sábado, 30 de julho de 2016
ARENA ENXUTA
Galo reduz projeto do estádio e já tem um terço garantido para a obra
Uma das exigências da cúpula atleticana é que o clube não tire um centavo do bolso para viabilizar o estádio
PUBLICADO EM 06/07/16 - 03h00
Fernando Almeida / Thiago Nogueira
@super_fc
Em busca do sonho da casa própria, o Atlético decidiu adequar a magnitude do projeto de seu estádio para uma realidade bem mais viável. Orçado inicialmente em R$ 530 milhões, os custos da obra foram baixados em 40%, fazendo com que o empreendimento se aproximasse das cifras de R$ 320 milhões.
Uma das exigências da cúpula atleticana é que o clube não tire um centavo do bolso para viabilizar o estádio, aportando os recursos através de investidores. Segundo apurou O TEMPO, os trabalhos nos bastidores têm surtido efeito, e o Galo já tem garantido cerca de R$ 120 milhões, o que representa mais de um terço do valor necessário para tocar o complexo.
O dinheiro se refere à venda dos naming rights da arena, da permissão para exploração do estacionamento por terceiro, além de uma parceria já acordada com uma empresa de bebidas e da venda de cadeiras cativas. O estádio do Galo será uma sociedade de propósito específico (SPE), formada por diferentes empresas.
O Atlético já tinha ganhado da MRV Engenharia o terreno – localizado no bairro Califórnia, região Noroeste – e o projeto do estádio, assinado pela Farkasvölgyi Arquitetura, responsável também pela segunda planta. A previsão de faturamento anual é de R$ 20 milhões.
Modificações. As mudanças no projeto já foram discutidas e validadas pela diretoria. Maquetes e projeções virtuais ainda não ficaram prontas para a divulgação – no projeto anterior, muitas imagens acabaram vazando sem o aval do clube.
A capacidade de público foi diminuída de 56 mil para 44 mil, com dois níveis de arquibancada, e não três, como antes. Assim, o projeto esboçado deixaria o ângulo maior, com os degraus mais íngremes. As vagas de estacionamento também foram reduzidas, mas poderiam ser ampliadas paulatinamente, construindo novos andares sobre o edifício-garagem, que permanece localizado ao lado do estádio.
A mudança mais significativa para baixar os custos do projeto é a exclusão do centro de convenções de 28 mil m², que funcionaria abaixo da esplanada – ele seria maior do que o Expominas, na Gameleira, hoje, o maior complexo de eventos do Estado. A própria área de estacionamento já seria um espaço suficientemente grande para ser utilizado para feiras e exposições.
Diferentemente do primeiro projeto, que já tinha sido enviado para a aprovação e a emissão de licenças pela Prefeitura de Belo Horizonte, o novo projeto ainda não é tratado burocraticamente. O Atlético não estabelece prazos para o início e nem para o fim da construção do estádio. Qualquer grande passo para a efetivação do empreendimento precisa da aprovação do conselho deliberativo, que ainda não recebeu qualquer comunicação formal sobre os estudos e os planos da diretoria.
Enquanto isso...
Presente. Sem seu próprio estádio, Galo segue tendo o Independência como primeira casa e o Mineirão como palco para partidas que demandam grande público.
Preocupação. O Atlético está atento aos problemas financeiros vividos pelos dois estádios de Belo Horizonte, reformados pelo poder público e que foram entregues à gestão da iniciativa privada.
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