segunda-feira, 14 de dezembro de 2020

 

Sérgio Coelho concede 1ª coletiva como presidente eleito


Presidente eleito do Clube Atlético Mineiro, Sérgio Batista Coelho concedeu, na manhã desta segunda-feira (15), no auditório da Sede de Lourdes, a sua primeira entrevista coletiva depois da eleição.
Confira os principais assuntos abordados pelo próximo presidente atleticano, que comandará o Clube no triênio 2021 a 2023:
Apresentação – “Meu nome é Sérgio Batista Coelho. O Batista porque nasci em 24 de junho, com muita honra, Dia de São João Batista, natural da cidade de Crucilândia, no centro-oeste de Minas, onde vivi até os 19 para 20 anos. De lá, segui para a cidade de Divinópolis. Fui tentar a vida como jogador profissional e não deu certo. Passei um período lá e tive a oportunidade de conhecer alguns amigos, inclusive atleticanos, Joel, lateral-direito, que é de Passa Tempo, o Serjão, um volante que jogou na base da Seleção Brasileira e era do Atlético também, o Moraes. Tinha uma grande equipe o Guarani, Coca, Prego, Lucinho, Carlos Alberto, Félix, mas não deu certo. Segui minha vida e vim para Belo Horizonte, para estudar. Fiz o curso de Administração de Empresas, na Faculdade UMA. Tão logo terminei o curso, tomei duas decisões na minha vida. A primeira, de montar uma empresa e, alguns anos depois, casei. Estou casado até hoje e tenho três filhos. Faço caridade há 47 anos, esse é um dos amores da minha vida. Em 1995, criei uma instituição que existe até hoje, junto com meus familiares e amigos, a Assopoc (Associação dos Protetores das Pessoas Carentes), que está sediada em Crucilândia. Hoje, essa instituição é a maior de Minas Gerais no acolhimento de idosos, ela tem alguns pilares, a APAE, que a gente administra, ecoterapia, creche. Faço esse trabalho com muita amor e carinho, e tenho a honra e o prazer tão grande quanto os outros valores que tenho na minha vida. Aqui, em Belo Horizonte, também faço trabalho filantrópico, sendo conselheiro da Casa Áura, uma instituição que cuida de crianças com câncer, dando apoio a elas, sou diretor de captação da Cidade dos Meninos, do sistema divina Providência, Conselheiro da Santa Casa de Misericórdia de Itaguara, e a assim vai. Voltando ao lado profissional, criei uma empresa e fui sócio dela durante 30 anos. Alguns anos atrás, vendi minhas participações para os meus irmãos e segui minha vida profissional em outros negócios. Cheguei ao Atlético em 1995. Procurei meu amigo Osvaldo Faria e pedi que ele me apresentasse ao então presidente do Atlético, Paulo Cury. Viemos aqui na Sede, eu e ele, para que ele me apresentasse ao Paulo Cury, que, imediatamente, me colocou na relação que estava indo ao Conselho para ser aprovada, aquela chapa. Em 1997, houve a primeira eleição que eu ia votar, uma disputa entre dois candidatos e fui convidado pelos dois para que eu participasse como vice na chapa deles. Agradeci a eles e, por gratidão, não aceitei nenhum dos dois convites. Em 1998, o Atlético entrou em uma crise muito grande, complicadíssima, e uma das alternativas foi a renúncia do presidente. Negociei com ele essa renúncia e, inclusive, foi na casa da minha família, em Lagoa Santa, que ele renunciou. Assim foi meu início no Atlético. Quando o Nélio (Brant) assumiu a Presidência, ele era o vice, alguns jovens, eu, Ricardo Guimarães, Hyssa, entre outros, nos unimos ao Nélio para ajudá-lo e ficamos junto com ele, que se candidatou à reeleição. Depois, o Ricardo foi nosso candidato e permaneceu até o final de 2006. De lá para cá, me afastei do dia a dia da administração do Galo, mas o coração não afastou, a paixão aumentou, aumentou por algumas razões, entre elas, porque meus filhos são tão atleticanos como eu e o avô deles, enfim, igual a todos os nossos familiares. Estou aqui, quis o destino, voltar e voltar como presidente do Atlético. Isso me emociona. Vocês verão, daqui para frente, um presidente simples, sem discursos eloquentes, inflamados, de prosa talvez curta, objetivo, prático e disponível. A filantropia nos ensina muito e uma dessas coisas é tratar igualmente todas as pessoas. Na filantropia, a gente aprende algumas coisas, a tratar o ser humano com carinho, com amor. Portanto, seja quem for, quando me liga, respeitosamente, me manda uma mensagem, quando qualquer comunicação é feita comigo, os trato da mesma forma que fosse qualquer outra pessoa. Esse é o Sérgio que vocês irão conhecer melhor daqui para frente. Na filantropia, tive a oportunidade de aplicar alguns valores da minha vida, foi onde pude reforçar tudo aquilo que aprendi com meus pais, a questão de honestidade, porque filantropia não combina com desonestidade, não tem espaço para o perdularismo, e tudo isso será implantado aqui no Atlético, na minha gestão. Desculpe a palavra implantado, porque já existe, mas a minha gestão será com honestidade, gastando pouco e faturando muito. Esse é o nosso planejamento”.
Comissão técnica e Diretoria de Futebol - “Com relação ao Sampaoli, gosto muito dele. Acho que tem as características importantes para um grande treinador, é trabalhador, uma pessoa muito séria, correta, e tem a cara do Atlético. É daqueles que se envolvem, vibram, lutam. Na minha avaliação, ele está entre os cinco grandes nomes de treinador da América Latina. E não é fácil achar um treinador hoje, mesmo se quiser, não é fácil achar um grande treinador. Então, pretendemos estar com ele no comando até o final de 2021 e, se a oportunidade for criada agora, em questão de renovação de contrato, eu o farei. Quanto ao Alexandre Mattos e demais diretores do Atlético, e pessoas que exercem cargos de chefia, estamos avaliando um por um, conversando com alguns já, e esses profissionais serão escolhidos e firmados ou não depois da minha posse”.
Dia a dia - Sou uma pessoa de fácil trato, acho que me relaciono bem com todo mundo. Não vejo nenhum tipo de problema no meu relacionamento com o Sampaoli e sou o presidente do Clube, vou despachar onde eu achar que devo despachar, respeitando, é claro, o trabalho dos profissionais. Não posso tumultuar o treino. Meu dia a dia vai ser full time Atlético. Hoje, preciso de poucas horas para cuidar dos meus negócios porque tenho três filhos, eles trabalham comigo e cuidam das minhas empresas. Participo mais como se fosse um conselheiro. Quero estar presente na Cidade do Galo, visitar a Vila, o Labareda, estar aqui. Evidentemente, aqui é o lugar mais certo por ser central, mais fácil para a gente despachar e ter as reuniões, para facilitar a vida de todos, inclusive a minha. Sou um administrador que ando, que não gosta de ficar sentado atrás da mesa, corro tudo que tem que ser corrido para ver como está funcionando”.
“Conheço bastante o dia a dia do Atlético, embora, hoje, seja um pouco diferente. Mas estive, de 1999 a 2006, com muita intensidade aqui dentro, em um momento de muitas dificuldades. Então, sei como lidar com isso, você precisa ter um equilíbrio emocional, precisa de algumas qualidades e, às vezes, ajuda de algumas pessoas, mas a minha vida inteira foi trabalhando muito e resolvendo algumas questões muitas vezes indesejadas. Isso não me preocupa, sinto-me muito preparado para essas questões. Não posso deixar de dar alguns exemplos e aí volto à filantropia. Na nossa instituição, temos 160 idosos, 80 vivem em cima de uma cama hospitalar, você imagina o que não é isso no dia a dia. Não desejo dificuldades e problemas para mim, mas, quando aparecem, procuro resolvê-los com calma, inteligência e ajuda das pessoas. Sou muito bom ouvinte, sempre peço conselhos e, junto com as pessoas que estão do meu lado, até hoje, resolvemos todas as questões que apareceram”.
Estatuto – “Quanto ao estatuto, é preciso que se faça uma reforma, é um estatuto que funcionou muito bem durante muitos anos, mas as coisas mudam, se modernizam, e a gente precisa atualizar. Isso é um ponto importantíssimo. Porém, essa função não é do presidente, o presidente participa, mas é Conselho que faz a reforma. No que depender do presidente para que isso caminhe, o farei”.
Comunicação com a Massa - “Temos três formas de se comunicar, a imprensa, um Twitter pessoal, particular, e os canais de comunicação do clube. Faremos a comunicação adequada e no nível que a Massa precisa”.
Prioridades – “São os quatro pilares que a gente anunciou: ter um time altamente competitivo, que seja protagonista em todos os campeonatos que entrar, investir na base, sanear as finanças e inaugurar a Arena MRV dentro do prazo previsto”.
Parceiros – “O Atlético elegeu um presidente e um vice-presidente. O presidente se chama Sérgio Coelho e o vice-presidente José Murilo Procópio. Ponto final. É um privilégio ter essas pessoas ao nosso lado, qualquer um gostaria de ter Rubens Menin, Rafael Menin, Ricardo Guimarães e Renato Salvador ao lado para ajudar em qualquer situação. Então, aqui no Atlético, eles vão me ajudar sim, através de um órgão colegiado. Vamos debater os assuntos importantes, para tomar as decisões, e vamos tomar as decisões juntos, mas o Atlético tem um presidente, que se chama Sérgio Coelho”.
Continuidade - “A gestão do Sérgio Sette Câmara fez um trabalho de um choque de gestão, talvez eu daria esse nome, que precisa ser levado à frente, mas tem ainda um caminho muito grande a ser percorrido. Estamos elaborando um planejamento, que até o final do ano a gente termina, já temos os tópicos, sabemos onde atacar, vamos planejar bem e executar”.
Orçamento – “O Conselho aprovou após uma análise criteriosa do Conselho Fiscal, que, durante o ano inteiro, trabalha em cima da prestação de contas. O Conselho Deliberativo reuniu-se no último dia 30, aprovou, eu estava presente e votei favorável à aprovação. Então, isso significa que está tudo certo. As nossas aprovações daqui para frente também serão feitas da mesma forma, é estatutário”.
O Sérgio de hoje - “Mudou muito. A experiência, a vida, nos ensinam muito. Inclusive a ser mais calmo, menos temperamental, mais humilde. Vou dar um exemplo, algumas pessoas com quem tive atrito no passado, colega de vocês, nesse momento liguei para todos e pedi desculpa. Mas, para que eu pudesse ficar tranquilo, achei que essas pessoas deviam ser procuradas por mim. Meu crescimento com o passar dos anos é muito grande porque a gente aprende muito com os erros também. Sei onde errei no passado e, com certeza, não os cometerei daqui para frente. O Atlético está, hoje, em uma situação infinitamente melhor e isso em dá condições de fazer um trabalho melhor”.
Auditoria - “Os relatórios da auditoria que foi feita são sigilosos, não os recebi. Sei, através da imprensa, que o presidente Sérgio Câmara fez o correto, entregou uma cópia ao presidente do Conselho Deliberativo, o Dr. Castellar Filho, uma ao presidente do Conselho de Ética, Dr. José Murilo Procópio, e uma ao presidente do Conselho Fiscal, o Dr. Sérgio Leonardo. Uma vez que eles estão com os relatórios, será o Conselho que tomará as medidas, não o presidente. O presidente não tem poder sobre as medidas que serão tomadas, acredito que fica a cargo do Conselho Deliberativo, se é que devem tomar alguma medida, pois não conheço esse relatório”.
Marketing – O Atlético é conhecido mundialmente, temos que deixar isso claro, mas tudo isso só vai acontecer, uma expansão e uma manutenção, se tiver um time forte, competitivo, protagonista. O futebol não vai ser feito com um time mediano, de uma forma amadora. É dessa forma que vamos chegar lá. Temos um departamento de marketing, a propósito, falo que estou encantado com o departamento de marketing. Temos muito a crescer, mas estamos no caminho certo”.
Base – “Vamos fazer um trabalho importante, trabalhando firmemente com o propósito de construir o campo sete. Precisamos. A estrutura física da administração não é compatível e vamos trabalhar firme para construir um prédio para a parte administrativa. Pretendemos separar a gestão, que é única, em duas gestões, a administrativa e a de campo, com diretores diferentes, embora o trabalho seja correlato. E o mais importante, quero reunir com todas as pessoas que trabalham no clube, e às vezes buscar até uma consultoria externa, para fazer um planejamento de como fazer captação, da melhor maneira possível, de atletas bem novos. Hoje, os atletas chegam ao clube, muitas vezes, com idade de 16, 17, 18 anos. No meu entendimento, acredito que eles têm que chegar com sete, oito anos. Acho que, com essas minhas ideias e a minha vontade, e outras que vão aparecer no debate, vamos tornar a base do Galo a melhor do Brasil”.
Elenco - “O Atlético, hoje, tem um time, para mim, muito competitivo, muito bom, foi muito bem formado. E tem uma característica importante, são jogadores que têm mercado, têm potencial para ser vendidos, e bem. Provavelmente, e até precisamos, alguns desses jogadores receberão propostas e deverão sair se as propostas forem interessantes para o Atlético, e temos que renovar, trazer outros, mas sempre buscando um time cada ano melhor. Só vamos conseguir mudar o Atlético para um patamar ainda maior se tivermos time competitivo. Se não tiver, não consegue, não tem como. Inclusive, é um time competitivo e forte que vai dar ao Clube condições de resolver os seus problemas financeiros”.
Brasileirão - “O Atlético tem todas as condições e acredito muito nesse campeonato. Vivo isso todo dia. Quando perdeu alguns pontos, recentemente, até por influência da pandemia, não desanimei. Vi que o Atlético tem potencial para disputar esse título em condição de igualdade com todos os outros clubes que estão lá em cima. Então, eu acredito. E, se formos campeões em fevereiro, esse título, em questão de administração, da Presidência, ele pertence muito mais a quem está se desligando, que foi quem fez o time e está levando até 31 de dezembro, vou dividir com ele todos os méritos. E, se o Atlético for campeão, vai ser uma coisa maravilhosa, não só pela alegria pela conquista do título, mas também pelas finanças, para que a gente consiga uma receita maior com patrocínios, disputa de Libertadores e outros campeonatos que virão”.

Nenhum comentário: