quarta-feira, 24 de junho de 2020

No Galo, Sampaoli ganha autonomia e investimento milionário que pediu no Santos Treinador encontrou no Atlético o que procurava no time santista em uma relação conflituosa com a diretoria Jorge Sampaoli é o técnico do Galo para 2020 Isabelly Morais | @superfcoficial 24/06/20 - 07h00 O presidente Sérgio Sette Câmara apostou no técnico argentino Jorge Sampaoli para esta temporada, acordo selado em março deste ano. Com o acerto, o mandatário do Galo recebeu uma lista de pedidos e tem conseguido viabilizar boa parte dos desejos de Sampaoli nos últimos dias. A relação entre presidente e treinador parece caminhar de maneira harmoniosa, especialmente pelo desejo de Sette Câmara de não encerrar seu triênio sem uma conquista. Alinhado a isso, o clube tem o apoio de parceiros em contratações, especialmente do fundador da MRV, Rubens Menin. Quem vai ao mercado é o experiente e vitorioso diretor de futebol Alexandre Mattos, que tem tido um contato mais próximo a Sampaoli. "O contato do Sampaoli tem sido muito restrito ao Alexandre. Eu falo com ele bem pouco. O Alexandre é quem fala com ele no dia a dia e vem me passando as situações. Mas, posso garantir, que a lista é dele, do Sampaoli. Claro que quando um jogador pedido não é possível de viabilizar, o Alexandre em conjunto comigo, pensa em uma alternativa, e submetemos a ele, com ok ou não", disse Sette Câmara em entrevista ao programa Os Donos da Bola, da Band. Pedir reforços e ter quem banque era tudo o que Sampaoli queria. No Santos, sua primeira experiência brasileira, isso virou um atrito com o presidente José Carlos Peres. Sampaoli chegou a pedir que o clube estivesse disposto a investir R$ 100 milhões em reforços, em uma reunião com o presidente do Santos um dia depois do encerramento do Campeonato Brasileiro. Aqui vai um fato curioso: segundo apuração do repórter Roberto Abras, em noticiário da rádio Super 91,7 FM, os parceiros do Galo estariam dispostos a investir cerca de R$ 100 milhões no elenco para esta temporada. O valor é exatamente o que Sampaoli precisava. Essa parceria se dá por meio de empréstimos sem juros e correção monetária, segundo o presidente Sérgio Sette Câmara. Sampaoli chegou ao Santos no início do ano passado e tinha contrato até o fim de 2020. A reunião depois do fim do Brasileirão, em que pediu um investimento de R$ 100 milhões no elenco, foi o estopim de um relação já conflituosa com a diretoria do Santos. Um dia depois, em 10 de dezembro, o argentino pediu demissão. Ao longo de 2019, Sampaoli cativou a população de Santos, no litoral paulista. O treinador virou rapidamente uma celebridade na cidade. Foi à praia, pedalou nas ciclovias e se envolveu com o ambiente santista, mas colecionou atritos com o presidente José Carlos Peres. A relação complicada começou logo no início de 2019, quando Sampaoli cobrou mais reforços da diretoria. O argentino, inclusive, falava publicamente sobre isso. Uma outra situação envolveu o meia Cueva, que custou cerca de R$ 29 milhões ao Santos na época. Foi a segunda maior contratação da história do clube. Mesmo tendo sido um pedido de Sampaoli, acatado por Peres, o atleta perdeu chances por desentendimentos com o treinador. Com o limite de estrangeiros, chegou a nem ser relacionado para algumas partidas. Pelo valor da contratação, o presidente não concordava em ver um investimento tão alto sem oportunidades e pedia a escalação do atleta. Muitas foram as situações ao longo de 2019 que expuseram o quanto Peres e Sampaoli tiveram dificuldades de estabelecer uma relação tranquila. Mesmo com o vice do Campeonato Brasileiro e um desempenho bom dentro de campo, os atritos do lado de fora falaram mais alto. No Atlético, Sampaoli encontra um presidente como sede de títulos, um diretor de futebol experiente e um parceiro disposto a investir. Juntos, os ingredientes formam a receita que o argentino procurava no Brasil.

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