domingo, 8 de agosto de 2010

Luxa ainda vislumbra coisas boas

Ludymilla Sá - Estado de Minas

Publicação:02/08/2010 07:00


Sete Lagoas – Era para ser o dia do Atlético, considerando a presença somente da massa na Arena do Jacaré. Mas quem fez a festa, outra vez, foi o Cruzeiro. Mesmo sem o apoio dos torcedores, os celestes calaram os atleticanos, muitos dos quais já não parecem morrer mais de amores pelo técnico Vanderlei Luxemburgo, que acabou sendo hostilizado e chegou até a bater boca com um grupo que estava atrás do banco alvinegro.
Para o treinador, no entanto, tudo faz parte do jogo. “Estou acostumado. O torcedor quer ver o seu time ganhar. É uma situação que não vai mudar. E eles têm mais é que direcionar para mim mesmo, porque sou eu quem comanda o time. Eles têm de pedir a minha cabeça mesmo, têm de xingar. Faz parte, sobretudo do clássico”, comentou, depois de sua segunda derrota em dois clássicos contra o arquirrival – a anterior, por 3 a 1, no Mineirão, foi pela fase de classificação do Campeonato Mineiro.
Pior do que perder para o Cruzeiro foi sair de campo derrotado pela oitava vez em 12 rodadas do Campeonato Brasileiro. Mesmo assim, Luxemburgo ainda se mantém confiante. “Já passei por isso e sempre tive a tranquilidade para mudar. O momento é triste, porque estamos querendo vencer e não estamos conseguindo. As pessoas podem me achar louco por dizer isso, mas vejo ainda muita coisa boa para o Atlético.”
Quem estava nas dependências da Arena do Jacaré, no entanto, viu um Atlético completamente desequilibrado. Não apenas taticamente. Diego Tardelli, capitão da equipe, e o zagueiro Werley só não trocaram tapas porque foram contidos pelo companheiro Jairo Campos. E o atacante, na origem do lance em que foi agredido por Gil e viu o zagueiro cruzeirense ser expulso por Sálvio Espínola Fagundes Filho, cometeu falta em Jonathan e ainda pisou no lateral.
Luxemburgo, porém, achou natural a atitude dos jogadores. “Vi hoje (ontem) uma coisa que nunca tinha visto no meu time: discussão. Tem de haver mesmo, mas não pode ser passada para o torcedor e para a imprensa da forma como foi. O que me conforta é o que vejo no vestiário: uma diretoria tranquila, porque viu como foi o jogo de verdade.”
SUL-AMERICANA O treinador, contudo, sabe que há muita coisa a fazer. Sobretudo agora, que o alvinegro volta as atenções para a Copa Sul-Americana. O time embarca hoje para Presidente Prudente, onde enfrentará o Prudente, quarta-feira. “Mas não podemos nem pensar em priorizar qualquer competição que seja. Temos uma equipe completamente desequilibrada e, primeiro, temos de acertar isso. As vitórias têm de começar a aparecer. E só vamos ter isso por meio do trabalho.”
Segundo Luxemburgo, os resultados não se refletem na filosofia de trabalho. Muito menos a opinião pública. “Respeito os torcedores, a imprensa, mas a única informação com a qual vamos trabalhar é da minha comissão técnica. Temos de fazer o que já estamos fazendo.”

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