sábado, 24 de novembro de 2018

Franzino, habilidoso, goleador e imparável: Há exatos 40 anos, morria o 'Perigo Loiro' Guará Henrique André* hcarmo@hojeemdia.com.br 19/11/2018 - 07h20 - Atualizado 14h28 Há exatos 40 anos, morria um dos maiores atacantes de todos os tempos do Atlético. Quarto maior artilheiro do alvinegro, com 168 marcados, Guaracy Januzzi, o Guará, fez história no futebol mineiro e ainda hoje tem o nome em evidência. Natural de Ubá, cidade da Zona da Mata, o "Perigo Loiro" deu os primeiros passos no mundo da bola com a camisa azul e branca do Sport Club Aymorés. Aos 13 anos, ele já chamava a atenção de todos pela habilidade e faro de gol. Em 23 de setembro de 1933, Guará mudou-se para a capital e passou a defender o Atlético. Franzino e de passes e dribles geniais, aos 17 anos ele já era considerado o melhor jogador do Estado. Apesar da estatura mediana, ninguém conseguia segurá-lo nas bolas altas e, no chão, não havia zagueiro que conseguisse conter o ambidestro de chute violento. Ele chegou a fazer seis gols numa mesma partida em 1936, pelo Campeonato Mineiro. Aposentadoria precoce Em 1939, com o Estádio de Lourdes lotado para o clássico contra o Palestra Itália (Cruzeiro), veio o drama na vida de Guará, dos atleticanos e de todos que o admiravam. Contratado pelo rival para parar o atacante alvinegro, o zagueiro José João Perozzi Bomfim, o Caieira, protagonizou uma disputa de bola inesquecível. A bola estava com Lôla na intermediária do Atlético; Guará escapou e veio ao centro. Bola alta, das que ele gostava. Subiu para cabecear com Caieira. Tocou na bola, mas o zagueiro deu uma testada na nuca do atacante. Ambos caíram. Dos gritos vindos das arquibancadas ao silencia completo em Lourdes. Guará foi levado ao Pronto-socorro. A gravidade do choque foi tão grande, que chegou-se a cogitar que o craque atleticano havia morrido; no hospital, durante todos os dias do internamento, os torcedores faziam vigília e levavam energias positivas ao ídolo. Guará passou 72 horas em estado de choque e um mês inconsciente. Recuperou-se, mas para o futebol nunca mais voltou a ser a atacante perigoso. Jamais conseguiu marcar os gols que lhe deram fama e dinheiro. Apesar de todo o carinho da torcida alvinegra, não conseguiu mais encontrar o seu futebol. O atacante resolveu então mudar de clube, pensando ser esta a solução do problema, e foi para o Flamengo em 1940. Entretanto, ficou apenas seis meses. Retornou para Belo Horizonte e tentou a sorte no Siderúrgica. Sentindo que não era mais o Guará que a torcida sempre lembrava, resolveu aos 23 anos parar definitivamente com o futebol. Após o futebol, Guará voltou a ser Guaracy e se tornou funcionário da Câmara Municipal de Belo Horizonte e proprietário de uma casa lotérica no Centro da capital. Sua biografia foi registrada em um livro de 1968, raro de achar. Em sebos online, a obra "Cabeçada Fatal", de Antônio Tibúrcio Henriques, cujo prefácio é de autoria de Ary Barroso, tem custo de R$ 300. * Com GaloDigital

Nenhum comentário: