sexta-feira, 5 de junho de 2020

Atlético-MG concentra investimento em volantes e gasta R$ 35 milhões em um ano Dos últimos sete grandes investimentos, quatro foram em volantes; "sina" com machucados e dificuldade de adaptação de Martínez ajudam a explicar Por Guilherme Frossard e Guilherme Macedo — Belo Horizonte 05/06/2020 03h03 Atualizado há 6 horas Considerando um período de um ano, desde junho de 2019 até o presente momento, o Atlético-MG fez 14 contratações, já considerando Léo Sena e Alan Franco. Dessas, sete foram sem custo ou com valores "baixos" (inferiores a R$ 2 milhões): Franco Di Santo, Wilson, Hyoran, Maílton, Dylan Borrero, Diego Tardelli e Rafael. A outra metade custou caro (no mínimo R$ 2 milhões cada uma). E, dos sete altos investimentos feitos pelo Galo, desde o meio do ano passado, quatro foram em volantes. Os sete "itens caros" no carrinho de compras do Atlético foram: Lucas Hernández, Ramón Martínez, Allan, Guilherme Arana, Savarino, Léo Sena e Alan Franco. Vale lembrar que esta reportagem considera apenas o custo da compra, e não valores gastos com salários. Só com Martínez, Allan, Léo Sena e Alan Franco foram gastos mais de R$ 35 milhões (valor aproximado e considerando o momento do fechamento de cada negócio). A "volância" é a posição na qual o Galo mais investiu nesse período. Allan em ação no clássico contra o Cruzeiro — Foto: Douglas Magno/BP Filmes Allan em ação no clássico contra o Cruzeiro — Foto: Douglas Magno/BP Filmes Custo detalhado e aproximado de cada um Ramón Martínez: R$ 8,7 milhões Allan: R$ 16,3 milhões Léo Sena: R$ 4 milhões Alan Franco: mais de R$ 6 milhões (valor preciso não revelado) Dos quatro, dois (Léo Sena e Alan Franco) ainda estão chegando ao clube. Allan, que chegou neste ano (comprado do Liverpool), tem status de titular absoluto. A decepção - pelo menos até aqui - é Ramón Martínez. O Galo desembolsou aproximadamente R$ 8,7 milhões na compra do volante, mas ele jogou pouquíssimo e foi até liberado da reapresentação dos atletas na Cidade do Galo no retorno aos treinos pós-quarentena. Apesar disso, o paraguaio ainda pode ser reintegrado, e o Atlético tem esperança de recuperar o prejuízo. O alto investimento em volantes, especialmente na contratação dos dois últimos (Léo Sena e Alan Franco), também tem a "sina dos machucados" como uma das explicações. O Galo tem convivido com frequentes lesões de Gustavo Blanco (desde 2018) e Jair (desde 2019), dois potenciais titulares. Nenhum deles tem previsão de retorno, e o Galo teve que ir com mais firmeza ao mercado. Explicação tática Com os reforços recém-contratados, o Atlético terá, em caso de recuperação dos lesionados, cinco volantes no elenco (Allan, Jair, Gustavo Blanco, Léo Sena e Alan Franco). Isso sem considerar as possibilidades de reintegração de Martínez, de improvisação de Nathan e de ascensão de algum garoto do time de "sparring". Dois fatores ajudam a explicar a formação do grupo rico em opções no setor. O primeiro é Gustavo Blanco. Em função das três lesões graves em sequência, o Atlético, na avaliação interna, entende que o futuro do volante é uma incógnita. O clube deposita muita esperança no jogador, mas não sabe quando ele terá totais condições de jogos sequenciais e, por isso, não pode depender dele. A outra explicação é tática e tem a ver com o modelo de jogo de Jorge Sampaoli. Um dos esquemas preferidos pelo técnico é o 4-3-3. Nessa formação, o meio-campo é formado por um volante mais recuado (teoricamente, Allan e Jair concorrem) e outros dois jogadores mais avançados, que também levam o time ao ataque. Caso ele repita esse esquema, muito usado no Santos, por exemplo, o time pode ter, na prática, três volantes jogando juntos. Mas, apesar de as primeiras contratações da "era Mattos e Sampaoli" serem volantes, o Galo está no mercado em busca de, no mínimo, um zagueiro e um atacante. O Vasco tem uma proposta nas mãos, do Atlético, por Marrony.

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