sábado, 29 de julho de 2017

REFERÊNCIA NO PAÍS Diretor comercial do Mineirão rebate acusações de prejuízo do estádio Dentre outros assuntos, o polêmico borderô do jogo entre Atlético e Olímpia foi destrinchado por Samuel Lloyd e o imbróglio entre Cruzeiro e Minas Arena PUBLICADO EM 27/07/17 - 13h09 Da redação @superfc Após as declarações do deputado estadual Iran Barbosa (PMDB), que questionou nessa quarta-feira, em entrevista ao Super N Primeiras Notícias, a Minas Arena e o modelo de administração do Mineirão que, segundo o parlamentar, é frouxa e beneficiada por uma série de cláusulas que fazem lesão ao Estado, aos clubes que utilizam a arena e ao bolso do consumidor, o diretor comercial do estádio, Samuel Lloyd, rebateu as informações e explicou, dentre outros assuntos, o polêmico borderô do jogo entre Atlético e Olimpia, na final da Libertadores de 2013, e o imbróglio judicial entre a Minas Arena e o Cruzeiro, que desde a fatídica decisão vencida pelo rival vem deixando de cumprir com parte de suas obrigações contratuais. O que a Minas Arena tem a dizer sobre estas acusações feitas pelo deputado, falando que o Mineirão só tem lucro com públicos superiores a 30 mil pessoas? Estamos em uma época da pós-verdade, as pessoas falam o que querem, colocam nas redes sociais o que querem e aquela mentira dita várias vezes acaba virando verdade na cabeça das pessoas. O que a gente pode dizer hoje sobre o Mineirão é que ele é o exemplo de legado de Copa do Mundo e Olimpíada no país, ele é a referência. O modelo de Parceria Público Privada (PPP) foi pensado para que fosse bom para o governo, fosse bom para a sociedade, fosse bom para os clubes e também para aquele investidor privado que topasse reformar e modernizar o Mineirão. Desde o início, lá no contrato de concessão, houve uma licitação que limitou o gasto público. Esse gasto foi limitado na origem, portanto o Mineirão é um dos estádios mais baratos construídos no país, o melhor custo por assento e, caso ele custasse mais do que fosse previsto na obra, quem arca com esse prejuízo é o ente privado, diferente de uma obra pública, como foi no Independência, onde a obra foi orçada em x e custou 2x. No caso do Mineirão, se ela custar 2x, quem paga essa diferença não é o governo, como estamos acostumados com obras públicas, quem paga por esse prejuízo é o capital privado que resolveu reformar o Mineirão. E sobre a alegação do deputado que a Minas Arena estaria tendo prejuízo em relação a alguns jogos. Essa afirmação procede? A Minas Arena já tinha conhecimento de que o deputado estava levantando essas informações? O deputado vem colocando algumas informações que escolheu o Mineirão como uma plataforma política para promover o seu trabalho. Ele está no direito de investigar, mas o que eu queria destacar é que precisamos ter muita responsabilidade na divulgação das informações. Por exemplo, um deputado que diz que R$ 180 milhões é o custo do estado com o Mineirão, em 2016 foram R$ 117 milhões. O que significa este valor de R$ 117 milhões? Significa a remuneração do estado pela reforma e modernização do Mineirão. O estado tem um equipamento público, ele entrega para um ente privado reformar e modernizar este estádio e, portanto, ele dividiu estes pagamentos ao longo de anos e esse é o custo daquele financiamento daquela obra. A Minas Arena é penalizada pelo estado quando ela não tem um bom desempenho. Hoje todos os nossos índices de desempenho, de disponibilidade de estádio, de conformidade, você encontra o estádio limpo, organizado, pronto para as partidas de futebol, se você olha para o Mineirinho e olha para o Mineirão é possível ver a diferença da gestão do negócio. Esse investimento que o estado faz é na reforma, lembrando que, ao final deste contrato, o Mineirão volta para o estado novo, reformado. Em relação ao Cruzeiro, sabemos que existe um processo judicial correndo porque o clube não estaria fazendo os pagamentos referentes ao contrato com a Minas Arena. Como está esta situação hoje e o que isso representa na rentabilidade do Mineirão? Quais são estes pagamentos que o Cruzeiro tem em aberto com a Minas Arena? Nada mais é que o reembolso dos custos das despesas da partida. Pelo nosso contrato de fidelidade, o Cruzeiro não paga aluguel, não paga nada para a Minas Arena como empresa, o Cruzeiro tem que remunerar aquele quadro móvel, segurança, brigadista, o pessoal da limpeza, 70% doestes custos são pagos pelo Cruzeiro, e o clube desde a final da Libertadores entre Atlético e Olimpia deixou de honrar estes pagamentos porque o rival disse que teve um contrato com a Minas Arena e não pagou nada. O Cruzeiro, então, por sua vez, entendeu que também não deveria pagar. Agora, voltando às afirmações do deputado, o que eu chamo de manipulação da informação, eu trouxe aqui o borderô do jogo entre Atlético e Olímpia, eu vou deixar aqui na rádio, eu vou pedir para vocês publiquem ao público para que eles tenham acesso às informações reais. VEJA ABAIXO O BORDERÔ DA PARTIDA: FOTO: REPRODUÇÃO/MINAS ARENA Borderô Atlético x Olimpia O deputado disse que dos R$ 14 milhões desta partida histórica, a maior do Brasil em faturamento de bilheteria, e aí o parlamentar disse que R$ 7 milhões ficou com o Atlético e outros R$ 7 milhões com a Minas Arena, ele deu a entender que a Minas Arena custa caro nesse sentido. Eu vou destrinchar um pouco deste borderô para vocês entenderem o que eu chamo de manipulação da informação. Desses 14 milhões, a renda líquida do Atlético foi de R$ 7.233.055,67, a renda líquida da Minas Arena no borderô do jogo é de R$ 2.751,596,88, lembrando que a Minas Arena não encosta no dinheiro do Atlético. Como foi uma data de estado, o Atlético vendeu as 54 mil cadeiras do Mineirão, e a Minas Arena precisa se remunerar vendendo suas próprias cadeiras, que são as áreas vips, camarotes e cadeiras especiais. Portanto, se o torcedor não compra as nossas cadeiras, a Minas Arena não se remunera. Então, vamos lá, onde está o resto do dinheiro dos R$ 14 milhões, a gente tem aqui a terceirização dos ingressos vendidos pela BWA, que faturou quase R$ 900 mil. Para vocês entenderem a diferença, o Cruzeiro hoje vende seus próprios ingressos. Então, no caso do Galo, ele terceiriza parte do borderô, R$ 883 mil foram apenas para o custo venda de ingressos. Nesse mesmo jogo nõs não tivemos aluguel de campo, foi uma data de estado, a gente tem aqui o valor que fica para a FMF (Federação Mineira de Futebol): R$ 711 mil. Agora tem outro dado que o deputado se esqueceu de falar que existia uma penhora judicial de 15% da renda, ou seja, o Atlético perdeu aí mais de R$ 1 milhão dentro desse jogo. Reforço aqui que nesta partida o Atlético não pagou absolutamente nada, a Minas Arena foi muito bem remunerada com a venda de seus assentos VIPs, cadeiras especiais e tribunas.

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