuagens. O atacante alvinegro é um alucinado por tatuagens. São várias espalhadas pelo corpo. Na perna direita, ele possui uma imagem de Homer Simpson, personagem principal do desenho norte-americano Os Simpsons – Pratto possui DVDs da série e costuma assistir aos episódios antes de dormir. Há ainda tatuagens em referência à banda de rock argentino La Renga, um de seus grupos favoritos. O lado familiar também se faz presente como a imagem da filha Pia, de quatro anos, em seu braço esquerdo. It’s Rock’n Roll, baby! Galo Metal. A maioria dos jogadores que atuam – ou atuaram – no Brasil curtem sertanejo, pagode, samba ou música gospel. Há poucos apreciadores de rock’n roll, como os goleiros Rogério Ceni e Cássio, e o atacante Rafael Sobis. Vindo da Argentina, Lucas Pratto aumentou o contingente de roqueiros em terras tupiniquins. Pratto é fã confesso de ícones como Kiss, AC/DC e Foo Fighters, além da banda argentina La Renga. Por conta de seu gosto musical, ganhou de presente uma camisa da torcida organizada Galo Metal. Torcida. Onde quer que vá, o atacante Lucas Pratto é assediado por torcedores do Galo e tenta sempre dar o máximo de atenção com cada aficionado que pleiteia um autógrafo ou uma foto ao lado do novo ídolo da Massa. Existem até torcedores que levam ursos de pelúcias com camisas do Atlético, em referência e homenagem ao centroavante, que ganhou o apelido de Urso. Mas ele não gosta de estrelismo. Mesmo depois de marcar três gols sobre o São Paulo, na quarta-feira passada, preferiu não conceder entrevistas. Pai coruja e amigo dos animais Cidadão comum. Lucas Pratto vem de uma família humilde. Nascido em La Plata, foi criado pela mãe. O irmão Leandro Pratto jogava pelo Cambaceres. Foi graças a ele que Lucas conseguiu uma chance nas categorias de base do Boca Juniors e se tornou atleta profissional. Lucas Pratto tem uma filha de quatro anos chamada Pia, que apareceu algumas vezes ao lado do paizão, em entrevistas na Cidade do Galo e antes do jogo contra o Figueirense. Além disso, se mostra fã de cachorros. Ele tem um bulldog inglês.

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