terça-feira, 16 de junho de 2020

Presidente explica investimentos em plena crise e divide receitas do Atlético-MG em "três dinheiros" Sérgio Sette Câmara garante que valores separados para a construção do estádio, dinheiro de investidores e capital do próprio clube não se misturam Por GloboEsporte.com — Belo Horizonte 15/06/2020 17h50 Atualizado há 19 horas O Atlético-MG vive situação financeira complicada, tem praticamente todas as receitas congeladas e deve salários. Ao mesmo tempo, o Galo é um dos clubes brasileiros que mais se movimenta no mercado em busca de contratações. A aparente contradição tem uma explicação na ponta da língua do presidente Sérgio Sette Câmara. Segundo ele, o clube tem, hoje, "três dinheiros". 1º dinheiro: valor separado para a construção da Arena MRV, o estádio próprio do clube. O dinheiro não se mistura com o fluxo de caixa do Galo. Para isso foi criada uma SPE (Sociedade de Propósito Específico), para que o valor destinado ao estádio - arrecadado com a venda de 50,1% do Diamond Mall, por exemplo - seja usado somente na obra. 2º dinheiro: investimentos de patrocinadores. A MRV Engenharia e o Banco BMG são parceiros que ajudam na contratação de atletas, e o Atlético tem feito compras caras nesta temporada. 3º dinheiro: próprio do clube. Aí que existe a crise, e essa é a justificativa dos salários atrasados e demissões em massa. Veja o que diz Sette Câmara sobre o assunto: - Temos três dinheiros, e é bom que o torcedor entenda isso de forma bem clara. Um dinheiro é o do estádio, que o Atlético não põe um centavo lá dentro, nem esse dinheiro é utilizado para o Atlético no dia a dia. O dinheiro reservado para o estádio, como diria um ex-ministro nosso, é "imexível". O segundo dinheiro é o que vem dos nossos apoiadores, investidores. Eles não estão dispostos a sair pagando dívida passada, nem salários. Eles estão dispostos a ajudar em reforços para o time. É uma questão de escolha. Ou faz investimento em contratação, ou então não tem dinheiro - disse. Sobre contratações, o Galo já fechou com Léo Sena, Alan Franco e Marrony, tem negociações em andamento com Bueno, Junior Alonso e Keno e outras "prospecções", entre elas a do atacante Ábila. - O terceiro dinheiro é o que o clube arrecada, com sócio torcedor, Globo (direitos de transmissão), venda de camisa, venda de jogador. É com esse que a gente paga o dia a dia do clube, atletas, funcionários. Estamos fazendo um trabalho duro em cima do fluxo de caixa. Para esse terceiro ponto, infelizmente tivemos que fazer cortes - completou o presidente em entrevista à Band. Sobre as pendências que o Atlético tem com os atletas, Sette Câmara mostrou otimismo por uma regularização nos próximos dias. "Nós iremos deixar os jogadores com os salários em dia muito brevemente, mais provável que em alguns dias, com alguns recursos que vamos ter." Um recurso que o clube ainda espera ter em algum momento desta temporada é o da venda de jogadores. Recentemente, especulou-se que o Atlético teria em mãos uma proposta pelo zagueiro Igor Rabello. Não chegou, porém, nenhuma oferta oficial. Se chegar algo, com valores interessantes, é bem possível que o Galo se desfaça de algum atleta, não necessariamente o defensor. - A proposta pelo Igor Rabello não chegou pra gente. Se chegar uma proposta que eu ache que realmente possa valer o atleta, eu nem vou perguntar para ninguém não, vendo o jogador. Se você não faz duas ou três vendas de jogadores por ano é realmente complicado - concluiu Sérgio Sette Câmara.

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