quinta-feira, 17 de outubro de 2019

Em meio à crise do Atlético, Sette Câmara age nos bastidores, mas evita holofotes e não dá entrevista coletiva há três meses Presidente do Galo deixa Rui Costa à frente do futebol do clube Túlio Kaizer /Superesportes postado em 17/10/2019 18:50 / atualizado em 17/10/2019 19:18 Facebook Twitter Há exatos três meses, o Atlético foi eliminado pelo Cruzeiro nas quartas de final da Copa do Brasil. Naquela noite, atrás dos vestiários do Independência, Sérgio Sette Câmara concedeu sua última entrevista coletiva. Já são 92 dias sem falar com os jornalistas. Neste período de 'sumiço', os holofotes ficam com o diretor de futebol Rui Costa, escolhido pelo mandatário para ‘tocar’ o futebol no clube, que vive grave crise técnica dentro de campo. Na última entrevista coletiva, o presidente encerrou todas as especulações em cima de uma possível contratação de Diego Tardelli, do Grêmio, e rasgou elogios ao volante Jair. Depois disso, deixou a palavra para Rui Costa, mas não parou de agir nos bastidores. Sette Câmara esteve com o clube nas viagens para partidas como visitante, como na semifinal da Copa Sul-Americana, contra o Colón-ARG, em Santa Fé, e também participou de decisões importantes, como a manutenção e, depois, a demissão de Rodrigo Santana. O ex-treinador do clube, inclusive, elogiou o mandatário alvinegro. Neste ano, o maior período sem aparições de Sette Câmara era de pouco mais de um mês. O presidente diminuiu a exposição com a chegada de Rui Costa, responsável por apresentar jogadores e falar com a imprensa nos momentos de crise. Antes da contratação do dirigente, foram oito entrevistas em menos de dois meses. No período em que deixou de aparecer, Sette Câmara passou a ser perseguido por torcedores. Em vários jogos no Independência, os atleticanos protestaram contra o presidente com ofensas nas arquibancadas. As ruas de Belo Horizonte chegaram a amanhecer com faixas contra ele e também contra Rui Costa. Em uma manifestação na porta da sede do clube, no bairro de Lourdes, organizadas fizeram um velório simbólico. O motivo são os resultados em campo. A queda na semifinal da Copa Sul-Americana deu ênfase ao momento ruim do Galo. No Campeonato Brasileiro, são cinco pontos somados nos últimos 36 disputados. O time, que estava no G4 da Série A, agora luta para se afastar da parte de baixo da tabela. Na gestão de Sette Câmara, o Atlético encerrará mais um ano sem conquistas no profissional. Um 'ponto negativo' na temporada aconteceu pouco antes da última entrevista de Sette Câmara. O mandatário não esteve no Mineirão no primeiro jogo das quartas de final da Copa do Brasil, contra o Cruzeiro. Ele estava na Europa e não acompanhou a derrota. No entanto, o presidente rebateu as críticas e disse que não tinha que dar satisfações sobre a vida pessoal. “Isso aí não tenho que dar satisfação. Eu tenho que dar satisfação pagando os jogadores em dia, sendo responsável, honesto e correto. O presidente não tem que estar em todos os jogos. Não conheci no Atlético, em 20 anos, um presidente que foi em todos os jogos. Meu papel vem sendo muito bem exercido. Tenho feito tudo que eu posso para cumprir o compromisso assumido com os conselheiros. Quem tem que estar em todos os jogos é o diretor de futebol, o treinador, a comissão técnica, havia vários diretores no dia. Estou, sempre que posso, presente. Mas tenho outros afazeres. E eu estava fora em prol do Atlético. Não vou falar, porque corre em sigilo. Estava conversando com pessoas, precisamos buscar dinheiro e temos que viajar para tratar isso daí. Não adianta. Eu não vou jogar, não entro em campo. Mas posso estar fazendo outras coisas fora e acho que não tenho que ficar dando satisfação nesse sentido, com toda sinceridade”, disse à época. Austeridade Outra crítica de torcedores é em relação à austeridade financeira pregada por Sette Câmara desde que ele assumiu a presidência do clube. Neste ano, por exemplo, o Atlético fez um alto investimento no lateral-esquerdo uruguaio Lucas Hernández, de 26 anos, que hoje é a terceira opção para a posição. Ele custou perto de 3 milhões de dólares, cerca de R$ 12 milhões à época. Enquanto isso, o clube sofre para pagar os salários dos jogadores e conviveu com alguns atrasos em 2019. Apesar de não ter concedido nenhuma entrevista coletiva nos últimos três meses, Sette Câmara falou com o jornal Hoje em Dia no dia 18 de setembro, na Argentina, na véspera do duelo contra o Colón, pela semifinal da Copa Sul-Americana. Entrevistas de Sérgio Sette Câmara em 2019 18/09 - Entrevista a portal mineiro na Argentina 17/07 - Entrevista coletiva após eliminação na Copa do Brasil para o Cruzeiro 25/06 - Entrevista para rádio mineira 06/06 - Entrevista coletiva após a classificação contra o Santos nas oitavas de final da Copa do Brasil 18/05 - Rápida entrevista coletiva durante o jogo entre Atlético e Flamengo pelo Campeonato Brasileiro 12/04 - Entrevista coletiva na apresentação do diretor de futebol Rui Costa 18/03 - Entrevista para rádio mineira 27/02 - Entrevista coletiva após o jogo contra Defensor, do Uruguai, pela pré-Libertadores 20/02 - Entrevista para canal de TV por assinatura 19/02 - Entrevista para rádio mineira 05/02 - Entrevista em Montevidéu antes da estreia na pré-Libertadores 27/01 - Entrevista coletiva após o empate no clássico da fase classificatória do Campeonato Mineiro *Reportagem atualizada às 19h13

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