sábado, 23 de julho de 2016
Decisivo para ambos os lados
Ex-atacante afirma que fica dividido entre os clubes e vai torcer para os dois na partida de hoje
Vaduca foi decisivo tanto com a camisa do Villa quanto com a do Atlético nos anos 50
PUBLICADO EM 02/04/16 - 03h00
Thiago Nogueira
Villa Nova, Atlético e suas histórias centenárias se cruzam graças a um nome em comum: Osvaldo Liberato, o Vaduca. Sob forte chuva no antigo Independência, ele testava para as redes, em 1951, o gol que valeu o último título estadual do Leão do Bonfim.
Adversário daquela final, o Galo seria, cinco anos depois, a nova casa do atacante. Predestinado que é, Vaduca faria também o gol decisivo da finalíssima do Campeonato Mineiro de 1956, sobre o Cruzeiro.
De memória afiada aos 88 anos, Vaduca se orgulha do passado dividido entre as cores alvinegras e as alvirrubras. Hoje, às 16h, quando Villa Nova e Atlético se enfrentam pela 238º vez, ele não vai torcer nem para um, nem para o outro. “Vou torcer para os dois”, garante.
Nascido e criado em Nova Lima, o ex-atacante Vaduca começou no futebol como gandula, catando as bolas que caíam no rio que margeava o Alçapão do Bonfim. O pai era zelador do estádio, a mãe, lavadeira e passadeira do time.
Ele, claro, seria jogador, assim como os irmãos. A vida, então, o faria mudar para a capital em busca de melhores condições de educação para as filhas e, a convite do então presidente atleticano Nelson Campos, acabaria vestindo a camisa branca e preta por três anos.
Naquela época, porém, o período profissional era curto. Por isso, tratou de arranjar um serviço que garantisse o futuro além do futebol. O Valeriodoce, de Itabira, era um clube muito cobiçado por atletas, por ser mantido pela antiga empresa estatal Vale do Rio Doce. Por lá, deu seus últimos chutes na bola e trabalhou também como pintor de paredes, o que lhe garantiu uma boa aposentadoria no início dos anos 80.
Quando voltou a Belo Horizonte, sabia que não conseguiria viver sem futebol. Chegou a se inscrever para o quadro de árbitros da federação mineira, mas um novo convite veio a calhar: trabalhar no América.
Das divisões de base para a gerência administrativa do CT Lanna Drumond, Vaduca permaneceu no clube alviverde por mais de 20 anos, até se despedir, há apenas duas semanas. “O futebol é muito saudável. Você faz muitas amizades. Mas tem que ser direito. Agora vou descansar”, avisou.
Modernidade. Ele vai maneirar no futebol, mas não muito. Nesta tarde, estará ligado em Villa Nova e Atlético. Acostumado a campos acanhados e charmosos do seu tempo, Vaduca ainda não conhece os modernos estádios da atualidade, nem o novo Independência, nem o novo Mineirão. “Não tenho mais entusiasmo de ir”, pondera. De todo modo, ele sabe muito bem os motivos que fizeram o Leão levar o jogo para o Gigante. “É para ter mais renda, não é?”, indaga, já sabendo a resposta.
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