quinta-feira, 24 de outubro de 2019
Do tumor na cabeça ao 'Eu Acredito' diário: atleticana cria associação para lutar pelos 'raros'
Henrique André
@ohenriqueandre
24/10/2019 - 15h20 - Atualizado 15h34
Divulgação /
Formar um elenco vitorioso vai muito além de dar voltas olímpicas importantes. No caso do Atlético, a inédita conquista da Copa Libertadores, em 2013, foi o único motivo de alegria para uma torcedora recém-operada de um tumor na cabeça. Com o feito alcançado por Ronaldinho e companhia dentro das quatro linhas, quando estava no auge do tratamento, Roberta Ladeira, na época com 32 anos, conseguiu driblar as forte dores e inevitáveis incertezas para vibrar com o tão sonhado caneco continental.
Radicada em Coimbra, no interior de Minas, a atleticana aprendeu a dar sentido pessoal ao "Eu Acredito!", mantra ecoado pela torcida alvinegra desde aquele ano. Após o processo cirúrgico, ela precisou se superar novamente e demonstrar raça superior a que o time de coração colocara em campo, já que desenvolveu duas doenças consideradas raras: Panhipopituitarismo, que consiste na ausência da produção de hormônios necessários para o equilíbrio das funções biológicas, e a Diabetes Insipidus, que é consequência do não funcionamento adequado do ACTH que controla a sede e a urina.
"A minha rotina mudou drasticamente; passo por exames de sangue constantes, tomo doze medicamentos diferentes diariamente, alguns de alto custo; sou acometida por mudanças de humor bruscas, dentre outras situações incômodas. Infelizmente estas doenças supracitadas são pouco estudadas, o que dificulta o tratamento e contribui para que a medicação seja tão cara e difícil de encontrar", conta ao Hoje em Dia.
"Após 3 anos de muitas dúvidas e me sentindo só, pois não conhecia ninguém com o mesmo diagnóstico, decidi produzir e divulgar vídeos através do YouTube, à procura de pessoas que vivenciassem o mesmo drama. A partir desta iniciativa, encontrei vários companheiros e, juntos, decidimos fundar a associação PanDI (de fato não de direito). Por meio dela, chegou ao meu conhecimento que muitas crianças nasciam com estas doenças, e que outras tantas pessoas haviam perdido seus entes por falta de conhecimento dos médicos... Nos unimos por WhatsApp e redes sociais onde trocamos experiências", acrescenta.
Padrinho Marcos Rocha
Ao longo destes dois anos de existência da PanDI, a associação ganhou mais força e o apoio de raros voluntários , inclusive do jogador Marcos Rocha, atualmente no Palmeiras, que ganhou o título de "padrinho" da iniciativa.
"O Rocha veio como um anjo, ele nos ajuda financeiramente nos casos mais urgentes e liberando a sua imagem", conta a profissional de Educação Física e ex-dançarina de dança do ventre.
Buscando mais apoio, Roberta espera que a mídia cumpra seu papel social e ajude a despertar o interesse das autoridades competentes, em busca de mais conhecimento e que permita a ela e as outras pessoas portadoras de doenças raras viverem com mais qualidade e, principalmente dignidade.
**** Para conhecer mais o PanDI, acesse: instagram.com/pandi.raros ou www.pandiraros.com.br.
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