quinta-feira, 1 de março de 2012

Sem fugir do esquema

Mesmo com a ausência de Bernard e Danilinho, técnico Cuca não perde a tranquilidade.Com boas opções no banco, ele deve escalar, diante do América, Mancini e Neto Berola
Roger Dias - Estado de Minas
Publicação:01/03/2012 07:00
Os problemas de contusão continuam a atormentar o Atlético no clássico diante do América, domingo, às 16h, na Arena do Jacaré, pela quinta rodada do Campeonato Mineiro, mas o técnico Cuca vem se virando como pode. Com a intenção de zelar pelo entrosamento do grupo e contando com boas opções na reserva, ele praticamente definiu os substitutos do armador Bernard e do atacante Danilinho, entregues ao departamento médico: manteve Mancini no meio-campo e escalou Neto Berola ao lado de André na frente.
Apesar de a equipe estar praticamente confirmada, o atacante Guilherme não estaria descartado para começar a partida. Ele substituiu Danilinho ainda no primeiro tempo da vitória sobre o Guarani (4 a 0), em Divinópolis, quando o titular sentiu o tornozelo direito e teve de sair. Na verdade, Cuca quer um time dinâmico e com capacidade de se armar rapidamente e neutralizar com eficiência os contra-ataques adversários. Por isso, o baiano Neto Berola se encaixaria no esquema do treinador, principalmente porque faz bem a ligação entre o meio-campo e André, a referência na área.
Berola atuou em três dos quatro jogos do Galo em 2012 – sempre entrando no segundo tempo – e admite não estar em boa fase: “Falta um pouco de confiança. Sei que atacante vive de gols e busco isso a todo momento, embora as coisas não sejam fáceis. Venho conversando com o Cuca e recebendo apoio para jogar com otimismo”. Em 77 partidas, ele marcou 17 gols com a camisa alvinegra.
Por sua vez, Guilherme mostra tranquilidade e sabe que a oportunidade virá no momento certo. Ontem à tarde, ele ficou na academia junto com os demais reservas, enquanto os titulares participavam de coletivo tático contra o time júnior. Por instantes, observou o trabalho de longe e depois foi embora. Cuca parou a atividade a todo momento para corrigir o posicionamento e cobrar atenção dos atacantes em relação às finalizações para fora.
Neto Berola marcou pela última vez em novembro, quando o Atlético passou pelo Coritiba (2 a 1), na Arena do Jacaré, pelo Campeonato Brasileiro. O jejum o incomoda, no entanto ele garante fazer o possível para melhorar o rendimento: “A ansiedade atrapalha um pouco, mas o fundamental é ver a equipe vencendo nessas primeiras rodadas do Mineiro. Tranquilidade é fundamental para que as coisas deem certo nesse momento importante”.
FIRME NA ZAGA Se o ataque atleticano terá mudanças, a retaguarda permanece a mesma desde a estreia no Estadual, quando derrotou o Boa por 2 a 0, em Sete Lagoas. As boas atuações ao lado de Réver (o time sofreu um gol em quatro jogos) renderam ao xerife Rafael Marques a vaga absoluta, embora o jogador tenha chegado no início da temporada. Ele destaca a humildade do grupo em reconhecer as falhas e a capacidade de reação: “ A cada dia a gente procura corrigir nossos erros, nossos defeitos. O treinador conversa com a gente e temos de estar cientes de que a cada dia tem de estar melhor, nunca está bom. Temos de enfrentar qualquer atacante”.
Atacando de goleiro
Na época de jogador, entre 1980 e 1990, Cuca foi um armador rápido e habilidoso, sendo campeão da Copa do Brasil (1990) e do Campeonato Gaúcho (1989 e 1990) pelo Grêmio e em 1991 pelo Internacional. Mas, ontem à tarde, na Cidade do Galo, ele participou de uma brincadeira com o lateral-esquerdo Richarlyson e com o atacante André: tomou as luvas de Renan Ribeiro e assumiu a função de goleiro, sendo bombardeado pela dupla. E o desempenho do treinador foi positivo, pois levou apenas um gol (de André) em 12 chutes. Sob risos, o zagueiro Réver tentou justificar o rendimento do chefe: “Eles estão tirando o pé para o Cuca pegar as bolas”.

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