segunda-feira, 23 de dezembro de 2019

Arena do Galo surge como rival do Mineirão na disputa por grandes shows Esplanada do Gigante é duas vezes e meia maior que estádio atleticano; MRV, por sua vez, aposta em capacidade de receber mais eventos no gramado Thiago Nogueira | @superfcoficial 23/12/19 - 07h05 Previsto para ser inaugurado em meados de 2022, a Arena MRV, o estádio do Atlético, que será erguido no bairro Califórnia, região Noroeste de Belo Horizonte, surge como um concorrente do Mineirão na agenda de grandes show na capital mineira. Cada estádio tem (ou terá) suas vantagens e desvantagens e, na prática, quem ganha são os produtores de eventos. Em 2018, o Mineirão recebeu 253 eventos, número que deve ser superado neste ano (o balanço de 2019 ainda não foi divulgado). O estádio da Pampulha possui uma esplanada duas vezes e meia maior que a Arena MRV (80 mil m² x 31 mil m²), espaço que tem condições de receber show de grande porte quando não se pode usar o gramado. Em julho, por exemplo, o show "Amigos 20 anos" passou do gramado para a esplanada por causa de uma mudança na agenda de jogos do Cruzeiro. Uma das críticas ao Gigante diz respeito à capacidade para a montagem de grandes estruturas. Alguns veículos maiores têm dificuldades de entrar pelos portais de acesso ao campo. Isso, em alguns casos, acaba dificultando os trabalhos de montagem e desmontagem, o que pode atrapalhar a programação de jogos por causa da demora. E é nisso que o Atlético se apega. "A Arena pode receber eventos diferentes do Mineirão. Ele (o Mineirão), às vezes, não dá para receber um show interno, pela estrutura. Já a Arena pode. E vamos ter um espaço interno também para quatro ou cinco mil pessoas, e não precisa ocupar a esplanada", explicou o diretor executivo da Arena MRV, Bruno Muzzi. Diferentemente do Mineirão, a arena do Galo não poderá receber grandes show na esplanada. O limite de horário é a meia-noite. "Sempre foi dessa maneira, por questões acústicas. Podemos ter eventos, mas não podemos ter shows de grande porte", ressaltou Muzzi. O plano de negócios do estádio alvinegro prevê uma receita de R$ 3,5 milhões por ano com locações. O objetivo é conseguir, ao menos, três grandes shows por ano. O Mineirão é operado por uma empresa privada, a Minas Arena, que tem a concessão do governo até 2038. A Arena MRV será 100% gerida pelo clube. A WTorre, empresa que administra o Allianz Parque, do Palmeiras, já procurou o clube em busca de parceria para levar grandes shows ao estádio. “Belo Horizonte tem espaço para os dois. Alguns eventos de maior porte vai ter uma pequena concorrência. Um produtor pode preferir um show na Arena, outro no Mineirão. São questões comerciais. Mas tem espaço para todos”, avaliou Bruno Muzzi. A Arena Independência, reformada e reaberta em 2012, não conseguiu atrair grandes eventos musicais por causa de sua arquitetura e da pouca oferta de vagas para estacionamento.

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