
Richarlyson, Souza, Madson e Marquinhos: bons reforços já assegurados por clubes fora do eixo Rio-São Paulo para 2011
Bahia lidera corrida por reforços, enquanto clubes do eixo respondem por apenas 16% dos acertos
FLÁVIO AMARAL
Publicada em 23/12/2010 às 07:00
Enquanto Rio e São Paulo focam suas contratações em astros e muitos sequer fecharam negociações nesta temporada, clubes fora do eixo largaram na frente e já respondem por 16% das transações.
O Bahia é o líder no mercado, com oito nomes anunciados e responde pelo mesmo número de reforços que os dois estados juntos. Para Márcio Menezes, editor de esportes do jornal A Tarde, da Bahia, as contratações visam, a princípio, ao Campeonato Estadual:
– O grupo está sendo formado para o Estadual e, a partir daí, será feita uma análise para o Brasileirão, quando quando as "cerejas do bolo" serão buscadas – afirmou.
Os paranaenses também se destacam: Atlético-PR e Coritiba somam 11 contratações, o que mostra um adiantamento em relação ao
resto do país. Para Felipe Lessa, setorista do Coritiba para a Tribuna do Paraná, a “pessa” em contratar deve-se a uma questão financeira:
- O orçamento de Atlético-PR e Coritiba é muito inferior ao dos clubes do eixo Rio-São Paulo. Se os clubes daqui não tomarem a dianteira, não há como competir - disse.
Em Santa Catarina, o cenário se repete: Avaí e Figueirense já somam sete reforços. De acordo com Paola Loewe, setorista do Figueira para o Diário Catarinense, a rivalidade também invade o mercado:
– A concorrência entre os Avaí e Figueirense é grande também por reforços. Isso alimenta a busca por contratações no estado – ressalta.
Humberto Perón, especialista do LANCE!, compara a realidade dos clubes de Rio e São Paulo com a dos demais, em relação a mercado:
– Enquanto clubes do eixo RJ-SP buscam jogadores com destaque, de difícil negociação, aqueles que subiram para a Série A, por exemplo, contratam atletas mais em conta, aproveitando para dar uma resposta à torcida – salientou ele.
Contraste marca o mercado mineiro
De um lado, o Atlético-MG com cinco reforços anunciados; do outro, o Cruzeiro sem um nome sequer já confirmado. Esse é o retrato do mercado em Minas.
De acordo com Paulo Galvão, o ano de 2010 para os clubes tem influência direta para a realidade verificada:
– O Cruzeiro vai disputar a Libertadores e já tem uma base montada e quer fazer contratações pontuais. Por isso, tem sido até lento para negociar. Já o Atlético investiu pesado em reforços para 2010, mas o planejamento não deu certo e chegou a hora de reformular, até para
compensar a frustração da torcida com a temporada ruim – afirmou Paulo.
COM A PALAVRA,
Paulo Galvão, Setorista do Atlético-MG para o Estado de Minas (MG): “Os clubes fora de Rio e São Paulo estão buscando jogadores mais baratos e nenhum nome de peso foi anunciado, talvez à exceção do Richarlyson, pelo Atlético-MG. Contratar bem não significa apenas trazer os melhores nomes, mas fazê-lo a um custo menor. Todos têm dificuldades no mercado. Ninguém contrata a esmo”
Márcio Menezes, Editor de Esportes do jornal A Tarde (BA): “Não vejo uma razão específica para essa rapidez, mas o clube está mais bem estruturado, o Paulo Angione (diretor de futebol) conhece bem o mercado. O Bahia está fazendo apostas, de uma maneira organizada, é lógico, mas são apostas - Até o Souza, que vinha afastado -, para juntar à parte do time titular que foi mantido”
Elaine Felchacka, Setorista do Atlético-PR para a Tribuna do Paraná (PR): “A melhor opção nesse período complicado é sair na frente no mercado. Os paranaenses acertaram com reforços logo de início para evitar concorrência. Deve-se ser precavido nas negociações para não despertar o interesse de outros clubes, mas tudo depende da diretoria. Não se pode dar um passo maior do que se planeja”
Paola Leowe, Setorista do Figueirense para o Diário Catarinense (SC): “A prioridade –sobretudo, do Figueirense – tem sido renovar com os destaques do elenco. Os clubes catarinenses têm procurado se adiantar, até porque o orçamento não permite grandes reforços. No caso do Figueira, a volta à elite é um estímulo para quem vem. Caso fosse diferente, seria difícil contratar”
A OPINIÃO DOS ESPECIALISTAS
HUMBERTO PERÓN, Especialista do LNET!: “Esses clubes procuram atletas mais em conta. Estão apenas contratando em quantidade. Contratam jogadores de nível médio, mas há concorrência maior, então se antecipam aos concorrentes. Os reforços são mais apostas do que certezas. Tem de ser ver quantos desses reforços darão certo em 2011. Os clubes que subiram para a elite também aproveitam o fato de receberem mais dinheiro - em virtude de cotas de televisão - e atraem jogadores de nivel um pouco maior, mas, ainda assim, são atletas relativamente baratos e que podem compor bem um grupo.”
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