18/11/2014 15h26 - Atualizado em 19/11/2014 09h25
Levir Culpi "se sentiu derrotado" com indisciplina de trio do Atlético-MG
Treinador elogia caráter, mas considera problemas disciplinares envolvendo Emerson Conceição, André e Jô como "reflexo da educação no país"
Por SporTV.com
O técnico do Atlético-MG, Levir Culpi, falou ao programa "Arena SporTV" sobre os problemas disciplinares envolvendo o trio André, Emerson e Jô. Os três foram afastados do elenco e posteriormente suspensos por 30 dias, algo que fez o treinador "se sentir derrotado" por não ter conseguido passar a sua filosofia de trabalho. Para o comandante, os atletas têm boa índole e nada mais são que um reflexo da educação do país.
- Não me senti traído, me senti derrotado. Para mim, dentro do Atlético, foi a pior coisa que me aconteceu nesses sete meses. Acho que foi uma falha minha. Eu não consegui passar para os três o que eles deveriam fazer, de alguma maneira falhei. Eles não entenderam o recado, eu não consegui passar. Emerson, André e Jô são muito queridos, mas são frutos da educação desse país. Como pessoa são de boas índoles, amigos. Nos trabalhos vão bem, mas a parte profissional tá longe da gente acompanhar como deve ser. Não conseguimos consertar isso - afirmou.
Para o comandante atleticano, o futebol brasileiro poderá se beneficiar de uma mudança educacional.
- Dizem que o Brasil precisa seguir o que a Alemanha faz. Não é só melhorar time, é a estrutura toda de educação. Os técnicos lá são melhores preparados, os jogadores também. Todas as cosias em volta do futebol são melhores organizadas. Aqui temos um jogador apenas que tem curso superior, e no Brasil toda a média é essa: 5%, 2%. Não são mal educados nem mau caráter, mas o ignorante não sabe o que é melhor para ele. Lamento muito por isso, a falta de educação para administrar os clubes de futebol.
Sobre a decisão de suspender a obrigação dos jogadores se concentrarem antes das partidas. O treinador afirmou que pode tomar essa decisão pelo fato da equipe estar em um momento muito bom.
- Estamos tão bem que tirei a concentração. Os que se cuidam e ficam com a família se sentiram à vontade. Com essa tomada de decisão, tivemos 15 ou 20 jogos e não perdemos nenhum. Situações que temos que administrar e que nos fizeram chegar até aqui - disse Levir Culpi.
O treinador do Galo lembrou que abolir a concentração é algo comum fora do Brasil, inclusive no Japão onde também trabalhou. Levir Culpi explicou como foi o processo que o levou a tomar esta decisão.
- Na Europa é muito antigo, no Japão também. No Japão não concentrávamos e funcionava assim. Eu precisava que entendessem que vim pra ajudar, fazer parte do clube. Não vim impor situação, não acho que é o tipo de liderança que eles gostam. Falei, se nós fecharmos o grupo, eu tiro a concentração. Se seu sentir que estão correndo, eu tiro. Naquele momento começou a confiança maior entre comissão e jogadores, nós nos fechamos mais. São lições que a gente aprende. Não é o técnico que tirou, houve entendimento. Coisa mais profissional. Mesmo assim cometemos erros, mas de modo geral melhorou muito - completou.O Próximo jogo do Atlético-MG é contra o Flamengo nesta quarta-feira, às 22h (de Brasília), no Independência, em Belo Horizonte.
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