quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Especial da década2001: O bicampeonato brasileiro foi por água abaixo, literalmente


Guilherme deixa o campo arrasado com a derrota de 2 a 1 para o São Caetano

Debaixo de forte chuva, Galo não segurou o São Caetano e foi eliminado na semifinal
Victor Martins - Superesportes
Publicação:22/12/2010 09:00
Atualização:22/12/2010 14:05
Depois de encerrar a década de 1990 com dois títulos mineiros, um vice do Brasileiro, uma participação na Libertadores de 2000 e uma semifinal da Copa Mercosul, o torcedor atleticano esperava por uma grande temporada em 2001. O técnico era Abel Braga, que tinha a missão de remontar o time alvinegro.
Para isso, ele contava com a permanência de algumas estrelas do time, como o goleiro Velloso, o volante Gilberto Silva, o meia Ramon e a dupla de ataque formada por Marques e Guilherme. O primeiro desafio do ano era a Copa Sul-Minas. Paralelamente, o clube disputava a Copa do Brasil. O início foi promissor, com classificação à semifinal do torneio interestadual.
Atlético e Cruzeiro era o confronto de uma semifinal da Sul-Minas. De um lado, o Galo, de Abel Braga. Do outro, a Raposa, de Felipão. Primeiro jogo em Ipatinga e empate em 1 a 1. Três dias depois, a decisão em Belo Horizonte. O atacante Guilherme colocou o Alvinegro na frente, mas o Cruzeiro virou e se classificou.
A situação de Abel Braga ficou insustentável depois de um novo tropeço diante do Goiás. Na década de 90, o clube esmaraldino tirou o Galo duas vezes seguidas da Copa do Brasil e repetiu a história em 2001. Derrota por 3 a 1 no Serra Dourada e empate em 2 a 2 no Mineirão derrubaram o Atlético e Abel Braga, que teve 12 vitórias, oito empates e quatro derrotas durante os quatro meses no comando do time alvinegro.
O cargo de treinador caiu no colo de Zé Maria Pena. Campeão brasileiro em 1971, como jogador, ele era auxiliar de Abel e tinha, agora, a responsabilidade de buscar o tricampeonato mineiro. O primeiro passo foi dado, ao tirar o Cruzeiro na decisão. Assim como em 1999, novamente o Estadual tinha Atlético e América na grande final.
De um lado, o Atlético e suas estrelas. De outro, o América com alguns jogadores experientes e muitos garotos, praticamente todos feitos em casa. Somente o goleiro Fabiano não tinha começado a carreira no Coelho. No primeiro jogo, a surpreendente goleada americana por 4 a 1. Título praticamente confirmado, certo? Não.
A torcida do Atlético compareceu em grande número no domingo seguinte. O Galo precisava vencer por três gols de diferença para levar a decisão para os pênaltis. E o time conseguiu fazer 3 a 0, com Guilherme, Gilberto Silva e Lincoln. Mas aos 32 do segundo tempo, o jovem Alessandro, do América, passou por Paulo César, hoje Paulo Baier, e fez o gol do título americano.
Passada da decepção do primeiro semestre, o Atlético apostava mais uma vez em Levir Culpi. Ele teve mais de um mês para preparar o time para o Brasileiro. Trouxe reforços importantes, como o volante Dejair, o lateral Felipe e o meia Valdo. O time fez ótima campanha na primeira fase do Brasileiro e terminou na quarta colocação.
Por conta do excesso de times na Série A, eram 28 participantes, as quartas-de-final e semifinal teriam apenas o jogo de ida, na casa da equipe com melhor campanha. Beneficiado diante do Grêmio, o Galo fez 3 a 0 nos gaúchos e chegava entre os quatro primeiros do Brasileirão pela 14ª vez. Mas o dia 9 de dezembro não é de boas lembranças.
Atlético e São Caetano se enfrentavam numa tarde nublada no Estádio Anacleto Campanella. Valdo colocou o time mineiro na frente. Mas, logo em seguida, caiu uma forte chuva, que foi até o final da partida. O gramado não suportou o volume de água e o time mais técnico foi prejudicado. O Galo não conseguia tocar, enquanto o São Caetano apelou para as jogadas aéreas e deu resultado. Com dois gols de Magrão, ambos de cabeça, o Galo estava eliminado e terminava o ano com a frustração de quem poderia ter ido mais longe.
Confira, nesta quinta-feira, no Superesportes, a retrospectiva do ano de 2002

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