02/05/2014 17h17 - Atualizado em 02/05/2014 17h17
Para Vilaron, discurso de Kalil é para a torcida e para blindar os jogadores
Após a eliminação do Atlético-MG da Libertadores, presidente do Galo assumiu toda a responsabilidade da queda da equipe na competição
Por SporTV.com Belo Horizonte e São Paulo
A demissão de Paulo Autuori não foi suficiente para que o Atlético-MG invertesse o placar conseguido pelo Nacional de Medellín-COL na primeira partida das oitavas de final da Libertadores, quando os colombianos venceram por 1 a 0. Após o empate em 1 a 1 na noite da última quinta-feira, que eliminou o Galo da competição, o presidente do clube, Alexandre Kalil veio a público isentar jogadores e comissão técnica, chamando para si toda a responsabilidade da queda. Para Wagner Vilaron, o discurso de Kalil foi para a torcida.
- É um pouco clichê (o discurso de Kalil). Ultimamente tem sido comum, para tirar responsabilidade. É um discurso para o público. Não necessariamente ele pensa desta forma. Acho que o Kalil fala dessa forma, como alguns dirigentes falam nos microfones, para tentar blindar o grupo de jogadores, mas eu não acredito nesse tipo de conversa com a torcida – afirmou.
Campeão da Libertadores em 2013, o Galo não demonstrou nessa edição a mesma gana que o fez virar jogos improváveis no ano passado. Acabou a fase de grupos como líder da sua chave, mas somou apenas 12 pontos, com três vitórias e três empates, sendo que não conseguiu vencer o Nacional-PAR.
O comentarista Bob Faria não concorda com a avaliação do mandatário alvinegro e diz que a responsabilidade tem que ser dividida.
- Primeiro, sempre gosto de fazer uma distinção entre culpa e responsabilidade. Parto do princípio que a culpa tem a ver com o dolo, com a coisa malfeita, tentar se dar bem, não ter resultado, e aí a pessoa ser culpada daquilo. A responsabilidade é de quem toma decisões. E claro, quem tomou a primeira decisão foi o presidente do Atlético-MG, então pode-se dizer que o presidente é o responsável, como ele mesmo disse. Agora é um efeito dominó. Uma decisão, que traz um treinador que não se enquadra ao perfil do time e aí um equívoco na montagem ou na manutenção daquele elenco, aí os jogadores não se adaptam, começa conversinha daqui, dali. Conclusão: é um efeito dominó que deu no que deu. Mas o Alexandre Kalil não é o culpado e não é o único responsável, porque ele não chuta bola na arquibancada também – analisou Bob Faria.
Para o narrador da Rádio Globo Oscar Ulisses, concorda com Bob e diz que não pode ser descartado o acaso na avaliação que Kalil fez.
- Nesse discurso do Kalil fica escondida alguma coisa importante no meu ponto de vista sobre a relação que o torcedor tem que ter com o futebol. O Atlético-MG ano passado ganhou a Libertadores porque teve muita sorte, porque teve uma participação do goleiro fantástica, teve todos os ingredientes que estão fora do alcance de um presidente, às vezes até de um grupo de jogadores, tem o acaso, que joga pesadamente, principalmente em partidas de mata-mata. Então o Atlético-MG, que ganhou merecidamente a Libertadores, emocionante, mobilizou toda a cidade, o país, esse ano não teve a sorte que precisou ter para avançar um pouco mais. Então esse discurso de que eu fiz, sou responsável, significa dizer que ele foi responsável no ano passado pela conquista, somente ele. Não é assim! É todo um conjunto, todo um grupo e o futebol tem isso, de às vezes passar sem ser o melhor. O que não tira dele o mérito de ter a humildade de dizer que errou. É um discurso que engana um pouco – finalizou Oscar.
Nenhum comentário:
Postar um comentário