sexta-feira, 1 de maio de 2020

Custo de R$ 530 milhões, receitas futuras, somas e juros: a "nova conta" do estádio do Atlético-MG Orçamento, inicialmente de R$ 410 milhões, já chega na casa dos R$ 530 milhões (considerando obras periféricas, de contrapartidas sociais); entenda o que mudou Por Frederico Ribeiro e Guilherme Frossard — Belo Horizonte 30/04/2020 04h17 Atualizado há um dia Custo de R$ 530 milhões, receitas futuras, somas e juros: a Custo de R$ 530 milhões, receitas futuras, somas e juros: a Reprodução/Farkasvölgyi Arquitetura No dia 18 de setembro de 2017, na sede de Lourdes, o conselho deliberativo do Atlético-MG votou para aprovar a venda de 50,1% do Shopping Diamond Mall, dinheiro que proporcionaria ao clube construir seu estádio próprio. Naquela ocasião, o Galo vendeu metade do centro comercial por R$ 250 milhões e orçava um gasto de R$ 410 milhões para erguer sua arena. Os R$ 160 milhões faltantes viriam de vendas de cadeiras cativas (R$ 100 milhões) e naming rights (R$ 60 milhões). A conta estava redonda e "fechada". Hoje, 31 meses depois, a equação é diferente. A primeira notícia de variação dos valores foi positiva para o torcedor atleticano: os R$ 250 milhões renderam durante esses 31 meses e, hoje, beiram os R$ 300 milhões. Por outro lado, se o dinheiro em caixa aumentou, os gastos previstos com a Arena também aumentaram. E em maior volume. Durante entrevista ao podcast GE Atlético, na última segunda-feira, Bruno Muzzi, CEO da Arena MRV, revelou que o orçamento da obra, hoje, está em aproximadamente R$ 530 milhões. São R$ 120 milhões a mais que o valor inicial, mas a maior parte desse dinheiro (R$ 80 milhões) será gasta com obras "periféricas", as já famosas "contrapartidas" exigidas pelo poder público. São obras de trânsito e em equipamentos que serão usados pela comunidade. É de praxe esse tipo de exigência em grandes empreendimentos. O reajuste no preço da arena em si, portanto, foi de aproximadamente R$ 40 milhões. O estádio, antes orçado em R$ 410 milhões, vai custar, segundo a projeção atual, R$ 450 milhões. Com a soma dos R$ 80 milhões previstos para as contrapartidas, chega-se ao valor de R$ 530 milhões. Voltemos, então, à conta original. O Atlético-MG contava com R$ 250 milhões da venda de metade do Diamond Mall, com R$ 100 milhões da venda de cadeiras cativas e com R$ 60 milhões de naming rights (MRV). O valor arrecadado com a venda do shopping foi reajustado para aproximadamente R$ 300 milhões. Neste caso, somando os outros R$ 160 milhões, o Atlético teria R$ 460 milhões. Faltariam, ainda, R$ 70 milhões. E aí? Como a conta fecha? O GloboEsporte.com foi atrás dessa resposta e conversou com fontes diretamente ligadas ao projeto. Uma delas citou que o valor arrecadado com cadeiras cativas pode ser superior a R$ 100 milhões. Ainda segundo a apuração, uma cadeira cativa deve ter o custo médio (para o torcedor comprador) de R$ 25 mil (por 15 anos). De acordo com a última versão do projeto, a Arena MRV terá 4.470 cadeiras cativas. Esse número multiplicado por R$ 25 mil significaria uma receita total de R$ 111.750.000,00, quase R$ 12 milhões a mais que a projeção inicial. Ainda assim, faltariam quase R$ 60 milhões. Questionada sobre isso, uma outra pessoa diretamente ligada ao projeto citou que há outras fontes de renda previstas, entre elas a venda de camarotes e acordos com empresas que explorarão algumas áreas do estádio, como o estacionamento e os bares. Viriam daí, portanto, os outros R$ 60 milhões (aproximadamente). A reportagem apurou que, no nascimento do projeto, a ideia era que esses valores arrecadados com camarotes e empresas parceiras não fossem usados na obra. Com as mudanças na conta, porém, tudo indica que isso será necessário. A equação atual para que a conta da Arena MRV feche (com valores aproximados): Custos previstos R$ 450 milhões - estádio R$ 80 milhões - contrapartidas TOTAL: R$ 530 milhões Receitas previstas R$ 300 milhões - Diamond Mall R$ 100 milhões (ou R$ 112 milhões) - cadeiras cativas R$ 60 milhões - naming rights R$ 70 milhões (ou R$ 58 milhões) - venda de camarotes e acordos com empresas parceiras TOTAL: R$ 530 milhões

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