sexta-feira, 12 de outubro de 2012

Aparato de clássico

O clima de rivalidade que cerca a partida desta quarta à noite preocupa. Em vista disso, a Polícia Militar arma esquema especial para garantir a segurança e evitar incidentes
Estado de Minas -
Publicação:26/09/2012 08:22
No reencontro de Ronaldinho Gaúcho com o Flamengo, a Polícia Militar do Rio trabalhará como se fosse dia clássico. Não bastasse a rivalidade histórica entre os dois clubes, a transferência do armador para o alvinegro, de forma nada amistosa, acirra ainda mais a disputa desta quarta-feira à noite, no Engenhão. Para evitar incidentes violentos, o contingente policial foi reforçado. A diretoria rubro-negra pediu aos torcedores para não lançar objetos no gramado e a do Galo passou de cinco para nove o número de seguranças que acompanham a delegação .
Entre integrantes do batalhão próximo ao Engenhão, policiais do Grupamento Especial de Policiamento em Estádio (GEPE) e membros da tropa de choque, a PM vai escalar cerca de 500 oficiais para a partida. “Estamos tratando o jogo como uma ocasião especial, com um esquema semelhante ao utilizado em clássicos regionais de grande rivalidade e decisões. Temos de ter muita atenção, até por tudo que envolve este encontro entre Flamengo e Ronaldinho. Sabemos do clima criado entre as partes e precisamos agir”, explicou o tenente-coronel João Fiorentini, comandante do GEPE e responsável pela logística de segurança pública do jogo.
A intenção dos policiais é evitar qualquer tipo de tumulto durante o deslocamento do ônibus da delegação atleticana e possíveis tentativas de confronto entre as torcidas adversárias. Afinal, todos os ingressos para a partida foram vendidos, sob o custo de R$ 5 e R$ 20, inclusive os destinados à massa atleticana.
INIMIGO MORTAL Contrariando o discurso da cúpula rubro-negra, o atacante Vágner Love apoia as manifestações da torcida contra o Galo e, especialmente, contra Ronaldinho Gaúcho. Eles são amigos fora das quatro linhas. Dentro delas, segundo o jogador, vão virar inimigos mortais. “Não vou querer perder de jeito nenhum. Eu o considero meu padrinho, mas dentro do campo é Flamengo x Atlético. A torcida contra eles vai ser bom para a gente. A torcida tem que vaiar mesmo e nos incentivar.”
Love afirma que o torcedor flamenguista tem mesmo de reforçar o clima de provocações para desestabilizar o Galo. “Nossa torcida vai estar no estádio, tem a mágoa com o Ronaldo. É uma decisão para nós e para eles também. Xingar e vaiar faz parte, mas que seja um espetáculo legal. Para nos ajudar, a torcida tem de vaiar o time deles, sem briga, sem confusão, e respeitar a todos”, acrescentou.
MEMÓRIA
Craques e polêmicas
Flamengo e Atlético já protagonizaram grandes duelos, recheados de craques, como Reinaldo, Cerezo, Éder, Luizinho, Zico, Júnior, Leandro e Raul. Mas colecionaram também polêmicas. O auge dessa rivalidade foi no fim dos anos 1970 e início dos 1980. Na decisão do Brasileiro de 1980, o Galo venceu por 1 a 0 no Mineirão, mas perdeu por 3 a 2 no Maracanã e viu o adversário ser campeão. Em atuação polêmica, o árbitro José de Assis Aragão expulsou Reinaldo, autor dos gols alvinegros, e, nos minutos finais, Chicão e Palhinha. No ano seguinte, em jogo extra no Serra Dourada para decidir o classificado do grupo à segunda fase da Copa Libertadores, nova arbitragem confusa, dessa vez de José Roberto Wright, revoltou os atleticanos. Ele encerrou a partida ainda no primeiro tempo, depois de expulsar Reinaldo, Éder, Chicão, Palhinha e Osmar Guarnelli e deixar a equipe mineira sem número suficiente de jogadores em campo. Uma semana depois, a Confederação Sul-Americana de Futebol (CSAF) decretou a classificação do Fla. Nas semifinais do Brasileiro de 1987, os rubro-negros venceram por 1 a 0 no Maracanã e por 3 a 2 no Mineirão, em novo jogo tumultuado.
DIREITO DE ARENA
O Atlético foi condenado pela Terceira Turma do Tribunal Superior do Trabalho (TST) a pagar ao atacante Vanderlei valores sobre direito de arena (participação do atleta no que o clube recebia pela transmissão de seus jogos) a que tinha direito à época em jogava no clube. Com base em acordo coletivo, o alvinegro repassava apenas 5% e o artigo 42 da Lei Pelé previa 20%. Em decisão unânime, o alvinegro será obrigado a pagar ao jogador as diferenças relativas, acrescidas dos reflexos sobre repouso semanal remunerado, 13º salário, férias mais um terço e FGTS.

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